terça-feira, 9 de abril de 2013

Proteção que desprotege





 Para Randy Simmons, cientista político americano, a proteção de mercado acaba atrofiando a criatividade de empreendedores que são poupados de competir

Por Pedro Pereira
Amanhã






Randy  Simmons,   presidente   do  departamento  de  Ciência  Política  na Universidade Estadual  de Utah (Estados Unidos), classifica como “uma agressão” as barreiras econômicas adotadas pelos governos.  Para ele, em vez de proteger o mercado, as sanções acabam tolhendo as habilidades dos  empreendedores  para fazer  negócios.  “Se  você protege,  deixa  de lado a criatividade das pessoas.  Fica preocupado só com os problemas”,  acredita  Simmons.  Ele  foi  um  dos palestrantes  do 26º Fórum da Liberdade, que se encerra hoje, em Porto Alegre – uma realização do Instituto de Estudos Empresariais.
  

O cientista lembra que nos Estados Unidos, até o ano de 1787, as relações comerciais entre as próprias unidades federativas do país eram bastante controladas. Mas alerta que não basta apenas a liberação: uma mudança cultural se faz necessária para que os negócios evoluam. “Será que essa liberdade [dada aos Estados americanos] seria boa entre pessoas que estão em Nova York e Porto Alegre? As pessoas [daqui] pensam ‘eles são gigantes, vão se aproveitar de nós’”, afirma.

Para ilustrar sua teoria, Simmons narra a história de um grupo de pessoas que descobriu enormes cachos de uva em um território afastado. No entanto, havia gigantes a serem enfrentados naquele local. “Sempre pensamos no quanto eles são gigantes e esquecemos as uvas – que são como as oportunidades, para os negócios. Pensando nas oportunidades, podemos ser mais ricos e criativos”, defende. “Eu posso ir até o supermercado e comprar uvas chilenas. Eles me adoram! Como sabiam que eu gostaria de uvas? O livre comércio é isso: fazer o bem a outras pessoas”, entende Simmons.

Sobre acordos bilaterais entre potências como Estados Unidos e Europa, Simmons diz que todo tipo de parceria pode ser benéfico para diferentes tipos de indústria. Ele não acredita no processo de desglobalização – teoria que trata da possível necessidade de os países se voltarem para a economia interna ou acordos bilaterais, sem blocos econômicos. “E se isso acontecer, não saberei o porquê”, brinca.










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