segunda-feira, 8 de abril de 2013

Análise: Caprichos da presidenta Dilma e sua equipe econômica elevam dívida interna


A briga com os bancos privados e o fortalecimento do caixa dos bancos públicos para aquecer o mercado interno não demonstrou ter resultado positivo

Reginaldo Gonçalves, www.administradores.com, Share3
A situação econômica brasileira, se não houver um direcionamento rápido, poderá iniciar um processo de recessão em virtude dos problemas já iminentes de inflação ocasionados pelo repasse do petróleo, aumento do salário mínimo e outros insumos que certamente já estão sendo repassados ao consumidor final. A briga com os bancos privados e o fortalecimento do caixa dos bancos públicos para aquecer o mercado interno não demonstrou ter resultado positivo, a indústria brasileira continua estagnada e dificilmente terá uma reversão desse processo se não houver investimento em infraestrutura adequada e estímulos através da redução dos tributos cobrados em todas as esferas.

O aumento do endividamento público federal para R$ 2 trilhões demonstra que as ferramentas utilizadas pelo governo, além dos sérios prejuízos causados à Petrobrás que segurou os aumentos de preço de suas importações em favor da contenção da inflação, demonstra fragilidade em suas opções que vieram tardiamente e sem garantir a segurança no futuro de sua manutenção.

O pífio superávit primário em 2012 não atingiu as metas do governo e foi um dos responsáveis pelo aumento do endividamento público federal. Um dos mecanismos utilizados para cobertura dos juros e manutenção da dívida trouxe insegurança em relação a 2013. O patamar de 7,25% da taxa Selic beneficiou o governo na redução de parte da sua dívida com títulos vinculados a ela, mas não foi o suficiente para sobrar gordura e amortizar os juros e manter o seu principal, muito menos para investir de forma razoável em infraestrutura. Além disso, as parcerias público-privadas para expandir  áreas vitais ainda são muito tímidas.

Para reverter esse posicionamento o Governo já vem decidindo o leilão dos portos para exploração da iniciativa privada. Dessa forma, agilizará a melhoria e a modernização com o objetivo de redução dos custos e benefícios para importadores e exportadores, podendo de certa forma incentivar as indústrias existentes no país, uma vez que já existem perspectivas de novos investimentos estrangeiros nas empresas brasileiras existentes ou em outras que poderão surgir com a viabilidade da logística.

O governo comemorou o recorde de arrecadação de impostos em mais de R$ 1 trilhão e, infelizmente, o investimento em atividades prioritárias atingiu somente 4% do que foi arrecadado. Isso significa que a diferença foi usada para amortização de juros e gastos públicos,  pouco sobrou para infraestrutura. Muito se arrecadou mesmo em época de crise. As indústrias encolheram, as exportações estão cada vez menores e a importação começou a tomar proporções maiores.

Com o nível de endividamento que temos hoje precisaria haver no mínimo dois anos de arrecadação sem nenhum gasto governamental e sem investimento, o que inviabiliza todo o processo administrativo no país. Se não houver uma mudança de perfil certamente teremos problemas adiante e se houver o retorno da inflação ficará mais difícil a gestão, gerando recessão, que prejudicará a qualidade de vida da população. O governo afirma ter subtraído da pobreza muitas pessoas através do Bolsa Família, mas não promove ações para diminuir o investimento nesse sistema e promover a empregabilidade, o que é o que o país precisa para crescer de fato.

Reginaldo Gonçalves – é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina – FASM.

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