Para Pimentel, patamar atual do dólar está 'ótimo'
Gilberto Carvalho diz
que alta preocupa. Fazenda e BC combinam ações conjuntas para frear escalada da
moeda. E o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando
Pimentel, afirmou ontem que o câmbio está chegando ao patamar ideal para aumentar
a competitividade das empresas brasileiras. - Quando o dólar estava barato,
todo mundo reclamava que a indústria estava mal. Agora vão continuar
reclamando? O dólar está ótimo. Estamos chegando no ponto próximo ao ideal -
disse, no lançamento de um programa de investimento em cidades históricas.
A declaração vai
na contramão das preocupações do governo. Ontem, o ministro Guido Mantega
(Fazenda), e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, se falaram
várias vezes por telefone para combinar ações para conter a alta do dólar. A
ação em conjunto deve ser mantida, mas é cedo para novas medidas, na avaliação
da equipe econômica. A preocupação principal
é com o efeito sobre a inflação.
Na equipe
econômica, há técnicos que defendem que só o BC fale de câmbio, já que é o
órgão que opera no mercado e que tem mais credibilidade. Ontem, até o ministro
da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, externou preocupação com
a desvalorização do real. - Quando a gente olha o Brasil, a gente costuma olhar
como é que está o PIB, como é que está o dólar, que agora está preocupando
porque está subindo. A gente costuma olhar esses fatores como aqueles que dão
mais otimismo ou mais pessimismo - disse, em cerimônia sobre os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio no Palácio do Planalto.
A equipe
econômica tem medidas na manga: usar dinheiro das reservas internacionais para
irrigar o mercado à vista; reduzir alíquotas de importação para insumos;
aumentar compulsório sobre posição comprada dos bancos; e retirar o IOF sobre
capital de curto prazo para atrair recursos especulativos. Uma fonte do governo
faz o seguinte cálculo: se o Fed elevar os juros para algo entre 0,5% e 1,5%, o
BC terá de promover acréscimo na Selic de 2,5 a 3,5 pontos percentuais. Se nada for
feito, o dólar pode atingir R$ 3 no fim do ano.
(Fonte: O
Globo)
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