Segundo executivo da empresa, a produção ficou "economicamente e financeiramente inviável"
São Paulo - A General Motors
decidiu antecipar o fim da produção do sedã Classic na fábrica de São
José dos Campos (SP), antes previsto para dezembro. Com isso, a empresa
espera que os cerca de 850 funcionários e alguns agregados do setor
entrem num Programa de Demissão Voluntária (PDV), do contrário, serão
dispensados e receberão apenas a indenização prevista em lei.
Na sexta-feira, 16, o diretor de assuntos institucionais da GM, Luiz
Moan, se reuniu com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos local,
Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, para comunicar a decisão. Segundo o
executivo, a produção ficou "economicamente e financeiramente
inviável". Até meados de junho eram produzidas em média 150 unidades do
Classic por dia.
A linha - a última que produz automóveis no complexo do Vale do Paraíba
- está parada desde 22 de julho, quando a empresa deu férias coletivas
aos trabalhadores e, depois, licença remunerada, estendida até dia 30
deste mês. Nesse intervalo, obteve 178 adesões ao PDV.
"A GM está rasgando um acordo feito em janeiro, exaustivamente
negociado entre as partes, na presença de representantes da Prefeitura e
dos governos do Estado e Federal", disse Macapá. "Vamos avaliar se
recorremos à Justiça, mas na quarta-feira faremos assembleia que
definirá novos protestos."
O acordo previa a manutenção dos empregos e da produção do Classic em
São José até 31 de dezembro. O carro também é produzido em São Caetano
do Sul (SP) e na Argentina e vende, em média, 10 mil unidades por mês no
Brasil.
Outros três veículos feitos no Vale do Paraíba -Corsa, Meriva a Zafira-
saíram de linha em 2012. Desde então, a GM discute o futuro da unidade e
dos funcionários. O complexo abriga outras fábricas que produzem a S10,
Trailblazer, motores, componentes e kits para exportação. Na
sexta-feira, a empresa e o sindicato voltam a se reunir.
Macapá promete ir a Brasília falar com representantes do governo
federal. "É inadmissível que a empresa, embora esteja aumentando suas
vendas e obtendo todo tipo de benefícios fiscais por parte do governo
Dilma, decida romper um acordo e acabar com a produção de toda uma
fábrica."
Como parte de um acerto com o sindicato, a GM já definiu a fábrica de
São José dos Campos para receber um investimento de R$ 2,5 bilhões para a
produção de um novo carro global. Esse projeto, contudo, depende da
aprovação da matriz americana que, segundo Moan, ainda avalia se o
Brasil será escolhido para abrigar o carro global, provavelmente um
compacto. Outros dois países estariam na disputa. "Se o projeto for
aprovado para o Brasil, será na fábrica de São José", disse.
Paralisação
Em negociação salarial, funcionários da Ford de Camaçari (BA)atrasaram a
entrada na fábrica por 3 horas na quinta-feira, 15, e prometem novos
protestos. O complexo tem 9,7 mil funcionários, entre pessoal da Ford e
das autopeças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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