sábado, 3 de agosto de 2013

OSX negocia devolver até metade da sua área no porto do Açu


RENATA AGOSTINI
DE BRASÍLIA


A OSX, empresa de construção e serviços navais de Eike Batista, negocia a devolução de até metade do terreno que hoje ocupa no porto do Açu, segundo apurou a Folha com fontes que participam da operação.
O porto pertence a outra empresa de Eike, a LLX, e estende-se por 90 quilômetros quadrados no litoral norte fluminense. A OSX tem 3,2 quilômetros quadrados do terreno e paga aluguel por isso. 

A devolução de parte da área é o primeiro passo do plano para sanear as contas da companhia. Ao reduzir o espaço ocupado, a empresa pretende economizar até R$ 100 milhões com aluguel por ano. O valor exato a ser poupado dependerá do acordo final sobre o tamanho da área que será devolvida. 

A LLX perderá receita, mas poderá arrendar o espaço, localizado em área considerada nobre do terreno, de frente para o mar, a outra empresa. 

Trata-se de um paliativo para a OSX. O problema financeiro de Eike com a empresa só deve começar a ser resolvido com a venda em massa das plataformas de exploração da companhia, avaliam executivos do grupo. 

A OSX, que possui um estaleiro e bases de afretamento e operação de navios e plataformas, está no centro crise que se abateu sobre os negócios de Eike, juntamente com a OGX, de petróleo. 

Ela foi criada para atender à demanda da petroleira por unidades de exploração. Com a desistência da OGX de manter investimentos em quatro de seus campos, a OSX não só teve encomendas canceladas, mas ficou com duas plataformas já prontas ociosas. 

Os executivos de Eike empenham-se em passá-las para frente. Na semana passada, partiram numa viagem de negócios no exterior, o chamado "road-show".

Porto do Açu

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Fabio Braga/Folhapress
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Área onde está sendo construído o porto do Açu, empreendimento da LLX, de Eike Batista, em São João da Barra, no Rio de Janeiro 
 
CINGAPURA E LONDRES
 
A equipe, comandada pelo presidente da companhia, Carlos Eduardo Bellot, passou por Cingapura e Londres e teve reuniões com pelo menos sete investidores estrangeiros, segundo apurou a Folha.

No cardápio apresentado, as duas plataformas ociosas OSX-1 e OSX-2 e também a unidade OSX-3, que servirá a campanha exploratória da OGX. A avaliação é que essa última, por ter contrato e renda garantida, é mais valiosa aos olhos dos potenciais compradores, aumentando as chances de a negociação ser bem-sucedida.

A expectativa é arrecadar cerca de US$ 3 bilhões com a venda. Apenas 20% do total seria revertido em recursos à companhia. Mas a venda diminuiria de forma significativa a dívida da OSX, que chegava a R$ 5,5 bilhões ao final de março. Mais da metade do montante referia-se a empréstimos contraídos para a construção das unidades de produção.

Nenhuma proposta firme foi feita até o momento. Os executivos esperam, entretanto, que alguma negociação avance ao longo da próxima semana.

Eike já havia tentado vender as plataformas da OSX e até o próprio estaleiro para a Sete Brasil, empresa de sondas de perfuração para o pré-sal. A negociação foi conduzida pessoalmente pelo empresário e pelo banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, que assessora o grupo X desde o início do ano, mas não foi para a frente até o momento.

Sem interessados pela empresa, o plano é deixá-la menor, vender o que for possível e transformar o estaleiro numa base para reparos de embarcações e não mais apenas para a construção de navios.

EMPRESAS ESTRANGEIRAS BUSCAM PARCERIAS NO BRASIL


Empresas e indústrias estrangeiras, que costumam encontrar dificuldades para se instalar no país, principalmente em matéria de legislação e impedimentos burocráticos, buscam cada vez mais alianças com escritórios locais de apoio e assessoria para superar esses problemas, informaram nesta segunda-feira fontes do setor.

Como uma possibilidade a mais de expandir seu raio de ação e com a segurança de contar com esse apoio fundamental, empresários, associações e escritórios de advogados buscam parcerias com consultores internacionais para facilitar a instalação de organizações estrangeiras no país.

