quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Para Pimentel, patamar atual do dólar está 'ótimo'

 
 
 
Gilberto Carvalho diz que alta preocupa. Fazenda e BC combinam ações conjuntas para frear escalada da moeda. E o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou ontem que o câmbio está chegando ao patamar ideal para aumentar a competitividade das empresas brasileiras. - Quando o dólar estava barato, todo mundo reclamava que a indústria estava mal. Agora vão continuar reclamando? O dólar está ótimo. Estamos chegando no ponto próximo ao ideal - disse, no lançamento de um programa de investimento em cidades históricas. 
 
 
A declaração vai na contramão das preocupações do governo. Ontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda), e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, se falaram várias vezes por telefone para combinar ações para conter a alta do dólar. A ação em conjunto deve ser mantida, mas é cedo para novas medidas, na avaliação da equipe econômica. A preocupação principal é com o efeito sobre a inflação. 
 
 
Na equipe econômica, há técnicos que defendem que só o BC fale de câmbio, já que é o órgão que opera no mercado e que tem mais credibilidade. Ontem, até o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, externou preocupação com a desvalorização do real. - Quando a gente olha o Brasil, a gente costuma olhar como é que está o PIB, como é que está o dólar, que agora está preocupando porque está subindo. A gente costuma olhar esses fatores como aqueles que dão mais otimismo ou mais pessimismo - disse, em cerimônia sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Palácio do Planalto. 
 
 
A equipe econômica tem medidas na manga: usar dinheiro das reservas internacionais para irrigar o mercado à vista; reduzir alíquotas de importação para insumos; aumentar compulsório sobre posição comprada dos bancos; e retirar o IOF sobre capital de curto prazo para atrair recursos especulativos. Uma fonte do governo faz o seguinte cálculo: se o Fed elevar os juros para algo entre 0,5% e 1,5%, o BC terá de promover acréscimo na Selic de 2,5 a 3,5 pontos percentuais. Se nada for feito, o dólar pode atingir R$ 3 no fim do ano. 
 
(Fonte: O Globo)

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