segunda-feira, 22 de abril de 2013

Um país fora do ritmo

22 de abril de 2013 | 18h00

Rolf Kuntz

O Brasil manterá o passo errado nos próximos cinco anos e avançará bem menos que outros emergentes até 2018, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). 

Sua inflação continuará mais alta e suas contas externas deverão piorar nesse período, com o déficit em transações correntes passando de 2,4% para 3,4% do produto interno bruto (PIB). 

Projeções de prazo longo aparecem no fim do Panorama Econômico Mundial publicado em abril e setembro pelo Fundo, num apêndice pouco visitado e pouco citado pela maior parte da imprensa. 

Estimativas desse tipo são sujeitas a erros importantes. Não são, no entanto, arbitrárias, nem inúteis. Ajudam a ver como poderá ser o futuro, se as tendências dos últimos anos persistirem, se as políticas forem mantidas e se as reformas necessárias forem levadas adiante ou negligenciadas. 

No caso do Brasil, os autores do estudo obviamente esperam poucas mudanças com potencial para tornar a economia mais dinâmica e mais sólida em seus fundamentos.

Segundo as projeções, a economia mundial crescerá 3,3% neste ano, 4% no próximo e 4,5% em 2018, puxada, como tem sido há alguns anos, pelos países emergentes e em desenvolvimento. A convalescença europeia será lenta e penosa. 

Os Estados Unidos continuarão avançando com firmeza. Seu PIB crescerá apenas 1,2% em 2013, por causa do arrocho fiscal, mas aumentará 2,2% em 2014 e em 2018 terá atingido um ritmo de expansão 2,5%. 

A média dos emergentes e em desenvolvimento ficará em 5,3%, 5,7% e 6,2% em cada um desses três pontos de referência. Para a Ásia em desenvolvimento, incluída a China, os números estimados são 7,1%, 7,3% e 7,7%. Há uma aposta, portanto, no êxito dos programas de ajuste e de renovação dos modelos já iniciados em algumas dessas economias.

Nesse quadro, o avanço brasileiro continuará mais lento que o de vários países latino-americanos. Segundo o Panorama, o PIB do Brasil aumentará 3% em 2013, 4% no próximo ano e 4,2% em 2018. Se a projeção para este ano for confirmada, o resultado será bem melhor que o de 2012, quando o crescimento ficou em apenas 0,9%, apesar dos estímulos criados pelo governo. Alguns incentivos ao investimento privado poderão finalmente produzir algum efeito neste ano, de acordo com a análise apresentada no capitulo 2 do relatório.

Mas “restrições de oferta podem limitar o ritmo de crescimento a curto prazo”, advertem os autores do trabalho. Em outras palavras: os entraves observados nos últimos anos poderão ainda atrapalhar a economia brasileira em 2013. 

Sem examinar em detalhes a política seguida no Brasil depois da crise de 2008 e especialmente a partir de 2011, os economistas do FMI apontaram, no entanto, o grande problema negligenciado por muito tempo pelo governo brasileiro. Durante dois anos a equipe da presidente Dilma Rousseff insistiu em estimular a demanda, principalmente de consumo, sem dar a atenção necessária ao lado da produção e, portanto, da oferta.

O crescimento de 3% estimado para 2013 ficará muito abaixo do necessário para compensar o baixo desempenho dos dois anos anteriores. É preciso levar também isso em conta ao confrontar os números do Brasil com os de outros países do Hemisfério. Chile, Colômbia, Equador, Peru e México também foram afetados pela crise internacional, mas em pouco tempo voltaram a crescer em ritmo parecido com o dos anos anteriores à recessão no mundo rico. Todos bateram o Brasil com muita folga desde 2010.

Para 2013, 2014 e 2018 as projeções do Fundo indicam as seguintes taxas de expansão para esses países: Chile, 4,9%, 4,6% e 4,6%; Colômbia, 4,1%, 4,5% e 4,5%; Equador, 4,4%, 3,9% e 3,5%; Peru, 6,3%, 6,1% e 6%; México, 3,4%, 3,4% e 3,3%. Entre 2010 e 2012 a economia equatoriana acumulou expansão de 17,14%; a mexicana, de 13,67%; a brasileira, de apenas 11,40%. Em todos esses países a inflação foi menor que a brasileira e assim deverá continuar neste e no próximo ano.

