terça-feira, 27 de agosto de 2013

O networking está sempre presente na vida das mulheres empreendedoras, mas não é o mesmo tipo de networking que os círculos tradicionais de negócios conhecem.
Em algumas conversas que tive sobre empreendedorismo, um tópico comum é a dificuldade para se encontrar mulheres empresárias. Uma reclamação constante dos recrutadores é que nós não participamos de eventos e não fazemos networking, o que torna quase impossível nos conhecer.
De acordo com um estudo do Business Insider, as mulheres recebem apenas 4,2% dos fundos de Venture Capital. Outra pesquisa, realizada pela Endeavor com a UNCTAD, reforça que mulheres participam menos de associações e entidades de classe do que homens.
Estes dados traduzem um pouco a realidade da nossa rotina executiva.
O que os dados não mostram, é que o networking é sempre presente na vida das mulheres que empreendem, mas não o mesmo networking que os círculos de negócios estão acostumados.
Nossa rede é recheada de professoras da escola das crianças, de mães dos amigos dos nossos filhos, de pediatras e até mesmo de babás da vizinhança.
A mulher empreendedora muitas vezes é mais velha que o homem empreendedor. Pois ela esperou nascerem os filhos, eles crescerem um pouco e aí sim mergulhou em sua carreira. Mas isso traz junto uma carga que talvez seja de difícil entendimento para os homens em geral e praticamente impossível para os jovens de startups e aceleradoras.
Pensem em um dia razoavelmente comum na vida da empreendedora:
Após vestir qualquer coisa por cima do pijama, ouvir seu nome e apelidos 50 vezes – “manhê cadê meu tênis?”, “manhê, não consigo prender meu cabelo”, “amor, que horas é o balé hoje?”, consegue-se partir para a escola.
Voltar para casa depois disso é uma dádiva. Ter tempo para tomar banho e se arrumar com calma, faz o dia certamente começar muito melhor, pena que nem sempre isso é possível.
Já no caminho do trabalho, liga uma colega mãe e lhe pergunta: Você já comprou a roupa pra festa de junho na escola? Aí a empreendedora puxa lá no fundo da memória que festa seria esta, consegue lembrar, mas daí pra saber que tinha uma roupa especial... Ela telefona pra escola para perguntar que roupa é esta que precisaria comprar. Descobre em cima da hora que não terá tempo de ir atrás disso e, graças ao seu networking com as mães, que agora são também suas amigas, irmãs, motoristas e tudo mais que ela precisa, resolve o problema da roupa pedindo para que quando fossem comprar pros seus filhos, comprassem pros seus também.
Ufa! Finalmente o dia começa, não antes da funcionária do lar lembrá-la com veemência que acabou o sabão em pó e que deste jeito não ia dar pra lavar a roupa hoje. A empreendedora, que nunca tem um tostão na carteira, leva a funcionária ao caixa automático da esquina para tirar um dinheiro para que ela possa ir ao mercado. Claro que nestas horas não serão mais R$ 5,89 do sabão apenas (sim, nós sabemos o preço do sabão em pó), agora ela irá comprar mais “umas coisinhas” que estão faltando também. Mas isso já daria outro texto.
Agora sim! Três, quatro horas de trabalho sem interrupção! Todos os problemas de clientes, pagamentos, funcionários, são plenamente solúveis.
Até que chega o horário do almoço. Aquele horário que os empreendedores comuns saem para almoçar e fazer, como é mesmo o nome? Networking!
Coincidentemente, as mulheres que eu conheço que tem cargos executivos não gostam de sair para almoçar. Gostam mesmo de comer qualquer coisa rápida, de preferência na mesa, utilizando este intervalo de valioso silêncio para responder e-mails, pagar contas e planejar a agenda de casa.
Com o dia seguindo normalmente, o único telefonema que ela irá receber quando as crianças voltarem da escola será: O fulaninho me bateu! Comentário que ela fingirá dar toda a atenção e esquecerá 5 minutos depois.
Então o dia passa: Balé, reunião de planejamento, futebol, pipeline de vendas, natação, entrevista com estagiários, inglês, treinamento gerencial, o fulaninho me bateu, de novo! Tudo isso já está na rotina e na logística caótica que a empreendedora administra.
