segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Petrobras: Maior parte do plano de venda de ativos ocorrerá em 2013


Por Rodrigo Polito, Marta Nogueira, Rafael Rosas e Cláudia Schüffner | Valor
 
Canal Petrobras

RIO  -  (Atualizada às 15h03) A maior parte do plano de desinvestimentos da Petrobras será executada neste ano, segundo o diretor-financeiro e de Relações com Investidores, Almir Barbassa. A companhia mantém a meta do plano, de se desfazer de US$ 9,9 bilhões em ativos em 2013.

“Temos trabalhado intensamente nesses projetos [de desinvestimentos] e esperamos que nós próximos meses possamos dar mais informações”, afirmou o executivo, durante teleconferência com analistas sobre os resultados do segundo trimestre de 2013.

Barbassa disse ainda que o caixa da companhia fechou o segundo trimestre em US$ 32,8 bilhões, o que é suficiente para garantir os investimentos necessários da companhia até o fim do ano.
“Poderíamos dizer que estamos com a captação do ano completa”, disse o diretor. “Qualquer nova captação seria destinada a pré-pagamento ou a pré-funding para o ano que vem.” A companhia realizou no segundo trimestre uma captação líquida de US$ 15,1 bilhões.


Preços internos


Barbassa comentou ainda que a Petrobras tenta negociar um reajuste do preço dos combustíveis no mercado interno. "Este é um assunto que estamos trabalhando intensamente, no sentido de buscar um ajuste ou alinhamento dos preços domésticos com internacionais”, afirmou.

Na hipótese de a estatal não conseguir aumentar o preço dos derivados no mercado doméstico, o diretor prevê que o nível de alavancagem da companhia deve crescer até o fim do ano, mesmo em condições estáveis de mercado.


Hedge e dividendos


O diretor-financeiro da Petrobras comentou também que não há expectativa de propor distribuição antecipada de dividendos no segundo semestre. “Não mudamos política de eventual antecipação de dividendos para o segundo semestre. Não há expectativa de propor distibuição ainda no segundo semestre. Vamos ver como fica a disponibilidade de caixa neste período de alavancagem crescente”, frisou, na teleconferência com analistas.

Ele notou, contudo, que a contabilidade de hedge (proteção) pode gerar um pagamento adicional de dividendos de R$ 600 milhões aos acionistas detentores de ações ordinárias. “Se tudo for mantido, e imaginando que tudo seja aprovado, nesse caso teremos uma distribuição adicional de R$ 600 milhões em dividendos para as ON”, disse.

Para Barbassa, a contabilidade de hedge “veio para ficar”. A medida, avalia, traz um benefício muito grande para a companhia e o resultado fica muito alinhado com a operação da empresa. “Quando tivermos agora um resultado, ele estará refletindo de fato a operação da companhia e não mais o efeito inesperado e incontrolável da variação cambial”, afirmou.

O diretor financeiro emendou que a venda de dois ativos no Golfo do México gerou R$ 250 milhões à companhia. Segundo ele, esse valor já foi incorporado no balanço do segundo trimestre deste ano.

Governo adia leilão do trem-bala em um ano

Por Daniel Rittner | Valor
 
BRASÍLIA  -  Atualizada às 16h50

O leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV) entre Rio de Janeiro-São Paulo-Campinas foi adiado mais uma vez. Não houve fixação de nova data. Em princípio, o adiamento será de “pelo menos um ano”, mas “é possível” que a concorrência fique para depois das eleições presidenciais de outubro de 2014. As informações foram passadas há pouco pelo ministro dos Transportes, César Borges.

“A principal razão (do adiamento) é o fato de que teríamos apenas um licitante”, afirmou Borges. Segundo ele, o consórcio francês – formado pela Alstom e pela operadora estatal SNCF – garantiu presença na disputa. A entrega de propostas estava marcada para sexta-feira.

De acordo com o ministro, dois outros grupos pediram o adiamento do leilão: os espanhóis (com Talgo e Renfe à frente) disseram de precisam de mais dois meses para apresentar uma oferta. Os alemães, que inicialmente pediram mais seis meses, levaram ao governo uma solicitação de 12 meses “por prudência” e para “ter certeza” de participação mais adiante. “O governo quis evitar uma concorrência para um único participante”, frisou Borges. “É mais prudente aguardar a formação de novos concorrentes”.