Os economistas do FMI estimam para o Brasil inflação de 5,5% em 2013 e 4,5% em 2014. Para o Chile, a projeção é de 3% em cada um dos dois anos. Para a Colômbia, de 2,4% e 3%. Para o Peru, de 2,1% e 2%. Para o México, de 3,6% e 3,3%. 

A presidente Dilma Rousseff deveria desconhecer esses números quando falou sobre crescimento e inflação em Durban, na África do Sul. Naquele pronunciamento, ela rejeitou uma ação mais forte contra a alta de preços como se fosse incompatível com a expansão do PIB. 

Parece ter esquecido, ou talvez ignorasse, a experiência internacional. Inflação alta e resistente, como a brasileira, dificulta o planejamento empresarial e corrói o poder de compra dos consumidores. Tende a tornar-se, portanto, um obstáculo ao crescimento da economia.

Além disso, inflação mais elevada que a dos outros países desajusta o câmbio e afeta o poder de competição dos produtores nacionais. No entanto, empresários e ilustres economistas brasileiros muito raramente reclamam da inflação, embora esbravejem continuamente contra a valorização cambial. Devem ter esquecido tanto a experiência internacional quanto a nacional.

Durante muito tempo o Brasil se deu mal com o câmbio fixo. O câmbio flexível e ajustado periodicamente pela inflação, adotado em 1968, foi um avanço, mas muito imperfeito. Sem estabilidade monetária, o regime cambial tornou-se uma corrida permanente em busca de ajustes de curta duração. A inflação desarranjava o câmbio e em seguida a correção cambial desarrumava os preços. O sistema passou a funcionar como um cão correndo atrás do próprio rabo. Parece estranho, mas alguns economistas e industriais falam como se tivessem saudade desse tempo.

Os países com melhor desempenho têm combinado controle da inflação, contas públicas em condições razoáveis e integração nos mercados globais. O resto é teimosia, mera insistência em pajelanças bem conhecidas, testadas e desacreditadas.

Brasil exporta US$ 4,631 bi na 3ª semana de abril; manufaturado tem bom desempenho


Brasil exporta US$ 4,631 bi na 3ª semana de abril; manufaturado tem bom desempenho








 


Neste comparativo, houve queda nas exportações de produtos semimanufaturados (-10,8%), com retrações maiores para açúcar em bruto, celulose, ferro fundido e ouro em forma semimanufaturada.

Entre os básicos (-5,2%), minério de ferro, petróleo em bruto, carne bovina e suína, e milho em grão tiveram maior redução nos embarques.

Por outro lado cresceram as vendas de produtos manufaturados (1,5%), em razão de aviões, autopeças, motores e geradores, máquinas para terraplanagem, e polímeros plásticos.

As importações, no período, contabilizaram US$ 6,902 bilhões, com desempenho médio diário de US$ 1,380 bilhão.

Houve aumento de 61,1% sobre a média verificada até segunda semana de abril (US$ 857,1 milhões), explicada, principalmente, pelo crescimento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, veículos automóveis e partes, e borracha e partes.

Para combustíveis e lubrificantes, houve aumento de 785,1% nas aquisições em comparação ao movimento das duas primeiras semanas de abril.

Esse crescimento foi consequência da normalização de registros no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), referentes às semanas anteriores de abril e a transações realizadas em 2012, devido a mudanças operacionais implementadas pela Instrução Normativa nº 1282/2012 da Receita Federal do Brasil.

Na terceira semana de abril, o saldo comercial ficou deficitário em US$ 2,271 bilhões, com desempenho médio diário negativo de US$ 454,2 milhões, e a corrente de comércio somou US$ 11,533 bilhões, com resultado médio por dia útil de US$ 2,306 bilhões.