A Associação Brasileira de Empresas Certificadas em Saúde (ABEC Saúde), por exemplo, assinou uma aliança com a especialista em assuntos reguladores Larissa D’Andrea, profissional com forte atuação em assuntos normativos da saúde e com experiência em grandes empresas internacionais. A profissional em questão foi contratada para mediar o contato com empresas estrangeiras da área de equipes e produtos de saúde que desejam se instalar no país e que, é claro, possuíam dúvidas em relação às questões reguladoras, principalmente sobre prazos e regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com Ruth Khairallah, presidente da ABEC Saúde, a entrada de novas empresas no país traz inúmeros benefícios ao setor da saúde. “O objetivo é diminuir a dependência que os estrangeiros têm de incubadoras de registro localizadas no país. Isso seria bom porque a empresa viria fisicamente ao Brasil, gerando empregos, pagando impostos e transferindo tecnologia para o país”, explicou a presidente da ABEC Saúde à Agência Efe.

Segundo Evaristo Araújo, diretor administrativo da ABEC, a associação conta hoje com 120 associados e, de maneira indireta, teria auxiliado entre 20% e 30% deste número com assessoria e consultoria para multinacionais. “Hoje, a demora em conseguir a regularização total na Anvisa é de cinco a sete anos. Queremos reduzir isso preparando as empresas nacionais para receber os estrangeiros como ‘partnerships’ (parceiros), fato que reduzirá o fluxo de tempo”, afirmou. Na área jurídica, a preocupação também aborda empresários da Europa e do Japão, que desconhecem o sistema tributário brasileiro e necessitam de auxílio à hora de investir no país.

O sócio diretor da Abe Advogados, Marcos Abe, que assessora um importante grupo de companhias japonesas, apontou que as empresas estrangeiras buscam informações detalhadas sobre a abertura de fábricas não Brasil. “Fizemos um mapa sobre o plano de negócios de empresas, de quais são as principais informações que elas necessitam nas áreas tributária e trabalhista, além de incentivos fiscais e riscos de uma mudança legislativa”, completou. Abe manifestou que “o sistema tributário brasileiro é muito complexo e burocrático, dificultando muito o entendimento para quem vem do exterior. Este é o principal impedimento para a instalação no país”.

(EFE – 22/07/2013)

Protestos e crise tiram do país investidor estrangeiro

Bovespa

  • Fundos estão voltando para Wall Street, diz chefe da Bolsa de NY
Roberta Scrivano (Email · Facebook · Twitter)
Publicado:
Atualizado:
SÃO PAULO A insatisfação do brasileiro expressa nas manifestações iniciadas em junho, e o cenário econômico mais nebuloso estão espantando os estrangeiros da bolsa brasileira. Em vez de manter ações de empresas do Brasil em carteira, o investidor está realocando seus recursos, sobretudo no mercado nova-iorquino, que bateu recordes com o registro de 72 ofertas públicas iniciais de ações (IPO), e de US$ 28,5 bilhões em captação no primeiro semestre. O cenário é descrito por Alex Ibrahim, vice-presidente da Bolsa de Nova York (NYSE) para a América Latina.

— O investidor está reavaliando suas alocações. Ele tem começado a olhar o Brasil com outros olhos. E, como o dinheiro que está no mercado brasileiro é muito especulativo, o investidor prefere não correr tanto risco e apostar em um lugar com retorno mais garantido — disse ele, ao GLOBO.

Mas a perspectiva para o futuro é otimista. Ibrahim estima que quando “o barulho” dos protestos passar, o Brasil retomará a atratividade, assim como o americano retomou neste ano a avidez pelos investimentos.


NYSE brasileira


O aquecimento do mercado acionário americano também é sinal da retomada da economia do país, o que amplia a confiança do investidor nos EUA, e colabora com a decisão da alocação de recursos. Um sinal de que este aquecimento está em andamento é o número de IPOs feitos no segundo trimestre: do total de 72 entre janeiro e junho, 46 foram promovidos de abril a junho.

— Os investidores estão voltando para o mercado e estão em busca de oportunidades novas, de empresas novas para comprar. A demanda de negociação aqui em Nova York tem sido excelente — afirmou o brasileiro radicado nos Estados Unidos há duas décadas.

A ideia de a NYSE ter uma espécie de filial no Brasil, para concorrer com a soberana Bovespa, também ainda está de pé. Apesar de não ter detalhado o negócio, porque está “fora da alçada” do vice-presidente, Ibrahim explicou que a bolsa tem uma parceria com uma consultoria carioca para a elaboração de um novo sistema de negociação de ações.

— Mas a ideia não é uma competição com a Bovespa. Queremos entrar no Brasil para criar liquidez no mercado.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

5 dicas para fazer uma grande negociação


Toda grande venda nasce de uma negociação bem conduzida, diz especialista

Editado por Priscila Zuini, de

Dreamstime.com
Assinatura de contrato
5 dicas para negociar um grande contrato

Escrito por Mario Rodrigues, especialista em vendas

É uma ilusão acreditar que, para fechar um grande contrato, basta ter alguém interessado em vender e uma pessoa disposta a comprar. A negociação deve ser conduzida com maestria, é preciso saber ouvir as expectativas do cliente e tomar cuidados básicos com as palavras que serão utilizadas.