Borges disse que a investigação do Cade sobre um suposto cartel nos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal não foi "fundamental" para a decisão. "Eu diria que [as denúncias] não foram fundamentais. Não vamos nos pautar por isso que está acontecendo".

Segundo Borges, o governo não vai adiar o projeto de engenharia do TAV. O ministro destacou que a execução do projeto continua tendo o ano 2020 como limite para operação.

Três franquias são abertas por hora, diz pesquisa

Três franquias são abertas por hora, diz pesquisa

De acordo com pesquisa elaborada pela Rizzo Franchise, foram instaladas 4.591 franquias até junho deste ano


Luis Morais/EXAME.com
Shopping Midway Mall, em Natal
Shopping: mais de 70 novas redes surgiram neste semestre

São Paulo – Foram instaladas 4.591 franquias até junho deste ano, o que equivale a 765 inaugurações por mês, 25 por dia ou três por hora útil. Nos últimos seis meses, 76 novas marcas franqueadoras chegaram ao mercado. É o que mostra a pesquisa semestral “Impacto do Franchising na Economia Brasileira - 1º semestre de 2013”, da consultoria Rizzo Franchise.

As franquias de alimentação especializadas, como bebidas, chocolates, churrascaria e salgados, foram as que mais ganharam novos franqueadores no primeiro semestre deste ano. 
Saúde e beleza e negócios e serviços ocupam, respectivamente, o segundo e o terceiro lugar do ranking de crescimento no número de franqueadores. 

Além disso, a pesquisa tem outro ranking que mostra quantos novos franqueados entraram no mercado. Nesse caso, quem ocupa a primeira posição é o setor de negócios e serviços, com a adesão de 873 novos franqueados. 

Marcus Rizzo, sócio da Rizzo Franchise, afirma que o crescimento é consistente. “É um crescimento que tem sido gradativo nos últimos cinco anos. Para o mercado, ainda significa operações pouco consolidadas”, explica. Veja abaixo o documento com a pesquisa completa:
 
De acordo com Rizzo, o ranking teve como base 2.655 redes franqueadoras.

Franquias

 As  áreas de franquias que mais cresceram neste ano

Pesquisa da Rizzo Franchise mostrou quais setores mais cresceram em novas redes e em número de unidades no primeiro semestre deste ano.

 

 

Crescimento
Dreamstime.com

Dilma: novo duto vai reduzir o preço do etanol na bomba


O etanolduto que liga Ribeirão Preto, importante região produtora de etanol, à Refinaria de Paulínia (Replan) vai baratear o custo do transporte e reduzir o preço na hora que o produto chegar à bomba, afirmou nesta segunda-feira a presidente Dilma Rousseff, pouco antes de inaugurar o primeiro trecho do duto.
 
"Hoje nós estamos aqui inaugurando o primeiro trecho, a primeira fase - são nove fases se não me engano - de um sistema que usa tanto os dutos, o etanolduto, como a hidrovia para escoar a produção de etanol", disse Dilma em entrevista a rádios locais após desembarcar em Ribeirão Preto."Com isso, a gente vai evitar usar caminhões, portanto é muito menos poluente, mas ao mesmo tempo é muito mais competitivo, porque o preço do transporte se torna um custo menor na cadeia toda de valor do etanol", acrescentou.
 
O trecho inaugurado é a primeira etapa de um empreendimento que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estimado em R$ 7 bilhões, constituído de modais dutoviário e hidroviário. O projeto prevê aproximadamente 1.300 quilômetros de extensão de dutos e 700 quilômetros de hidrovia, 15 terminais de coleta e distribuição, capacidade de transporte de aproximadamente 20 milhões de m³ de etanol por ano e capacidade de armazenamento operacional de 1,2 milhão de m³ de etanol.Segundo o governo, quando todos os trechos estiverem concluídos, o etanolduto atravessará 45 municípios.
 
O projeto ligará as principais regiões produtoras nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo ao principal centro de armazenagem, em Paulínia, de onde o etanol será transportado a regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, além da saída para o Porto de Santos para exportação. 
 
Os dutos serão operado pela Transpetro, braço de logística da Petrobras.Dilma ressaltou que além do etanolduto o governo tem tomado medidas para dar sustentação ao setor sucroalcooleiro, como aumentar o percentual de mistura do etanol na gasolina de 20% para 25%, disponibilizar linhas de créditos para produtores e uma desoneração da comercialização do etanol.Segundo Dilma, o etanolduto e as medidas vão "sem dúvida baratear o custo na hora que chegar na bomba".
 