Se tudo correr bem, nenhuma rede mais precisará ser ativada. Mas com crianças pequenas, nunca se sabe. Um voltou da escola com dor de garganta e o outro pode estar passando mal. Aí a empreendedora irá ativar toda a rede das amigas, das funcionárias do lar, dos médicos e de todo mundo que der brecha para ajudá-la. Pois ela terá que refazer toda a agenda do dia e resolver o problema mais importante: A saúde dos pequenos.
Entender esta rotina é fundamental para que se possam encontrar estas mulheres de sucesso. Adequar os horários de eventos é apenas uma das necessidades.
O levantamento da UNCTAD aponta que são elas que trazem mais inovação ao setor de serviços, área que já responde por 60% do PIB do país e apresenta maior potencial de crescimento. Então se quisermos realmente investir neste crescimento, precisaremos de um esforço extra para encontrar estas mulheres, fazendo visitas pessoais e não implementando ainda mais compromissos em suas agendas.
Poxa, mas e o happy hour? Não dá para pelo menos nesta hora participar de algum evento? Digam-me, o que tem de mais happy às oito da noite, que sentar no sofá para assistir Carrossel com um filho de cada lado?
 
Paula Bromfman Puppi é sócia e CEO da Blinks.
- See more at: http://www.endeavor.org.br/artigos/marketing-vendas/networking/o-networking-das-mulheres-empreendedoras?utm_source=Akna&utm_medium=Disparo&utm_content=27.08.2013&utm_campaign=Conteudo#sthash.cdR9ixKg.dpuf
O networking está sempre presente na vida das mulheres empreendedoras, mas não é o mesmo tipo de networking que os círculos tradicionais de negócios conhecem.
Em algumas conversas que tive sobre empreendedorismo, um tópico comum é a dificuldade para se encontrar mulheres empresárias. Uma reclamação constante dos recrutadores é que nós não participamos de eventos e não fazemos networking, o que torna quase impossível nos conhecer.
De acordo com um estudo do Business Insider, as mulheres recebem apenas 4,2% dos fundos de Venture Capital. Outra pesquisa, realizada pela Endeavor com a UNCTAD, reforça que mulheres participam menos de associações e entidades de classe do que homens.
Estes dados traduzem um pouco a realidade da nossa rotina executiva.
O que os dados não mostram, é que o networking é sempre presente na vida das mulheres que empreendem, mas não o mesmo networking que os círculos de negócios estão acostumados.
Nossa rede é recheada de professoras da escola das crianças, de mães dos amigos dos nossos filhos, de pediatras e até mesmo de babás da vizinhança.
A mulher empreendedora muitas vezes é mais velha que o homem empreendedor. Pois ela esperou nascerem os filhos, eles crescerem um pouco e aí sim mergulhou em sua carreira. Mas isso traz junto uma carga que talvez seja de difícil entendimento para os homens em geral e praticamente impossível para os jovens de startups e aceleradoras.
Pensem em um dia razoavelmente comum na vida da empreendedora:
Após vestir qualquer coisa por cima do pijama, ouvir seu nome e apelidos 50 vezes – “manhê cadê meu tênis?”, “manhê, não consigo prender meu cabelo”, “amor, que horas é o balé hoje?”, consegue-se partir para a escola.
Voltar para casa depois disso é uma dádiva. Ter tempo para tomar banho e se arrumar com calma, faz o dia certamente começar muito melhor, pena que nem sempre isso é possível.
Já no caminho do trabalho, liga uma colega mãe e lhe pergunta: Você já comprou a roupa pra festa de junho na escola? Aí a empreendedora puxa lá no fundo da memória que festa seria esta, consegue lembrar, mas daí pra saber que tinha uma roupa especial... Ela telefona pra escola para perguntar que roupa é esta que precisaria comprar. Descobre em cima da hora que não terá tempo de ir atrás disso e, graças ao seu networking com as mães, que agora são também suas amigas, irmãs, motoristas e tudo mais que ela precisa, resolve o problema da roupa pedindo para que quando fossem comprar pros seus filhos, comprassem pros seus também.
