Os produtores brasileiros de cachaça estão substituindo a denominação genérica brazilian rum pelo nome cachaça nos rótulos dos novos estoques, segundo informação do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).
Vicente Bastos,
presidente da entidade, acredita que em um período de seis meses a um
ano a transição estará completa e todas as garrafas à venda nos Estados
Unidos trarão a nova designação.
Em fevereiro, o
governo norte-americano divulgou em suas mídias oficiais o
reconhecimento do destilado como produto de origem exclusiva brasileira
determinando que a medida tenha validade a partir de hoje (11).
Em troca do reconhecimento da cachaça, o governo brasileiro publicou decreto no final de março definindo o bourbon e o tenessee whiskey como
destilados de origem exclusiva dos Estados Unidos. Segundo Vicente
Bastos, com o aval para vender cachaça como produto exclusivo nacional, o
próximo passo é tornar o destilado popular entre os norte-americanos.
A
cadeia produtiva da bebida ainda é pequena e ela não é conhecida em
larga escala fora do Brasil.
“Quem conhece [a cachaça], no máximo
ouviu falar de caipirinha. É preciso promovê-la, fazê-la conhecida,
investir em divulgação”, diz. Segundo Bastos, a produção de cachaça
emprega em torno de 600 mil pessoas no país e exporta em torno de US$ 20
milhões anuais.
O Ibrac ainda não tem projeções de quanto as vendas
externas podem aumentar com o reconhecimento dos EUA.
Atualmente, o Decreto n° 4.062/2001
regulamenta a produção da cachaça brasileira e a fiscalização das
unidades fabricantes é feita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa).
De acordo com Vicente Bastos, o setor
privado discute a possibilidade de criar um Conselho Regulador formado
por associações e produtores para reforçar as garantias de qualidade.
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