A primeira transferência de etanol hidratado por meio de um duto do chamado sistema Logum foi realizada em junho.A Petrobras é acionista da Logum juntamente com os sócios Camargo Corrêa Construções e Participações, Copersucar, Raízen Energia, Odebrecht Transport Participações e Uniduto Logística.

domingo, 11 de agosto de 2013

Mudança de regras é o maior risco para empresas da América Latina


 
 Mudança de regras é o maior risco para empresas da América Latina

A mudança no marco regulatório e na legislação é apontado por empresas da América Latina e do Brasil como o principal risco para os negócios das companhias, segundo pesquisa da consultoria e corretora de seguros Aon.

Para o estudo, foram consultadas 1.415 empresas de 70 países, sendo 155 latino-americanas e 59 brasileiras. São 29 os segmentos pesquisados -entre eles, agronegócios, aviação, bancos e mineração.

Na média global, a desaceleração econômica/lenta recuperação da economia é citada em primeiro lugar no ranking das dificuldades identificadas pelos empresários. Na América Latina, esse risco aparece em segundo lugar, seguido de escassez de mão de obra (dificuldade para atrair e reter talentos).

Para Alexandre Botelho, diretor da área de consultoria em gestão de riscos da Aon Brasil, chama atenção o fato de as empresas declararem maior despreparo para resolver os problemas que podem trazer riscos aos seus negócios e 67% terem registrado aumento nas perdas de receita relacionadas a essas dificuldades. A pesquisa é feita, a cada dois anos, desde 2007.
Neste ano, 54% se dizem preparadas para enfrentar a desaceleração econômica. Em 2011, eram 64%.

Já em relação a alterações em marcos regulatórios, 54% dizem estar preparadas. Eram 65% há dois anos. "As companhias que investiram em gerenciamento de riscos, melhores controles internos conseguiram maior retorno para os acionistas", diz Botelho.

Como as empresas da América Latina foram menos afetadas pela crise mundial, a insegurança causada pela desaceleração econômica na região é menor do que na média global, ressalta Keith Martin, consultor da Aon Brasil. "Brasil, Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e México têm mais preocupação com mudanças regulatórias e na lei porque o Estado é mais intervencionista."

No Brasil, a definição de regras para as concessões (aeroportos, rodovias, portos) é exemplo da queda de braço entre empresas e governo.

Fonte: Folha de São Paulo.
 
 
 
 
 
Mudança de regras é o maior risco para empresas da América Latina

A mudança no marco regulatório e na legislação é apontado por empresas da América Latina e do Brasil como o principal risco para os negócios das companhias, segundo pesquisa da consultoria e corretora de seguros Aon.

Para o estudo, foram consultadas 1.415 empresas de 70 países, sendo 155 latino-americanas e 59 brasileiras. São 29 os segmentos pesquisados -entre eles, agronegócios, aviação, bancos e mineração.

Na média global, a desaceleração econômica/lenta recuperação da economia é citada em primeiro lugar no ranking das dificuldades identificadas pelos empresários. Na América Latina, esse risco aparece em segundo lugar, seguido de escassez de mão de obra (dificuldade para atrair e reter talentos).

Para Alexandre Botelho, diretor da área de consultoria em gestão de riscos da Aon Brasil, chama atenção o fato de as empresas declararem maior despreparo para resolver os problemas que podem trazer riscos aos seus negócios e 67% terem registrado aumento nas perdas de receita relacionadas a essas dificuldades. A pesquisa é feita, a cada dois anos, desde 2007.
Neste ano, 54% se dizem preparadas para enfrentar a desaceleração econômica. Em 2011, eram 64%.

Já em relação a alterações em marcos regulatórios, 54% dizem estar preparadas. Eram 65% há dois anos. "As companhias que investiram em gerenciamento de riscos, melhores controles internos conseguiram maior retorno para os acionistas", diz Botelho.

Como as empresas da América Latina foram menos afetadas pela crise mundial, a insegurança causada pela desaceleração econômica na região é menor do que na média global, ressalta Keith Martin, consultor da Aon Brasil. "Brasil, Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e México têm mais preocupação com mudanças regulatórias e na lei porque o Estado é mais intervencionista."