Ufa! Finalmente o dia começa, não antes da funcionária do lar lembrá-la com veemência que acabou o sabão em pó e que deste jeito não ia dar pra lavar a roupa hoje. A empreendedora, que nunca tem um tostão na carteira, leva a funcionária ao caixa automático da esquina para tirar um dinheiro para que ela possa ir ao mercado. Claro que nestas horas não serão mais R$ 5,89 do sabão apenas (sim, nós sabemos o preço do sabão em pó), agora ela irá comprar mais “umas coisinhas” que estão faltando também. Mas isso já daria outro texto.
Agora sim! Três, quatro horas de trabalho sem interrupção! Todos os problemas de clientes, pagamentos, funcionários, são plenamente solúveis.
Até que chega o horário do almoço. Aquele horário que os empreendedores comuns saem para almoçar e fazer, como é mesmo o nome? Networking!
Coincidentemente, as mulheres que eu conheço que tem cargos executivos não gostam de sair para almoçar. Gostam mesmo de comer qualquer coisa rápida, de preferência na mesa, utilizando este intervalo de valioso silêncio para responder e-mails, pagar contas e planejar a agenda de casa.
Com o dia seguindo normalmente, o único telefonema que ela irá receber quando as crianças voltarem da escola será: O fulaninho me bateu! Comentário que ela fingirá dar toda a atenção e esquecerá 5 minutos depois.
Então o dia passa: Balé, reunião de planejamento, futebol, pipeline de vendas, natação, entrevista com estagiários, inglês, treinamento gerencial, o fulaninho me bateu, de novo! Tudo isso já está na rotina e na logística caótica que a empreendedora administra.
Se tudo correr bem, nenhuma rede mais precisará ser ativada. Mas com crianças pequenas, nunca se sabe. Um voltou da escola com dor de garganta e o outro pode estar passando mal. Aí a empreendedora irá ativar toda a rede das amigas, das funcionárias do lar, dos médicos e de todo mundo que der brecha para ajudá-la. Pois ela terá que refazer toda a agenda do dia e resolver o problema mais importante: A saúde dos pequenos.
Entender esta rotina é fundamental para que se possam encontrar estas mulheres de sucesso. Adequar os horários de eventos é apenas uma das necessidades.
O levantamento da UNCTAD aponta que são elas que trazem mais inovação ao setor de serviços, área que já responde por 60% do PIB do país e apresenta maior potencial de crescimento. Então se quisermos realmente investir neste crescimento, precisaremos de um esforço extra para encontrar estas mulheres, fazendo visitas pessoais e não implementando ainda mais compromissos em suas agendas.
Poxa, mas e o happy hour? Não dá para pelo menos nesta hora participar de algum evento? Digam-me, o que tem de mais happy às oito da noite, que sentar no sofá para assistir Carrossel com um filho de cada lado?
 
Paula Bromfman Puppi é sócia e CEO da Blinks.
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Em algumas conversas que tive sobre empreendedorismo, um tópico comum é a dificuldade para se encontrar mulheres empresárias. Uma reclamação constante dos recrutadores é que nós não participamos de eventos e não fazemos networking, o que torna quase impossível nos conhecer.
De acordo com um estudo do Business Insider, as mulheres recebem apenas 4,2% dos fundos de Venture Capital. Outra pesquisa, realizada pela Endeavor com a UNCTAD, reforça que mulheres participam menos de associações e entidades de classe do que homens.
Estes dados traduzem um pouco a realidade da nossa rotina executiva.
O que os dados não mostram, é que o networking é sempre presente na vida das mulheres que empreendem, mas não o mesmo networking que os círculos de negócios estão acostumados.
Nossa rede é recheada de professoras da escola das crianças, de mães dos amigos dos nossos filhos, de pediatras e até mesmo de babás da vizinhança.
A mulher empreendedora muitas vezes é mais velha que o homem empreendedor. Pois ela esperou nascerem os filhos, eles crescerem um pouco e aí sim mergulhou em sua carreira. Mas isso traz junto uma carga que talvez seja de difícil entendimento para os homens em geral e praticamente impossível para os jovens de startups e aceleradoras.
Pensem em um dia razoavelmente comum na vida da empreendedora:
Após vestir qualquer coisa por cima do pijama, ouvir seu nome e apelidos 50 vezes – “manhê cadê meu tênis?”, “manhê, não consigo prender meu cabelo”, “amor, que horas é o balé hoje?”, consegue-se partir para a escola.
