RIO - O
presidente da Empresa de Pesquisa energética (EPE), Maurício
Tolmasquim, afirmou que apenas parques eólicos que tenham garantia de
conexão no sistema elétrico poderão participar do próximo leilão de
energia marcado para este ano. De acordo com ele, a medida é uma
evolução devido aos atrasos na conexão de parques eólicos no sistema
elétrico que prejudicaram os últimos leilões.
O próximo leilão será feito em duas fases. Na primeira os projetos
apresentados vão disputar o direito de se conectar em uma subestação; na
segunda, será o leilão tradicional. “Primeiro, [a empresa] disputou o
direito de entrar naquela subestação, depois vai disputar a demanda, vai
disputar o contrato”, afirmou Tolmasquim.
Segundo ele, no próximo leilão de matriz eólica não haverá leilão
para subestações. A mudança tem o objetivo de “evitar o problema que tem
ocorrido de parques que ficam prontos e a expansão [da rede] não chega a
tempo”, afirmou Tolmasquim. “Isso vai aumentar a segurança enormemente,
só vai ser contratado aquilo que tiver conexão”, disse.
Nos novos leilões, a EPE fará, conjuntamente com o Operador Nacional
do Sistema (ONS), uma análise sistêmica que verificará a capacidade de
escoamento dentro do sistema elétrico nacional. A consulta de acesso
será condição para participar do leilão. “O agente vai verificar a
possibilidade de conexão na rede e vai fazer um a consulta de acesso ao
ONS. Com esse documento, o empreendedor vai poder se inscrever na EPE”,
afirmou. “Depois, junto com a ONS, faremos uma avaliação conjunta para
os parques cadastrados e vamos determinar a capacidade de escoamento de
cada um e da região”, disse Tomalsquim.
Os projetos que não entrarem no próximo leilão terão nova
oportunidade com a expansão das linhas de transmissão. A EPE está
começando um planejamento da expansão das linhas de transmissão “para
que, no próximo leilão, quem ficou fora deste possa participar”,
afirmou. “É claro que você vai diminuir o número de players, mas é um
trade-off (uma escolha) para aumentar a segurança [no fornecimento de
energia]”, afirmou.
Térmicas
O ONS pode desligar térmicas a óleo combustível em maio. De acordo
com o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, a situação favorável dos
reservatórios das usinas hidrelétricas ao final do período úmido – que
termina no dia 10 de maio - pode permitir o desligamento das usinas
térmicas mais custosas no próximo mês.
Os reservatórios das hidrelétricas estão em um nível melhor do que o
esperado pelo ONS para o fim do período úmido, afirmou Chipp. Atualmente
o nível dos reservatórios é de 62,3% da capacidade nas hidrelétricas do
sudeste, 47,8% no nordeste, 63,5% no sul e 96% na região norte.
A decisão sobre o desligamento das usinas será tomada na próxima
reunião do Comitê de Monitoramento, no dia nove de maio. “Seria uma
parte, pelo menos, das térmicas a óleo [combustível], que são as mais
caras e que não agregam um grande volume de reservatório”, disse Chipp.
“Agora, o comitê tem mais elementos para tomar uma decisão. Vamos
apresentar as hipóteses hidrológicas para ele tomar a decisão se vai
parar alguma coisa ou se vai continuar com tudo até o final de maio”,
afirmou.
Outra opção para a redução do custo de operação do sistema elétrico
seria fazer o desligamento das térmicas a óleo apenas em junho. Segundo
Chipp, para maio há uma expectativa de pouca chuva na região sul,
precipitação moderada no sudeste e mais intensa no norte e no nordeste.
“As previsões não têm sido longe da realidade e têm ajudado muito a
gente na antecipação da política operativa”, afirmou.
De acordo com ele, a expectativa do ONS é chegar ao final do ano
dentro dos níveis meta determinados para os reservatórios – 47% no
sudeste e 35% no nordeste. “Se houver alguma expectativa de ficar abaixo
do nível meta, não vamos parar nada (...) e se você para um pequeno
volume e a coisa não acontece como previsto, o comitê tem a prerrogativa
de despachar de novo, porque o ano que vem é um ano especial, da Copa”,
disse.
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