No Brasil, a definição de regras para as concessões (aeroportos, rodovias, portos) é exemplo da queda de braço entre empresas e governo.

Fonte: Folha de São Paulo.

sábado, 10 de agosto de 2013

INFLAÇÃO SE MANTÉM, 'PIB' CRESCERÁ POUCO, MAS ÁREA EXTERNA PREOCUPA

INFLAÇÃO SE MANTÉM, 'PIB' CRESCERÁ POUCO, MAS ÁREA EXTERNA PREOCUPA 

O panorama para o ano todo já pode ser traçado: baixo crescimento, inflação controlada – mas em padrão elevado – e muita preocupação com o setor externo. A inflação deu um susto no governo e, afinal, deve ficar abaixo de 6%. Um nível alto, mas não explosivo. 

Para evitar uma surpresa desagradável, no entanto, o governo pagou caro, pois reduziu alíquotas de itens importados, gastou dinheiro para segurar o dólar e, ao controlar o preço final da gasolina, criou uma série de distorções: desestimulou o etanol, gerou problemas no caixa da Petrobras e aumentou o número de carros nas ruas. 

Outra decisão teve um efeito devastador: ao pressionar pelo adiamento dos reajustes de ônibus municipais, o Ministério da Fazenda sem querer, ajudou a acender o estopim da revolta nas ruas. As tarifas de energia ajudaram a conter a inflação, mas haverá um valor a ser pago, seja pelo Tesouro ou pelo consumidor, no futuro próximo. Os juros voltaram a subir, para segurar a inflação – embora muitos economistas considerem essa ação deletéria, pois, ao ampliar o pagamento de juros da dívida interna, vai gerar, a médio prazo, endividamento, esclerosamento das contas públicas e mais inflação. Os juros básicos estão em 8,5%, havendo previsão de que se aproximem de 9,5%, no dia 31 de dezembro. 

A expansão da economia, por volta de 2%, é baixa, mas dentro do que se poderia esperar, após tantas atribulações e, sobretudo, bastante falta de confiança nos atos do governo – que não tem dinheiro para a saúde mas não desiste do projeto do trem-bala, de R$ 50 bilhões. 

A todo momento o governo anuncia investimentos privados em infra-estrutura como um grande trunfo, mas foi obrigado a elevar sua remuneração, sob pena de fracasso. Na área externa, só há cacos a juntar. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) mudou sua previsão de saldo para déficit de US$ 2 bilhões na balança comercial. E, em transações correntes, se espera um buraco acima de US$ 70 bilhões que, este ano, não será coberto pela entrada de dinheiro externo. 

Um fato negativo se dá na comparação com outros países. Estudo da EY – novo nome da Ernst Young – prevê expansão para o Brasil de 2,4% este ano, o sétimo pior entre 25 emergentes, acima apenas de República Tcheca, Ucrânia, Polônia, Egito, África do Sul e Coréia do Sul. A China, todo dia citada nos jornais como estando em crise, ou fase de menor expansão, deverá crescer, este ano, 7,3%. Uma questão preocupante é a situação das grandes estatais. A Eletrobras e suas subsidiárias vivem fase difícil e as contas da Petrobras andam muito estranhas. 

(Fonte: Monitor Digital Online)

O panorama para o ano todo já pode ser traçado: baixo crescimento, inflação controlada – mas em padrão elevado – e muita preocupação com o setor externo. A inflação deu um susto no governo e, afinal, deve ficar abaixo de 6%. Um nível alto, mas não explosivo.

Para evitar uma surpresa desagradável, no entanto, o governo pagou caro, pois reduziu alíquotas de itens importados, gastou dinheiro para segurar o dólar e, ao controlar o preço final da gasolina, criou uma série de distorções: desestimulou o etanol, gerou problemas no caixa da Petrobras e aumentou o número de carros nas ruas.

Outra decisão teve um efeito devastador: ao pressionar pelo adiamento dos reajustes de ônibus municipais, o Ministério da Fazenda sem querer, ajudou a acender o estopim da revolta nas ruas. As tarifas de energia ajudaram a conter a inflação, mas haverá um valor a ser pago, seja pelo Tesouro ou pelo consumidor, no futuro próximo.
 