Voltar para casa depois disso é uma dádiva. Ter tempo para tomar banho e se arrumar com calma, faz o dia certamente começar muito melhor, pena que nem sempre isso é possível.
Já no caminho do trabalho, liga uma colega mãe e lhe pergunta: Você já comprou a roupa pra festa de junho na escola? Aí a empreendedora puxa lá no fundo da memória que festa seria esta, consegue lembrar, mas daí pra saber que tinha uma roupa especial... Ela telefona pra escola para perguntar que roupa é esta que precisaria comprar. Descobre em cima da hora que não terá tempo de ir atrás disso e, graças ao seu networking com as mães, que agora são também suas amigas, irmãs, motoristas e tudo mais que ela precisa, resolve o problema da roupa pedindo para que quando fossem comprar pros seus filhos, comprassem pros seus também.
Ufa! Finalmente o dia começa, não antes da funcionária do lar lembrá-la com veemência que acabou o sabão em pó e que deste jeito não ia dar pra lavar a roupa hoje. A empreendedora, que nunca tem um tostão na carteira, leva a funcionária ao caixa automático da esquina para tirar um dinheiro para que ela possa ir ao mercado. Claro que nestas horas não serão mais R$ 5,89 do sabão apenas (sim, nós sabemos o preço do sabão em pó), agora ela irá comprar mais “umas coisinhas” que estão faltando também. Mas isso já daria outro texto.
Agora sim! Três, quatro horas de trabalho sem interrupção! Todos os problemas de clientes, pagamentos, funcionários, são plenamente solúveis.
Até que chega o horário do almoço. Aquele horário que os empreendedores comuns saem para almoçar e fazer, como é mesmo o nome? Networking!
Coincidentemente, as mulheres que eu conheço que tem cargos executivos não gostam de sair para almoçar. Gostam mesmo de comer qualquer coisa rápida, de preferência na mesa, utilizando este intervalo de valioso silêncio para responder e-mails, pagar contas e planejar a agenda de casa.
Com o dia seguindo normalmente, o único telefonema que ela irá receber quando as crianças voltarem da escola será: O fulaninho me bateu! Comentário que ela fingirá dar toda a atenção e esquecerá 5 minutos depois.
Então o dia passa: Balé, reunião de planejamento, futebol, pipeline de vendas, natação, entrevista com estagiários, inglês, treinamento gerencial, o fulaninho me bateu, de novo! Tudo isso já está na rotina e na logística caótica que a empreendedora administra.
Se tudo correr bem, nenhuma rede mais precisará ser ativada. Mas com crianças pequenas, nunca se sabe. Um voltou da escola com dor de garganta e o outro pode estar passando mal. Aí a empreendedora irá ativar toda a rede das amigas, das funcionárias do lar, dos médicos e de todo mundo que der brecha para ajudá-la. Pois ela terá que refazer toda a agenda do dia e resolver o problema mais importante: A saúde dos pequenos.
Entender esta rotina é fundamental para que se possam encontrar estas mulheres de sucesso. Adequar os horários de eventos é apenas uma das necessidades.
O levantamento da UNCTAD aponta que são elas que trazem mais inovação ao setor de serviços, área que já responde por 60% do PIB do país e apresenta maior potencial de crescimento. Então se quisermos realmente investir neste crescimento, precisaremos de um esforço extra para encontrar estas mulheres, fazendo visitas pessoais e não implementando ainda mais compromissos em suas agendas.
Poxa, mas e o happy hour? Não dá para pelo menos nesta hora participar de algum evento? Digam-me, o que tem de mais happy às oito da noite, que sentar no sofá para assistir Carrossel com um filho de cada lado?

Paula Bromfman Puppi é sócia e CEO da Blinks.
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De acordo com um estudo do Business Insider, as mulheres recebem apenas 4,2% dos fundos de Venture Capital. Outra pesquisa, realizada pela Endeavor com a UNCTAD, reforça que mulheres participam menos de associações e entidades de classe do que homens.
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O que os dados não mostram, é que o networking é sempre presente na vida das mulheres que empreendem, mas não o mesmo networking que os círculos de negócios estão acostumados.