Mês

Nos 15 dias úteis de abril (1° a 21), as exportações foram de US$ 14,140 bilhões, com média diária de US$ 942,7 milhões. Pela média, houve redução de 3,6%, em relação ao resultado de abril de 2012 (US$ 978,3 milhões).

Neste comparativo, houve recrudescimentos nos embarques de produtos manufaturados (-4,8%), por conta de aviões, óleos combustíveis, máquinas para terraplanagem, polímeros plásticos, óxidos e hidróxidos de alumínio, motores e geradores, e autopeças.

Também caíram as vendas de básicos (-3,5%), em razão de petróleo em bruto, trigo em grãos, carne suína, café em grão, fumo em folhas e minério de ferro. Nos semimanufaturados (-1,4%), a queda se explica pela retração nas vendas de semimanufaturados de ferro e aço, óleo de soja em bruto, ferro ligas, ferro fundido, e celulose.

Na comparação com o resultado diário do mês de março passado (US$ 966 milhões), as exportações caíram 2,4%.

Houve diminuição nas vendas produtos semimanufaturados (-15,3%) e manufaturados (-12,7%), enquanto cresceram as exportações de básicos (9,4%).
As aquisições no exterior, em abril, estão em US$ 15,473 bilhões, com média diária de US$ 1,031 bilhão.

O resultado está 10,4% acima da média de abril do ano passado (US$ 934,4 milhões), com crescimento, principalmente, nos gastos com adubos e fertilizantes (99%), plásticos e obras (24,3%), farmacêuticos (23,3%), borracha e obras (16,5%), e instrumentos de ótica e precisão (12,7%).

Sobre o resultado verificado em março passado (US$ 958 milhões), houve acréscimo de 7,7% nas importações, com destaques nos seguintes produtos: combustíveis e lubrificantes (40,1%), plásticos e obras (13%), farmacêuticos (12,3%) e veículos automóveis e partes (7%).

A balança registra saldo negativo no mês de US$ 1,333 bilhão (média diária negativa de US$ 88,9 milhões). A corrente de comércio, no acumulado mensal, está em US$ 29,613 bilhões, com desempenho médio diário de US$ 1,974 bilhão.

Ano

De janeiro à terceira semana de abril deste ano (75 dias úteis), as vendas ao exterior somaram US$ 64,976 bilhões (média diária de US$ 866,3 milhões).

Na comparação com a média diária do período correspondente de 2012 (US$ 888,2 milhões), as exportações decresceram 2,5%.

As importações foram de US$ 71,465 bilhões, com média diária de US$ 952,9 milhões. O valor está 10,9% acima da média registrada no período equivalente de 2012 (US$ 859,1 milhões).

No acumulado do ano, há déficit na balança comercial de US$ 6,489 bilhões, com o resultado médio diário negativo de US$ 86,5 milhões.

Nos dias correspondentes de 2012, houve superávit de US$ 2,243 bilhões, com média de US$ 29,1 milhões. A corrente de comércio totaliza, em 2013, US$ 136,441 bilhões, com média diária de US$ 1,819 bilhão.

O valor é 4,1% maior que a média aferida no período equivalente do ano passado (US$ 1,747 bilhão).



Presidente eleito do Paraguai é convidado para reunião do Mercosul


ASSUNÇÃO - Em uma sinalização de que o Paraguai poderia se reintegrar plenamente em breve ao Mercosul, o presidente José Pepe Mujica felicitou Horacio Cartes pela vitória nas eleições presidenciais de domingo, e o convidou a participar da próxima reunião do bloco, que acontecerá em junho em Montevidéu.

Karel Navarro/AP 
O presidente uruguaio, José Mujica, atual presidente do Mercosul
 
O líder uruguaio, atual presidente do bloco (o cargo é rotativo), disse ainda em comunicado que ficou satisfeito de que o pleito tenha sido concluído com "normalidade" e prometeu participar da cerimônia de posse de Cartes. O Paraguai foi suspenso da aliança comercial em junho de 2012, após o processo que levou ao impeachment do então presidente Fernando Lugo. A exigência para a reintegração do país era a realização de eleições democráticas e a expectativa era que o pleito normalizasse as relações diplomáticas com os vizinhos.