Os juros voltaram a subir, para segurar a inflação – embora muitos economistas considerem essa ação deletéria, pois, ao ampliar o pagamento de juros da dívida interna, vai gerar, a médio prazo, endividamento, esclerosamento das contas públicas e mais inflação. Os juros básicos estão em 8,5%, havendo previsão de que se aproximem de 9,5%, no dia 31 de dezembro.

A expansão da economia, por volta de 2%, é baixa, mas dentro do que se poderia esperar, após tantas atribulações e, sobretudo, bastante falta de confiança nos atos do governo – que não tem dinheiro para a saúde mas não desiste do projeto do trem-bala, de R$ 50 bilhões.

A todo momento o governo anuncia investimentos privados em infra-estrutura como um grande trunfo, mas foi obrigado a elevar sua remuneração, sob pena de fracasso. Na área externa, só há cacos a juntar. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) mudou sua previsão de saldo para déficit de US$ 2 bilhões na balança comercial. E, em transações correntes, se espera um buraco acima de US$ 70 bilhões que, este ano, não será coberto pela entrada de dinheiro externo.

Um fato negativo se dá na comparação com outros países. Estudo da EY – novo nome da Ernst Young – prevê expansão para o Brasil de 2,4% este ano, o sétimo pior entre 25 emergentes, acima apenas de República Tcheca, Ucrânia, Polônia, Egito, África do Sul e Coréia do Sul. A China, todo dia citada nos jornais como estando em crise, ou fase de menor expansão, deverá crescer, este ano, 7,3%. Uma questão preocupante é a situação das grandes estatais. A Eletrobras e suas subsidiárias vivem fase difícil e as contas da Petrobras andam muito estranhas.

(Fonte: Monitor Digital Online)

Lewandowski agiu para aprovar contas do PT e de Dilma


O então presidente do TSE Ricardo Lewandowski agiu para alterar pareceres contrários da área técnica do Tribunal, segundo a revista VEJA

Roosewelt Pinheiro/ABr
O ministro do STF Ricardo Lewandowski participa de audiência pública
Ricardo Lewandowski: ele teria agido para alterar pareceres de área técnica do TSE que não deveria sofrer interferência política

São Paulo – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, agiu para aprovar as contas do PT da época do mensalão e da campanha de Dilma Rousseff à presidência, ambos os casos no período em que comandou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 2009 e 2011. Na época, havia pareceres técnicos pela rejeição das contas que foram substituídos.

As informações são da revista VEJA. Lewandowski nega qualquer interferência.

A reportagem teve acesso ao depoimento do ex-auditor do tribunal, Rodrigo Aranha Lacombe, responsável pelos pareceres que acabaram, nos dois casos, nem sendo incluídos nos processos em questão.

Lacombe, que trabalhou no TSE entre 2003 e 2012, afirma ter sido informado na época que se tratava de “pedido do ministro Ricardo Lewandowski”.

Não é normal, no TSE, que presidentes interfiram em pareceres da área técnica, quando mais em processos relatados por outros ministros.

No caso das contas de Dilma, a reportagem revela e-mails trocados em que Lewandowski mostra descontentamento com o parecer que iria, em última instância, impedir a diplomação da nova mandatária brasileira.

“Não estamos lidando com as contas de um ‘boteco’ de esquina, mas de um comitê financeiro de uma presidente eleita com mais de 50 milhões de votos”, escreveu ele em um e-mail trocado com a diretora-geral do TSE.

Na mesma mensagem, o ministro deixa claro que se os erros eram de natureza formal, como lhe parecia, as contas deveriam ser aprovadas com ressalva. Mas se eram problemas sérios, iria-se agir com o "máximo de rigor possível".

O parecer de Lacombe, que acabou substituído por outro favorável à aprovação das contas, apontava os gastos de pelo menos dois milhões de reais não comprovados,

À revista, o ex-presidente do TSE disse que o órgão técnico do tribunal atua com “absoluta independência e isenção”. “Diante dessas características, é impossível a interferência externa ou interna de quem quer que seja”, afirmou Lewandowski.

No ano passado, ele e o presidente do STF, Joaquim Barbosa, ficaram conhecidos por vários embates no julgamento do mensalão. Enquanto o relator do processo ganhou fama nas redes sociais, Lewandowski, que era revisor, chegou a sofrer alguns constrangimentos públicos por votar pela absolvição de alguns réus, como José Dirceu.

A análise dos recursos do mensalão começará nesta semana.