segunda-feira, 29 de abril de 2013

Novas eólicas deverão ter garantia de conexão ao sistema elétrico


Por Guilherme Serodio | Valor
 
RIO - O presidente da Empresa de Pesquisa energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que apenas parques eólicos que tenham garantia de conexão no sistema elétrico poderão participar do próximo leilão de energia marcado para este ano. De acordo com ele, a medida é uma evolução devido aos atrasos na conexão de parques eólicos no sistema elétrico que prejudicaram os últimos leilões.

O próximo leilão será feito em duas fases. Na primeira os projetos apresentados vão disputar o direito de se conectar em uma subestação; na segunda, será o leilão tradicional. “Primeiro, [a empresa] disputou o direito de entrar naquela subestação, depois vai disputar a demanda, vai disputar o contrato”, afirmou Tolmasquim. 
Segundo ele, no próximo leilão de matriz eólica não haverá leilão para subestações. A mudança tem o objetivo de “evitar o problema que tem ocorrido de parques que ficam prontos e a expansão [da rede] não chega a tempo”, afirmou Tolmasquim. “Isso vai aumentar a segurança enormemente, só vai ser contratado aquilo que tiver conexão”, disse. 

Nos novos leilões, a EPE fará, conjuntamente com o Operador Nacional do Sistema (ONS), uma análise sistêmica que verificará a capacidade de escoamento dentro do sistema elétrico nacional. A consulta de acesso será condição para participar do leilão. “O agente vai verificar a possibilidade de conexão na rede e vai fazer um a consulta de acesso ao ONS. Com esse documento, o empreendedor vai poder se inscrever na EPE”, afirmou. “Depois, junto com a ONS, faremos uma avaliação conjunta para os parques cadastrados e vamos determinar a capacidade de escoamento de cada um e da região”, disse Tomalsquim.

Os projetos que não entrarem no próximo leilão terão nova oportunidade com a expansão das linhas de transmissão. A EPE está começando um planejamento da expansão das linhas de transmissão “para que, no próximo leilão, quem ficou fora deste possa participar”, afirmou. “É claro que você vai diminuir o número de players, mas é um trade-off (uma escolha) para aumentar a segurança [no fornecimento de energia]”, afirmou.

Térmicas

O ONS pode desligar térmicas a óleo combustível em maio. De acordo com o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, a situação favorável dos reservatórios das usinas hidrelétricas ao final do período úmido – que termina no dia 10 de maio - pode permitir o desligamento das usinas térmicas mais custosas no próximo mês.

Os reservatórios das hidrelétricas estão em um nível melhor do que o esperado pelo ONS para o fim do período úmido, afirmou Chipp. Atualmente o nível dos reservatórios é de 62,3% da capacidade nas hidrelétricas do sudeste, 47,8% no nordeste, 63,5% no sul e 96% na região norte.

A decisão sobre o desligamento das usinas será tomada na próxima reunião do Comitê de Monitoramento, no dia nove de maio. “Seria uma parte, pelo menos, das térmicas a óleo [combustível], que são as mais caras e que não agregam um grande volume de reservatório”, disse Chipp.

“Agora, o comitê tem mais elementos para tomar uma decisão. Vamos apresentar as hipóteses hidrológicas para ele tomar a decisão se vai parar alguma coisa ou se vai continuar com tudo até o final de maio”, afirmou. 

Outra opção para a redução do custo de operação do sistema elétrico seria fazer o desligamento das térmicas a óleo apenas em junho. Segundo Chipp, para maio há uma expectativa de pouca chuva na região sul, precipitação moderada no sudeste e mais intensa no norte e no nordeste. “As previsões não têm sido longe da realidade e têm ajudado muito a gente na antecipação da política operativa”, afirmou. 

De acordo com ele, a expectativa do ONS é chegar ao final do ano dentro dos níveis meta determinados para os reservatórios – 47% no sudeste e 35% no nordeste. “Se houver alguma expectativa de ficar abaixo do nível meta, não vamos parar nada (...) e se você para um pequeno volume e a coisa não acontece como previsto, o comitê tem a prerrogativa de despachar de novo, porque o ano que vem é um ano especial, da Copa”, disse.are

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