“Certamente há um desafio de curto
prazo que precisa ser ponderado, de ajudar a estabilizar e evitar
pressões inflacionárias inconvenientes, derivadas de depreciação muito
aguda da taxa de câmbio, que não nos interessa. É importante lembrar que
às vezes um câmbio episodicamente depreciado pode parecer uma vantagem,
mas depois, por conta de sequelas inflacionárias, o ganho real pode se
perder na inflação.
Então, é preferível ter ganhos sustentáveis de
câmbio real”.
Coutinho participou do 32º Encontro
Nacional de Comércio Exterior (Enaex), que vai até amanhã no Píer Mauá,
na região portuária do Rio. De acordo com ele, o governo está
trabalhando para melhorar a competitividade, mas ela não pode se basear
apenas na taxa de câmbio. “Ao contrário, nós temos que criar fundamentos
de médio e longo prazo que permitam atravessar períodos mais favoráveis
e menos favoráveis, sem que a estratégia exportadora seja afetada de
maneira significativa”.
Coutinho disse que o Brasil tem bons
fundamentos e um amplo “colchão de reservas” e que é necessário ter um
pouco de tranquilidade para deixar passar o momento de nervosismo para o
dólar estabilizar.
“Para o exportador, nós precisamos
pensar no câmbio real e temos que pensar nas sequelas de inflação, não
podemos de uma maneira ilusória pensar apenas na taxa nominal, que pode
ser episódica. Então, do meu ponto de vista modesto, se o câmbio nominal
estabilizar em um nível um pouco mais baixo, entre R$ 2,20 e R$ 2,35,
ele é mais sustentável, em termos de ganho de médio e longo prazo do que
o atual”, disse.
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