Empresas e indústrias estrangeiras, que costumam encontrar
dificuldades para se instalar no país, principalmente em matéria de
legislação e impedimentos burocráticos, buscam cada vez mais alianças
com escritórios locais de apoio e assessoria para superar esses
problemas, informaram nesta segunda-feira fontes do setor.
Como uma possibilidade a mais de expandir seu raio de ação e com a
segurança de contar com esse apoio fundamental, empresários, associações
e escritórios de advogados buscam parcerias com consultores
internacionais para facilitar a instalação de organizações estrangeiras
no país.
A Associação Brasileira de Empresas Certificadas em Saúde (ABEC
Saúde), por exemplo, assinou uma aliança com a especialista em assuntos
reguladores Larissa D’Andrea, profissional com forte atuação em assuntos
normativos da saúde e com experiência em grandes empresas
internacionais. A profissional em questão foi contratada para mediar o
contato com empresas estrangeiras da área de equipes e produtos de saúde
que desejam se instalar no país e que, é claro, possuíam dúvidas em
relação às questões reguladoras, principalmente sobre prazos e regras da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com Ruth Khairallah, presidente da ABEC Saúde, a entrada de
novas empresas no país traz inúmeros benefícios ao setor da saúde. “O
objetivo é diminuir a dependência que os estrangeiros têm de incubadoras
de registro localizadas no país. Isso seria bom porque a empresa viria
fisicamente ao Brasil, gerando empregos, pagando impostos e transferindo
tecnologia para o país”, explicou a presidente da ABEC Saúde à Agência
Efe.
Segundo Evaristo Araújo, diretor administrativo da ABEC, a associação
conta hoje com 120 associados e, de maneira indireta, teria auxiliado
entre 20% e 30% deste número com assessoria e consultoria para
multinacionais. “Hoje, a demora em conseguir a regularização total na
Anvisa é de cinco a sete anos. Queremos reduzir isso preparando as
empresas nacionais para receber os estrangeiros como ‘partnerships’
(parceiros), fato que reduzirá o fluxo de tempo”, afirmou. Na área
jurídica, a preocupação também aborda empresários da Europa e do Japão,
que desconhecem o sistema tributário brasileiro e necessitam de auxílio à
hora de investir no país.
O sócio diretor da Abe Advogados, Marcos Abe, que assessora um
importante grupo de companhias japonesas, apontou que as empresas
estrangeiras buscam informações detalhadas sobre a abertura de fábricas
não Brasil. “Fizemos um mapa sobre o plano de negócios de empresas, de
quais são as principais informações que elas necessitam nas áreas
tributária e trabalhista, além de incentivos fiscais e riscos de uma
mudança legislativa”, completou. Abe manifestou que “o sistema
tributário brasileiro é muito complexo e burocrático, dificultando muito
o entendimento para quem vem do exterior. Este é o principal
impedimento para a instalação no país”.
(EFE – 22/07/2013)
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