Quase
metade dos pedidos da indústria para que sejam adotadas barreiras
contra importados é rejeitada ou retirada pelos próprios empresários
antes de se transformarem em
investigação no Ministério do Desenvolvimento, informou a secretária de
Comércio Exterior, Tatiana Prazeres (foto).
A
maioria dessas petições é arquivada após uma análise inicial, por não
ser possível provar que as importações, mesmo em alta, foram a causa de problemas para seus competidores no Brasil ou causaram dano à produção nacional.
“É
uma angústia da indústria que chega até nós. O empresário vê o mercado
se expandir, mas o seu crescimento não acompanha a demanda”, explicou a secretária.
Preocupada
em preservar empregos na indústria nacional e promover o avanço
econômico, a presidente Dilma pôs em prática, nos últimos dois anos, um conjunto de medidas, que, grosso modo, dificultam importações.
Dados
da Organização Mundial do Comércio (OMC) mostram que o problema é
global e praticamente triplicou neste ano o número de reclamações de
membros contra medidas protecionistas de outros países.
São 23 em 2012 contra oito no ano passado e dezessete em 2010. O
Brasil, apesar de não ter sido alvo de nenhuma acusação formal de
protecionismo, vem adotando, na visão de especialistas, uma postura cada
vez mais fechada no mercado nacional, mas sem ferir as normas estabelecidas pelo órgão internacional.
“Existem
medidas que são protecionistas, mas são legais, de acordo com a OMC.
Elas estão dentro das regras do comércio internacional, como, por exemplo,
o recente aumento do imposto de importação de cem produtos anunciado
pelo Brasil”, diz Welber Barral, da consultoria BarralMJorge, referindo-se ao aumento de alíquota de importação de 12% para 25%, em média, para estimular a compra de produtos nacionais.
Ele
reconhece, porém, ser comum que em períodos de crise os países adotem
posturas comerciais mais fechadas, podendo causar reclamações no órgão internacional. “Em
um mercado mais competitivo, as nações querem proteger suas indústrias e
também querem acabar com as barreiras que existem lá fora”, explica.
O ponto a ser destacado é que a lista de ações de Dilma não para na lista dos cem produtos. Além
da lista, o governo brasileiro tem atuado, sempre legalmente, em outras
frentes protecionistas, como o aumento de 30 pontos porcentuais do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados e a
taxação de transações financeiras em dólar, com o aumento do IOF.
Fonte: Comex- redação, com agências.
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