Nossa rede é recheada de professoras da escola das crianças, de mães dos amigos dos nossos filhos, de pediatras e até mesmo de babás da vizinhança.
A mulher empreendedora muitas vezes é mais velha que o homem empreendedor. Pois ela esperou nascerem os filhos, eles crescerem um pouco e aí sim mergulhou em sua carreira. Mas isso traz junto uma carga que talvez seja de difícil entendimento para os homens em geral e praticamente impossível para os jovens de startups e aceleradoras.
Pensem em um dia razoavelmente comum na vida da empreendedora:
Após vestir qualquer coisa por cima do pijama, ouvir seu nome e apelidos 50 vezes – “manhê cadê meu tênis?”, “manhê, não consigo prender meu cabelo”, “amor, que horas é o balé hoje?”, consegue-se partir para a escola.
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Já no caminho do trabalho, liga uma colega mãe e lhe pergunta: Você já comprou a roupa pra festa de junho na escola? Aí a empreendedora puxa lá no fundo da memória que festa seria esta, consegue lembrar, mas daí pra saber que tinha uma roupa especial... Ela telefona pra escola para perguntar que roupa é esta que precisaria comprar. Descobre em cima da hora que não terá tempo de ir atrás disso e, graças ao seu networking com as mães, que agora são também suas amigas, irmãs, motoristas e tudo mais que ela precisa, resolve o problema da roupa pedindo para que quando fossem comprar pros seus filhos, comprassem pros seus também.
Ufa! Finalmente o dia começa, não antes da funcionária do lar lembrá-la com veemência que acabou o sabão em pó e que deste jeito não ia dar pra lavar a roupa hoje. A empreendedora, que nunca tem um tostão na carteira, leva a funcionária ao caixa automático da esquina para tirar um dinheiro para que ela possa ir ao mercado. Claro que nestas horas não serão mais R$ 5,89 do sabão apenas (sim, nós sabemos o preço do sabão em pó), agora ela irá comprar mais “umas coisinhas” que estão faltando também. Mas isso já daria outro texto.
Agora sim! Três, quatro horas de trabalho sem interrupção! Todos os problemas de clientes, pagamentos, funcionários, são plenamente solúveis.
Até que chega o horário do almoço. Aquele horário que os empreendedores comuns saem para almoçar e fazer, como é mesmo o nome? Networking!
Coincidentemente, as mulheres que eu conheço que tem cargos executivos não gostam de sair para almoçar. Gostam mesmo de comer qualquer coisa rápida, de preferência na mesa, utilizando este intervalo de valioso silêncio para responder e-mails, pagar contas e planejar a agenda de casa.
Com o dia seguindo normalmente, o único telefonema que ela irá receber quando as crianças voltarem da escola será: O fulaninho me bateu! Comentário que ela fingirá dar toda a atenção e esquecerá 5 minutos depois.
Então o dia passa: Balé, reunião de planejamento, futebol, pipeline de vendas, natação, entrevista com estagiários, inglês, treinamento gerencial, o fulaninho me bateu, de novo! Tudo isso já está na rotina e na logística caótica que a empreendedora administra.
Se tudo correr bem, nenhuma rede mais precisará ser ativada. Mas com crianças pequenas, nunca se sabe. Um voltou da escola com dor de garganta e o outro pode estar passando mal. Aí a empreendedora irá ativar toda a rede das amigas, das funcionárias do lar, dos médicos e de todo mundo que der brecha para ajudá-la. Pois ela terá que refazer toda a agenda do dia e resolver o problema mais importante: A saúde dos pequenos.
Entender esta rotina é fundamental para que se possam encontrar estas mulheres de sucesso. Adequar os horários de eventos é apenas uma das necessidades.
O levantamento da UNCTAD aponta que são elas que trazem mais inovação ao setor de serviços, área que já responde por 60% do PIB do país e apresenta maior potencial de crescimento. Então se quisermos realmente investir neste crescimento, precisaremos de um esforço extra para encontrar estas mulheres, fazendo visitas pessoais e não implementando ainda mais compromissos em suas agendas.
Poxa, mas e o happy hour? Não dá para pelo menos nesta hora participar de algum evento? Digam-me, o que tem de mais happy às oito da noite, que sentar no sofá para assistir Carrossel com um filho de cada lado?
 
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