sábado, 3 de agosto de 2013

Protestos e crise tiram do país investidor estrangeiro

Bovespa

  • Fundos estão voltando para Wall Street, diz chefe da Bolsa de NY
Roberta Scrivano (Email · Facebook · Twitter)
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SÃO PAULO A insatisfação do brasileiro expressa nas manifestações iniciadas em junho, e o cenário econômico mais nebuloso estão espantando os estrangeiros da bolsa brasileira. Em vez de manter ações de empresas do Brasil em carteira, o investidor está realocando seus recursos, sobretudo no mercado nova-iorquino, que bateu recordes com o registro de 72 ofertas públicas iniciais de ações (IPO), e de US$ 28,5 bilhões em captação no primeiro semestre. O cenário é descrito por Alex Ibrahim, vice-presidente da Bolsa de Nova York (NYSE) para a América Latina.

— O investidor está reavaliando suas alocações. Ele tem começado a olhar o Brasil com outros olhos. E, como o dinheiro que está no mercado brasileiro é muito especulativo, o investidor prefere não correr tanto risco e apostar em um lugar com retorno mais garantido — disse ele, ao GLOBO.

Mas a perspectiva para o futuro é otimista. Ibrahim estima que quando “o barulho” dos protestos passar, o Brasil retomará a atratividade, assim como o americano retomou neste ano a avidez pelos investimentos.


NYSE brasileira


O aquecimento do mercado acionário americano também é sinal da retomada da economia do país, o que amplia a confiança do investidor nos EUA, e colabora com a decisão da alocação de recursos. Um sinal de que este aquecimento está em andamento é o número de IPOs feitos no segundo trimestre: do total de 72 entre janeiro e junho, 46 foram promovidos de abril a junho.

— Os investidores estão voltando para o mercado e estão em busca de oportunidades novas, de empresas novas para comprar. A demanda de negociação aqui em Nova York tem sido excelente — afirmou o brasileiro radicado nos Estados Unidos há duas décadas.

A ideia de a NYSE ter uma espécie de filial no Brasil, para concorrer com a soberana Bovespa, também ainda está de pé. Apesar de não ter detalhado o negócio, porque está “fora da alçada” do vice-presidente, Ibrahim explicou que a bolsa tem uma parceria com uma consultoria carioca para a elaboração de um novo sistema de negociação de ações.

— Mas a ideia não é uma competição com a Bovespa. Queremos entrar no Brasil para criar liquidez no mercado.

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