quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Clima econômico da América Latina é o pior em um ano, diz FGV/Ifo





















SÃO PAULO  -  
Piorou a avaliação de especialistas sobre as condições da economia da América Latina no trimestre encerrado em julho, de acordo com indicador apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o instituto alemão Ifo. 

As previsões de desaceleração do crescimento da China e seus efeitos nos preços de commodities possuem forte impacto em vários países latinos com forte dependência das exportações desses produtos, como é o caso do Chile e do Peru. “As previsões tendem a ser mais pessimistas quanto aos preços dos metais que são os principais produtos de exportação desses países. Logo, não é surpresa que a piora do clima econômico na Ásia e, em especial na China, tenha sido acompanhado por comportamento similar na América Latina”, diz a pesquisa de ambas as entidades.
O indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) – que tem como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES) – recuou de 5,2 para 4,4 pontos entre abril e julho, o menor nível desde julho de 2012. A piora decorreu de uma deterioração tanto no Indicador Ifo/FGV de Expectativas (IE), como no Indicador Ifo/FGV da Situação Atual (ISA). Ambos ficaram abaixo da média histórica dos últimos dez anos, sinalizando a entrada da região em uma fase desfavorável do ciclo econômico. O indicador é apurado com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países.
Sete dos 11 países latino-americanos analisados registraram clima econômico favorável. No entanto, apenas dois apresentaram melhora no indicador entre as pesquisas de abril e julho — Colômbia e Uruguai — e, um se manteve estável, a Bolívia. Todos os outros tiveram queda do Índice de Clima Econômico (ICE). 
Entre os que apresentaram índice desfavorável, ou seja, abaixo de cinco pontos, Argentina e Venezuela já estavam nessa situação em abril. Chama atenção a piora nas condições do Brasil e do Chile que passaram de uma zona favorável para desfavorável. No caso do Chile, o ICE recuou de 6,4 para 4,4 pontos e no Brasil, de 5,6 para 3,8 pontos.
A avaliação da situação atual permaneceu favorável em oito países, mas apenas no Uruguai o indicador subiu. Argentina, Brasil e Venezuela continuaram na zona de avaliação desfavorável. O Indicador Ifo/FGV de Expectativas foi favorável em quatro países — Bolívia, México, Paraguai e Colômbia —, mas só melhorou nesse último. Todos os outros países ficaram ou passaram para a região de expectativas desfavoráveis. Nesse último caso estão Brasil e o Peru. Ademais, mesmo os que já estavam com expectativas desfavoráveis em abril, registraram piora no indicador.
Mundo
O Indicador Ifo de Clima Econômico (ICE) para o Mundo teve pequena queda, de 5,4 para 5,2 pontos, mas continuou na zona de avaliação favorável. Houve, no entanto, considerável heterogeneidade entre os resultados das principais regiões. Nos Estados Unidos e na União Europeia, foi registrado aumento no ICE (ambos em zona favorável), puxado principalmente pela melhora nas expectativas. Já a Ásia apresentou tendência similar à da América Latina, com queda expressiva do ICE, de 6,1 para 5,1 pontos. Embora tanto a avaliação da situação atual e das expectativas tenham piorado na Ásia, a maior queda foi no Indicador Ifo de Expectativas que passou de 7,1 para 5,7 pontos.
O comportamento diferenciado das regiões é ilustrado pelos resultados de países selecionados. Enquanto os países europeus e os Estados Unidos estão melhorando o clima econômico, os países asiáticos pioraram. Em adição, todos os Brics registraram queda no ICE e estão agora na zona desfavorável. Deste grupo, os piores resultados foram os do Brasil e da África do Sul.
(Valor)

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