Segundo o chefe do Departamento
Econômico do BC, Tulio Maciel, um dos fatores que levaram à ampliação do
saldo negativo foi o resultado da balança comercial, que registrou
déficit de US$ 5,156 bilhões, no primeiro trimestre.
Maciel lembrou que,
no mesmo período do ano passado, houve superávit comercial de US$ 2,420
bilhões.
“O maior dinamismo econômico representa
maior demanda por bens e serviços externos e isso repercute na balança
comercial”, disse Maciel. Por outro lado, ele destacou que o crescimento
mais lento da economia global “repercute nas nossas exportações”.
Outro fator citado por Maciel é o aumento das remessas de lucros e dividendos do Brasil para o exterior.
Em março deste ano, essas remessas
chegaram a US$ 2,732 bilhões e acumularam US$ 6,974 bilhões, no primeiro
trimestre, contra US$ 1,965 bilhão e US$ 3,474 bilhões de iguais
períodos, respectivamente, de 2012.
Segundo Maciel, o aumento das remessas
de lucros e dividendos também está relacionado ao maior ritmo do
crescimento econômico, este ano.
“À medida que a economia cresce, as
empresas têm maior rentabilidade e isso permite a ampliação das remessas
desses resultados para o exterior”, disse.
Segundo Maciel, o aumento do estoque de investimento estrangeiro no país também favorece as remessas.
Ele citou ainda que mudanças no câmbio
também influenciam na escolha do momento para enviar os lucros e
dividendos para o exterior.
Maciel acrescentou que na década de 90 o
peso dos juros no déficit de transações correntes era maior e lembrou
que a situação se agrava em momentos de crise.
“Hoje nosso principal componente não é
mais a despesa com juros, e sim remessas de lucros e dividendos.
As
remessas aumentam em momento favorável. Há uma diferença importante na
estrutura do déficit em transações correntes”, argumentou.
O chefe do Departamento Econômico disse
ainda que o financiamento do déficit em transações correntes está em
“condições confortáveis” porque a maior parte é por meio de investimento
estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo do país.
O IED é considerado a melhor forma de
financiamento por ser de longo prazo, mas o país também conta com
empréstimos e investimentos em ações e em títulos de renda fixa.
Em março, o IED ficou em US$ 5,739
bilhões, contra US$ 5,897 bilhões de igual mês do ano passado. No
primeiro trimestre, foram investidos no país US$ 13,256 bilhões, ante
US$ 14,949 bilhões, nos primeiros três meses de 2012.
Para o ano, a projeção do BC é que o IED fique em US$ 65 bilhões,
o que deve corresponder a 2,68% do Produto Interno Bruto (PIB). A
projeção para o déficit das transações correntes é US$ 67 bilhões este
ano. Em relação ao PIB, o saldo negativo deverá ser 2,76%.
Fonte: BC
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