De acordo com o Itamaraty, o Brasil aguardará a chegada dos relatórios das missões de acompanhamento eleitoral para avaliar essa possibilidade. O partido de Fernando Lugo, candidato a senador, ficou em terceiro lugar nas eleições, com 9,59% dos votos.

Segundo um porta-voz da Frente Guasú, a legenda obterá 5 das 45 cadeiras do Senado, uma das quais Lugo ocupará. A vitória de Horacio Cartes leva de volta ao poder o Partido Colorado, que governou o país de 1948 a 2008, quando Lugo ganhou a Presidência. Cartes era favorito em quase todas as pesquisas e sua vitória foi reconhecida pelo opositor, Efraín Alegre, do Partido Liberal. Ao final da contagem, o conservador aparecia com 45,91% dos votos, contra 36,84% do adversário.

Valor Econômico

Governo promove igualdade entre homens e mulheres nas empresas exportadoras






O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) firmou um acordo de cooperação com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para elaborar políticas e ações de igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho das empresas exportadoras.

Na reunião em que o acordo foi celebrado, a secretária de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Heloísa Menezes (foto), disse que “o governo deve aumentar as oportunidades em favor da autonomia econômica das mulheres”. Heloísa ressaltou ainda que “este é um primeiro e importante passo em direção a expandir a presença e a participação das mulheres nos diversos setores da nossa economia”.

A secretária de Avaliação e Autonomia Econômica das Mulheres da SPM, Tatau Godinho, afirmou que "o acordo abre um espaço estratégico para viabilizar a igualdade entre homens e mulheres”. “Com esta ação, estamos avançando na promoção da igualdade de gênero no mundo dos negócios”, complementou. 

A diretora de Planejamento e Gestão da Apex-Brasil, Regina Silvério, falou que a agência tem procurado disseminar o empreendedorismo feminino entre as empresas exportadoras. “Promover a igualdade de gênero não é apenas uma questão ética, mas trata-se também de um tema estratégico para o país poder se desenvolver com o bom aproveitamento da capacidade produtiva das mulheres”, considerou.   

Uma das iniciativas já definidas é a criação da categoria ‘promoção da igualdade de gênero nos negócios’ no Prêmio Apex-Brasil, que é concedido a cada dois anos para empresas que se destacam no desenvolvimento do comércio exterior brasileiro. Além disso, as três entidades buscarão estabelecer parcerias com o programa ‘Woman and Trade’ do International Trade Center (ITC). O objetivo das parcerias será fortalecer a competitividade das mulheres empreendedoras e promover à igualdade de gênero no setor.

Fonte: Mdic


Política que não deu certo nos anos 70 fracassou de novo

Míriam Leitão -
22.04.2013


A política de criar "campeões nacionais", que será abandonada pelo BNDES, é errada desde o início. A ideia era a seguinte: o Estado escolhia algumas empresas, que comprariam outras do setor, ficando fortes para ganhar o mercado internacional.

Essa visão paternalista e estatizante já foi experimentada pelo Brasil nos anos 70, no governo militar, mas a receita não deu certo. Muitas das empresas escolhidas à época morreram. As companhias devem jogar o jogo global, mas têm de mostrar na sua estratégia capacidade para isso, não o Estado dizer com qual empresa uma companhia tem de se "casar".

Luciano Coutinho, presidente do BNDES, disse ao "Estadão" que essa política foi adotada nos segmentos de petroquímica, celulose, frigoríficos, siderurgia, suco de laranja e cimento. E seria abandonada porque esgotaram-se os setores.

É bom que o banco a abandone; mas não está fazendo isso porque faltou setor. Ela deu errado e foi criticada inclusive dentro do governo.

Quando o BNDES entrou no setor de leite, o banco deu com os "burros n'água". Um ano depois de a Lácteos Brasil (LBR) ter sido criada, quebrou. O banco entra de sócio e faz empréstimos.