Gestos feitos com as mãos e a postura adotada diante de uma reunião de negócios também são fatores que podem influenciar e que devem ser estudados com cautela pelos empreendedores.

1.É importante entender quais são as alternativas do cliente, ou seja, se ele tem outras opções além de fechar com você e quais são elas. Ao enxergá-las, crie argumentos em cima daquilo que apenas a sua proposta tem e lembre-se: isso não se restringe a preços. 

Vale reforçar que os diferenciais da proposta são aquilo que o cliente informou ser importante para ele e o que é possível incluir no contrato.

2. Certifique-se de que está tratando do fechamento efetivo do contrato com o tomador de decisão. É muito comum, sobretudo em grandes projetos, que o comprador coloque barreiras no processo de venda e envie um auxiliar para negociar o contrato, como se fosse o responsável pela decisão final. Esse é o chamado falso fechamento. 
Nesses casos, o falso tomador de decisão costuma analisar o contrato e pede em troca concessões, entretanto, ao consegui-las, ele diz que precisa encaminhar a proposta ao superior, que, geralmente, pede novas concessões. Isso gera perda de tempo e energia. Busque caminhos para chegar diretamente a ele, sem ser agressivo, gaguejar ou ficar amedrontado.

3. Tenha bem claro o quanto a negociação é importante para você, porém evite que o cliente saiba dessa informação, transmita a impressão de que você sempre tem outras alternativas. Do contrário, isso pode te enfraquecer diante de contraposições firmes, como preço e desconto.

4. Faça concessões lentamente, pois tudo que é muito fácil perde valor.

5. Por fim, lembre-se sempre de que toda negociação acontece em uma rede de tensão. Ela só existe porque comprador e vendedor ainda não concordam plenamente com todos os pontos propostos. A intenção sempre será chegar a um acordo que beneficiará os dois lados. Por mais calorosa que seja, se o cliente está negociando, ele está interessado no contrato. Não tenha medo de negociar.

Mário Rodrigues é vendedor profissional, treinador de vendas e diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas).

Lei anticorrupção empresarial é sancionada





 





A presidente Dilma Rousseff sancionou ontem lei que endurece as regras para punição de empresas envolvidas em atos contra a administração pública. O texto cria novos mecanismos de responsabilização de pessoas jurídicas, nas esferas civil e administrativa, mas não altera, contudo, a legislação criminal.
                        

As normas, já chamadas pelo governo de "lei anticorrupção", também atingem empresas, fundações e associações estrangeiras.


As companhias ficam passíveis de multas de até 20% de seu faturamento bruto (ou de até R$ 60 milhões, caso o faturamento não possa ser calculado), dependendo da gravidade e dos valores envolvidos nas infrações.


A lei estabelece novos atos lesivos à administração pública, passíveis de punição direta da empresa, além das eventuais responsabilizações de seus dirigentes.

Entre eles: oferecer vantagem indevida a funcionário público ou pessoas a ele relacionada, como parentes; uso de laranjas; e fraude em licitações, incluindo acordos prévios com concorrentes.


A lei também cria o "acordo de leniência", uma espécie de delação premiada a empresas que identificarem outros envolvidos nas ilegalidades e ajudarem no fornecimento de documentos que ajudem a acelerar a investigação.


Caso cooperem, as empresas ficam livres da possibilidade de terem seus bens bloqueados ou mesmo de terem suas atividades suspensas. Além disso, a multa é reduzida em dois terços.
 

A lei sancionada por Dilma cria, ainda, o Cadastro Nacional de Empresas Punidas, que dará publicidade às pessoas jurídicas enquadradas na lei.
 

Atendendo recomendações da CGU, a presidente vetou três pontos do texto aprovado pelo Congresso depois de alterações de parlamentares.


Todos os vetos evitam brechas para punições mais brandas a empresas envolvidas em irregularidades.


O principal deles derruba um dispositivo que impedia a aplicação de multas acima do valor do serviço contratado. Assim, uma empresa poderia cometer série de irregularidades em um contrato de R$ 100 mil, e a multa não poderia exceder esse valor. Com a derrubada do veto, fica garantida a possibilidade de multa equivalente a 20% do faturamento bruto da empresa.


A presidente também derrubou pontos que exigiam a comprovação de dolo da empresa, que é incoerente com o espírito de responsabilização objetiva da lei. Para comprovar o dolo, teria que ser provado a intenção de pessoa jurídica, o que é impossível.

