Na
nova modalidade, já em vigor a partir desta quinta-feira (18/4) a
empresa ou o instituto de pesquisa em que o profissional trabalha
continuará pagando o salário e o governo arcará com a bolsa.
“Queremos
dar a oportunidade e estimular as empresas a investir em pesquisa e
desenvolvimento e contratar talentos que são os melhores estudantes que nós temos”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (foto).
Essa
é a nova modalidade do Programa Ciência Sem Fronteiras (CsF), lançado
no final de 2011 com o objetivo de oferecer mais de 100 mil bolsas em
quatro anos para capacitação de brasileiros no exterior. O
foco agora são profissionais de empresas e institutos de pesquisa que
atuam em áreas consideradas prioritárias, como engenharia, biomédicas, computação e tecnologia, fármacos e biotecnologia.
A Bolsa de Desenvolvimento Tecnológico no Exterior foi anunciada pelo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva.
O
objetivo da nova modalidade, explicou Oliva, é mirar nas instituições
que fazem ciência sob demanda, ou seja, para atender a uma determinada necessidade do País. “O sistema de inovação tem um tripé: a universidade, as empresas e os institutos de pesquisa e tecnológicos, que fazem ciência sob demanda.”
As
atuais modalidades do programa priorizam pessoas com vínculos com
universidades, seja na graduação ou na pós-graduação, mas excluem quem faz pesquisa e desenvolvimento fora da academia. “É para esse universo (empresas e institutos de tecnologia) que estamos desenhando esse novo modelo de bolsa”, afirmou Oliva.
Ainda não há data para o lançamento do primeiro edital da nova modalidade, mas a estimativa inicial é oferecer 7 mil bolsas.
Para
realizar o intercâmbio, será exigido que a empresa ou o instituto
mantenha o salário do profissional durante a temporada no exterior. O
CsF, por sua vez, complementará
com o valor da bolsa, que deve ser, no caso dos Estados Unidos, de US$
1,3 mil e US$ 2,1 mil mensais, a depender do nível do profissional.
A nova bolsa abarca duas categorias de profissional: júnior e sênior.
No primeiro caso, será necessário ter curso superior e atuar em um das áreas consideradas prioritárias. Já para ter direito à bolsa sênior, o profissional terá de comprovar pelo menos cinco anos de experiência em pesquisa e inovação nessas mesmas áreas.
A
ideia é que esses profissionais passem uma temporada em empresas ou
institutos no exterior para aperfeiçoamento e desenvolvimento de
projetos direcionados.
“Ele
(o bolsista) não sairá do Brasil para fazer um doutorado. Ele irá com
um foco específico: fazer um sistema de automação, um sistema de controle, um dispositivo sensor para melhorar a produção”, exemplificou o presidente do CNPq.
O anúncio da nova bolsa ocorreu durante o lançamento do Portal de Estágios & Empregos do CsF (www.ee.cienciasemfronteiras.gov.br), em Brasília, do qual participaram os ministros Mercadante e Marco Antonio Raupp, da pasta Ciência, Tecnologia e Inovação.
Na página serão listadas vagas de estágios e empregos para bolsistas em todas as modalidades do CsF, em empresas parceiras.
Segundo
Mercadante, o portal tem uma área especifica para videoconferências,
para as companhias entrevistarem os candidatos selecionados.
Durante
a cerimônia foi lançada uma área nova no portal do CsF, em que haverá
informações como o número de bolsas oferecidas até o momento e os países e universidades para os quais os alunos bolsistas foram enviados. Acesse no endereço: www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/painel-de-controle.Segundo Mercadante, na próxima semana será lançado o terceiro edital do programa. “Estamos chegando a um patamar de 40 mil bolsistas. A demanda pelo Ciência Sem Fronteiras é fortíssima.”
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