No caso dos frigoríficos, eles já vinham se internacionalizando, o país já tinha se tornado o primeiro produtor mundial de carne bovina, quando o BNDES decidiu que teria de haver a concentração. Várias empresas saíram do mercado - a Bertin, por exemplo, por orientação do BNDES, saiu do setor de carne e foi fazer energia, mas errou completamente nessa área, com prejuízos para o país. Ganhou licitações, mas não tinha conhecimento do setor.

Essa é uma estratégia equivocada. Se o empresário é bom, ele conduzirá os seus negócios, o Estado não precisa dizer para ele o que fazer. A concentração de um determinado setor não faz uma empresa forte. É uma política equivocada. Se as empresas não são eficientes sozinhas, não é o "papai" Estado que vai garantir isso.

Ouçam aqui o comentário feito na CBN

Fiergs reuniu no Sul os economistas Armando Castelar e Samuel Pessôa para discutir como a indústria pode ser mais competitiva. O grau de intervenção do governo, concordam eles, será uma variável importante



Por Pedro Pereira
 
Depois de um 2012 em que a previsão de crescimento do PIB se reduzia a cada semana, 2013 começa um pouco mais animador. Mas para Armando Castelar (foto),  coordenador de economia aplicada  do Instituto Brasileiro  de  Economia  da  Fundação  Getúlio  Vargas  (Ibre-FGV),  mesmo   que a previsão de 3,5% de crescimento seja confirmada no final do ano, a indústria brasileira pode não conseguir surfar nessa onda por muito tempo. “A melhora da indústria pode ser difícil de sustentar se não forem  resolvidos os problemas de infraestrutura e mão-de-obra”, alerta.      

castelar-fiergs-350Segundo ele, o sucesso das concessões públicas em infra-estruturaserá fundamental para mover o investimento, mas para isso o governo precisará recuperar a confiança dos investidores.  “Há um cenário  de  melhora,  mas  os  riscos  são muito mais  evidentes   que   os   aspectos   positivos”, acredita.

Entre  os   maiores  entraves  para  a indústria do país, Castelar  destaca  a própria  infraestrutura e os  custos  ocultos  que  a precariedade logística  acarreta,  como   desgaste   de   caminhões  e  o tempo  parado  a  caminho  dos  portos.   Além, é  claro, da carga tributária – que deveria perder 10 pontos percentuais do peso que representa no PIB,  hoje  em 37%. E sem esquecer, ainda, o ambiente de negócios desfavorável, em função da burocracia .     Armando Castelar lamenta que a implementação de uma agenda positiva, uma solução possível,  seja um processo lento e gradual e, por isso, não esteja entre as prioridades das  autoridades,  simplesmente  porque  não  os   governos  não  podem  pode  colher frutos já no período eleitoral seguinte.

Sobre um possível – e necessário – aumento de competitividade, Castelar acredita em “uma caminhada para indústrias diferentes”.   Ou seja, capacitar o país para fabricar e exportar produtos de maior valor agregado, mesmo que isso exija mão de obra mais qualificada.

Ele  lembra  o exemplo da americana   Apple, que não  produz  seus  equipamentos, mas  exporta  software. “Aqui temos a Embraer, a Natura, entre outras. E o Brasil também exporta software.        Se você analisar o brasileiro por faixa de idade, verá que os mais novos têm mais capital humano.             Então [o aumento da competitividade]  não  é  inviável,  mas  é imprescindível atacar gargalos como os da infraestrutura”, reforça.

Política econômica


Samuel  Pessôa,   pesquisador-associado  do  Instituto Brasileiro  de Economia (Ibre-FGV), salienta o perfil desenvolvimentista da atual equipe econômica  do  governo federal  e  alerta para os riscos que esta postura pode representar.   Ele observa que o ciclo promovido pelo governo militar há cerca de três décadas parece ser reproduzido, hoje, por políticos da esquerda.