Outro ponto vetado possibilitava atenuar sanções contra a empresa, dependendo do grau de contribuição do servidor público para a fraude.

Balança comercial do ano tem pior déficit da história

 
 
Por Thiago Resende | Valor
Aaron McKenzie Fraser/Bloomberg
BRASÍLIA  -  Atualizada às 15h30

De janeiro a julho deste ano, a balança comercial registrou um déficit de US$ 4,989 bilhões. Esse é o pior saldo do comércio exterior do Brasil acumulado nos sete primeiros meses da série histórica do Ministério do Desenvolvi mento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), iniciada em 1993.

A conta do comércio internacional do país nesse mesmo período não era deficitária desde 1999, quando houve um déficit de US$ 578 milhões.

O desempenho no acumulado de 2013 é bem diferente do verificado em igual período de 2012, quando houve superávit de US$ 9,927 bilhões.

O déficit dos sete primeiros meses do ano é resultado de quatro meses de resultado negativo: janeiro (US$ 4 bilhões), fevereiro (US$ 1,3 bilhões), abril (US$ 995 milhões) e julho (US$ 1,897 bilhão). A balança comercial foi super avitária nos outros três meses: março (US$ 162 milhões), maio (US$ 760 milhões), junho (US$ 2,301 bilhões).

Uma das explicações do forte déficit no acumulado do ano é o registro de aproximadamente US$ 4,6 bilhões em importações de petróleo e derivados que ocorreram no fim de 2012, mas que foram registradas apenas em 2013.


Julho


Apenas no mês de julho a balança registrou déficit de US$ 1,897 bilhão. Esse é o pior resultado para o mês da série histórica do Mdic, iniciada em 1993.

Na comparação com igual mês do ano passado, o saldo do comércio exterior mostra uma inversão, pois em julho de 2012 houve superávit de US$ 2,866 bilhões.

Relatório do Mdic aponta que as vendas de bens nacionais para o exterior somaram US$ 20,807 bilhões em julho deste ano, ante US$ 21,003 bilhões no mesmo mês de 2012. As importações de julho alcançaram US$ 22,704 bilhões – acima do valor registrado no mesmo mês do ano passado, de US$ 18,137 bilhões.

(Thiago Resende | Valor)

Governo confirma queda das tarifas de importação


Por Lucas Marchesini, Leandra Peres e Edna Simão | Valor
 
Agência Brasil

BRASÍLIA  -  (Atualizada às 16h30) O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou nesta quinta-feira que o governo não renovará o aumento do Imposto de Importação (II) anunciado no fim de 2012, como adiantou o Valor.

O tributo foi aumentado para uma lista de cem produtos e vigora até o fim de setembro deste ano. As mercadorias beneficiadas vão desde batatas até insumos para a indústria química. Na ocasião, a lista foi editada após o Mercosul autorizar cem novas exceções à Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco.

Quando o governo aumentou a alíquota do II desses produtos, “a indústria brasileira estava sofrendo forte assédio de importações e o câmbio não era favorável”, explicou Mantega.

Agora, o país “tem condições de retornar às alíquotas anteriores, ou seja, reduzir as alíquotas atuais”, completou o ministro.

Graças à medida, “a indústria poderá obter insumos mais baratos e desta maneira ter mais competitividade”.


Realidade cambial


Mantega afirmou que “a realidade cambial [do Brasil] mudou” e portanto não fazia mais sentido manter as alíquotas mais altas do Imposto de Importação (II).  “Nossa realidade cambial mudou. Dólar se valorizou e não faz sentido manter essa elevação da tarifa de importação”, disse Mantega.

Em setembro do ano passado, a tarifa média do Imposto de Importação (II) de 8% a 12% passou para patamar em torno de 25%. A partir de outubro, voltarão ao patamar anterior uma redução média de 10 a 15 pontos percentuais.


Indústria


Ao justificar o fim da medida que beneficiava setores da indústria, o ministro Mantega afirmou que, com o cambio atual, "os setores ganharam uma defesa natural”. O ministro citou ainda o “problema criado pelo Fed [ao anunciar a revisão de estímulos monetários], que gera uma desvalorização passageira”.

Mantega mencionou ainda as diversas medidas em prol da indústria anunciadas pelo governo, como a desoneração da folha salarial para diversos setores e o Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
Ele informou ainda que o efeito da medida é deflacionário, já que “ou as indústrias que produzem no Brasil baixam o preço ou enfrentarão mais concorrência”.


(Lucas Marchesini, Leandra Peres e Edna Simão | Valor)