Em entrevista a jornal, novo presidente da BRF afirma que pretende criar uma empresa global do setor
São Paulo – Na semana em que foi nomeado presidente da BRF,
Claudio Galeazzi já começa a mostrar o caminho que pretende seguir. Em
entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o executivo afirmou que
pretende transformar a BRF em uma Ambev do setor de alimentos.
“O benchmark seria a Ambev”, afirmou Galeazzi, na conversa,
referindo-se à cervejaria dona de marcas como Antarctica, Brahma e Skol,
e controlada pelo trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
Assim como a Ambev, a BRF de Galeazzi quer ser uma empresa global, com
forte presença em mercados tidos como estratégicos. Na entrevista ao
jornal, o executivo afirmou que há dois caminhos para chegar lá:
construir uma fábrica e desenvolver uma marca; ou comprar uma operação
já implantada. Ao jornal, Galeazzi disse preferir o caminho da
aquisição. “Poupa muito trabalho”, afirmou.
Galeazzi afirmou que a BRF tem condições de se internacionalizar, mesmo após as brasileiras Marfrig e JBS,
cuja origem são os frigoríficos de carne bovina, terem ido às compras
no exterior. Para tanto, o novo presidente conta com o endividamento
“modesto” da BRF, que lhe permitiria mais “alavancagem” – o jargão para
contrair mais dívidas, com o objetivo de crescer.
Mas há outro aspecto do modelo da Ambev que Galeazzi vai levar para a
BRF – a meritocracia. De acordo com o executivo, será criado um sistema
“agressivo” de remuneração, “parrudo”, mas com foco em resultados. O
modelo conta com o apoio de Abilio Diniz, presidente do conselho de
administração da BRF, e foi implantado também no Pão de Açúcar, na época
em que Diniz era seu controlador e Galeazzi, o presidente-executivo.
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