Por André Borges e Leandra Peres | Valor
BRASÍLIA - Atualizada às 16h10
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), Luciano Coutinho, disse que o banco de fomento não fez nenhuma
alteração de contrato ou deu tratamento privilegiado ao Grupo EBX, por conta de
financiamentos oferecidos à empresa controlada pelo empresário Eike Batista.
Coutinho voltou a dizer que o BNDES possui “todas as garantias” para receber
seus aportes, “inclusive fianças bancárias, que protegem os créditos do BNDES”.
Coutinho, que participou de audiência da Comissão de Assuntos Econômicos
(CAE) do Senado, foi insistentemente questionado pelos parlamentares, em
relação a empréstimos e operações feitas com as empresas de Eike.
A BNDESPar, empresa de participações do banco, é dona de 0,66% do capital da
mineradora MMX e 0,26% da OGX.
Crédito
Coutinho afirmou que o banco tem, atualmente, R$ 6 bilhões contratados pelo
Grupo EBX.
“Nós aprovamos empréstimos [para o Grupo EBX] numa escala de R$ 10 bilhões.
Isso foi transparente. Os empréstimos efetivamente contratados giram em torno
de R$ 6 bilhões e, nesse momento, uma parte expressiva está migrando para
outras companhias”, disse ele.
“Uma vez que as companhias que nós financiamos estão sendo objeto de
transferência para outros investidores, todo esse volume vai estar equacionado.
Os novos investidores levarão adiante os projetos e, portanto, assumirão
esses financiamentos”, disse o presidente do BNDES.
Uma “parcela majoritária” dos R$ 6 bilhões contratados pelo grupo de Eike
Batista, segundo Coutinho, já foi repassada para a alemã E.ON, que anunciou
aumento na sua participação na empresa de energia MPX.
Reestruturação
Na mesma audiência, o executivo disse mais cedo que o banco de fomento não
tem interferência no processo de reestruturação do |Grupo EBX e que os ajustes
no conglomerado serão feitos pelo mercado.
Coutinho explicou que os créditos do BNDES se concentram em energia e em logística. No caso
da MPX, a alemã E.ON já anunciou aumento na sua participação no capital da
empresa e equacionou "boa parte das dívidas com o BNDES". Quanto à
LLX, a transferência do controle para um fundo de investimento vai colaborar
para "equacionar outra parcela grande da dívida". Ele lembrou que o
BNDES não foi o único investidor nesses projetos.
Na avaliação do presidente do banco de fomento, as empresas têm ativos e a
reestruturação que vem sendo feita tem mostrado que a venda desses ativos é
suficiente para cobrir os riscos.
Coutinho também disse estar bastante confortável com as garantias oferecidas
pelo Grupo X e que a reestruturação não terá impacto relevante sobre a
capacidade de empréstimos do BNDES.
O presidente do BNDES disse que o banco não teve, “até o momento”, nenhum
prejuízo com o grupo de Eike Batista, que tem enfrentado uma série de
dificuldades financeiras.
(André Borges e Leandra Peres | Valor)
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