Pessôa cita o período “Malocci”, quando o Ministério da Fazenda foi ocupado, respectivamente, por Pedro Malan  e  Antônio  Palocci,  como um tempo marcado pela liberalização econômica, privatização de setores que não tinham motivos  para  serem  estatais,  câmbio  flutuante e lei das concessões, entre outras medidas. “Tudo isso gerou resultados e acelerou o crescimento no período Lula. A grande produtividade permitiu que a economia  crescesse  mesmo  que  seus  insumos  não  tivessem  crescido,  pois  conseguiu   extrair mais”, explica.

Mas,  a exemplo  do que  aconteceu com  o governo  de Geisel, que veio a reboque do desenvolvimentismo praticado por  Castelo Branco  e  Médici, a intervenção do governo hoje começa a crescer para compensar os  problemas  econômicos  causados  pela  mudança  de  postura  desde  a   entrada de Guido Mantega na Fazenda.

Armando Castelar e Samuel Pessôa palestraram no 4º Meeting de Economia, realizado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), nesta sexta-feira, em Porto Alegre.

domingo, 21 de abril de 2013

Lobão confirma nos EUA rodadas de licitação de petróleo e de shale gas





Washington - O Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou a realização, em outubro deste ano, da 12ª rodada de licitação para exploração de petróleo e gás em seis bacias sedimentares brasileiras, cujas áreas serão anunciadas ainda em junho. Segundo o ministro, entre as áreas em estudos constam as bacias do São Francisco, do Recôncavo, Paraná, Sergipe/Alagoas e Parecis.

O anúncio foi feito durante conferência do Ministro, na manhã desta quinta-feira, 18 de abril, para um grupo de investidores reunidos na Embaixada do Brasil na capital norte-americana. De acordo do com Lobão, “as perspectivas são de excelentes potenciais para o gás”, e a expectativa é que o Brasil consiga o obter o sucesso que os Estados Unidos vêm obtendo na exploração do “shale gás” ou gás não convencional.

O Ministro também confirmou a primeira rodada de licitação, sob o regime de partilha, para a província do pré-sal, que se realizará em novembro. Em sua conferência, afirmou que são amplas as oportunidades de investimentos na indústria petrolífera brasileira, especialmente na área do pré-sal e na exploração das bacias de novas fronteiras na margem equatorial do país e dos recursos não convencionais.


Aos investidores americanos, Lobão lembrou que grandes empresas norte-americanas participam, como importantes parceiras do Brasil, dos investimentos brasileiros na exploração de gás e petróleo. “Desejamos que essa participação, em investimentos, tecnologia e logística, se amplie cada vez mais”, acentuou. Para Lobão, o Brasil quer aproveitar a experiência norte-americana na exploração de recursos não convencionais, como “shale gás”, e compartilhar conhecimento em exploração de petróleo em águas profundas.


Retomada



No segundo dia de sua visita aos Estados Unidos, Edison Lobão teve um encontro nesta quinta-feira, na Embaixada brasileira, com o Secretário americano de Energia, Daniel Ponemann, que elogiou a decisão do governo do Brasil de retomar a exploração de petróleo e gás e de diversificar a sua matriz energética. Ponemann também considerou positiva a disposição do governo brasileiro de investir em fontes não convencionais.

No último dia de sua visita aos Estados Unidos, o Ministro brasileiro de Minas e Energia deverá participar, nesta sexta-feira, 19, do Painel de Grupo de Alto Nível de Energias Renováveis Para Todos, que contará com a presença do Secretário Geral da Organização das Nações Unidas( ONU),  Ban Ki-moon. O grupo, do qual Edison Lobão é integrante como convidado do Secretário Geral da ONU, tem como objetivo combater a exclusão elétrica no mundo.

Tendo por base a bem sucedida experiência brasileira com o Programa Luz Para Todos, considerado um modelo para os países em desenvolvimento, a ONU pretende coordenar ações que são destinadas a permitir o acesso à energia elétrica a 1,4 bilhão de pessoas em todo o mundo.


 
Assessoria de Comunicação Social
Ministério de Minas e Energia