quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Exportação do agronegócio em agosto sobe 15,4%, para US$ 10,17 bilhões


 
 
 
O complexo soja (foto) lidera as exportações brasileiras do agronegócio, que, em agosto de 2013, subiram para US$ 10,17 bilhões, valor que representa um crescimento de 15,4% em relação ao mesmo período de 2012. As importações sofreram um pequeno recuo de 0,5%, de US$ 1,47 bilhão para US$ 1,46 bilhão. Desta forma, o saldo de US$ 7,79 bilhões da balança comercial foi positivo. As informações são da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa).

Em agosto, o principal setor exportador foi o complexo soja, responsável por 35,6% das exportações do agronegócio ou US$ 3,95 bilhões. segundo setor exportador foi o complexo sucroalcooleiro, com um crescimento de 12,7% em relação a agosto de 2012.
 
As exportações de carnes aparecem logo em seguida com receita de US$ 1,43 bilhão e aumento de 8,5% nas vendas.Em referência às exportações do agronegócio brasileiro divididas por blocos econômicos, as vendas para o continente asiático se destacaram mais uma vez e atingiram o montante de US$ 4,55 bilhões.  
 
A participação da Ásia se elevou de 37,8% para 44,7% em 2013. O segundo principal bloco de destino foi a União Europeia com o valor de US$ 2 bilhões.As vendas para os chineses passaram de US$ 1,82 bilhão para US$ 2,8 bilhões, aumento de 53,3%. 
 
A China foi o destaque entre os países de destino, logo em seguida, aparecem os Estados Unidos, com US$ 763,62 milhões ou crescimento de 8,5%.Entre janeiro e agosto, as exportações do agronegócio cresceram 10,3% e atingiram a cifra de US$ 69,04 bilhões. Um crescimento de 10,3% em relação aos US$ 62,57 bilhões exportados no mesmo período de 2012.Os cinco principais setores exportadores do agronegócio foram complexo soja (US$ 24,89 bilhões); carnes (US$11,02 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$ 9,11 bilhões); produtos florestais (US$ 6,36 bilhões) e cereais, farinhas e outros (US$ 4,02 bilhões).


Clique aqui para baixar a nota da balança comercial do agronegócio de agosto.
 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Real é a moeda mais afetada, na alta ou na baixa

É hora de comprar dólar? Quando ultrapassou os R$ 2,40, há três semanas, muitas empresas exportadoras acreditaram que sim e correram para o mercado futuro para "travar o câmbio", ou seja, para garantir que vão vender seus produtos nos próximos dois meses a preços mais competitivos. Nesta semana, com a moeda americana valendo menos de R$ 2,30, foi a vez de os investidores nacionais correrem para o mesmo mercado futuro para fazer o que no jargão é conhecido como "montar posições compradas", ou seja, apostar que daqui por diante o dólar vai subir. Já subiu ontem, depois de seis dias de queda, e fechou o dia valendo R$ 2,2860.

Em poucas semanas a valorização do real foi de 5%, uma das maiores entre as moedas emergentes. Já chegou a cair 20% neste ano, também uma das maiores do mundo, em boa parte incentivada pelos movimentos nos mercados futuros. Para cima ou para baixo, estudos dos bancos Itaú e Santander mostram que o fato de o Brasil ter um dos mercados mais líquidos do planeta faz com que o País tenha maior variação de sua moeda em movimentos globais. E não é diferente neste momento em que o mundo vive sob a expectativa de quando o Fed, o banco central dos Estados Unidos, vai começar a reduzir seu programa de afrouxamento monetário, que injeta todo mês US$ 85 bilhões no país, tornando a liquidez global mais acentuada.

O programa americano começou em 2008 e, de lá para cá, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), cerca de US$ 1,1 trilhão chegaram aos mercados emergentes. Esse fluxo fez com que as moedas desses países se valorizassem.


Valorização


Dados compilados pelo banco Itaú mostram que a moeda brasileira chegou a se valorizar 41% em relação ao dólar (base de 2007), enquanto seus principais concorrentes mundiais não chegaram a 30%. Na Índia, por exemplo, o auge da valorização foi de 27%, na Indonésia, de 26%, e no Chile, de 23%. Estudos do Santander vão na mesma direção. A economista do banco Adriana Dupita diz que a cada 10% de valorização ou desvalorização de uma cesta de moedas de emergentes, o real sobe ou desce 16%.
O mercado brasileiro é o segundo mais líquido, só atrás dos Estados Unidos, atraindo fortemente o capital estrangeiro, segundo o professor Pedro Rossi, da Universidade de Campinas. Ele diz que o mercado futuro chega a movimentar três vezes mais do que o mercado à vista, influenciando diretamente a cotação. "O Banco Central deveria buscar enfraquecer esses movimentos especulativos e dar mais liquidez ao mercado à vista", diz.

Desde a crise de 2008, o BC vem tentando controlar o câmbio. Impôs barreiras em 2010, como a cobrança de imposto sobre operações financeiras (IOF), que foi um dos fatores que manteve o dólar na casa dos R$ 2,00 em 2012. Neste ano, com os fluxos se esvaindo, a decisão foi no sentido contrário e, desde que retirou o IOF das operações de renda fixa, atraiu US$ 20 bilhões ao País.

Os fluxos médios mensais de dólares têm se mantido em uma média de US$ 5 bilhões, segundo levantamento da LCA Consultores, desde 2009. Quase o dobro de anos anteriores. Esse número considera os investimentos diretos e os fluxos para aplicação em ações e títulos de renda fixa. 

Mas é hora de comprar dólares? A moeda caiu na semana passada em função de bons dados da China, que afetam a economia global e, portanto, dão mais otimismo.

O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso e também operador do mercado financeiro, é assertivo em dizer que os movimentos especulativos têm data, e é o do dia 18 de setembro - quando o Fed pode tomar uma decisão final sobre o programa monetário. "Depois do dia 18 não tem mais como especular", diz ele. "Compre no boato e venda no fato." Na média, economistas e bancos estimam que o dólar feche o ano valendo entre R$ 2,30 e R$ 2,40. Para o próximo ano, subiria a R$ 2,50. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Honorário equivale a crédito trabalhista em recuperação



Em situações de recuperação judicial, os honorários advocatícios têm o mesmo tratamento dado aos créditos de origem trabalhista, uma vez que ambos têm natureza alimentar. A decisão é da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que acolheu Recurso Especial e determinou a sujeição dos honorários advocatícios aos efeitos da recuperação judicial de uma empresa.

Relatora do caso, a ministra Nancy Andrighi apontou que é entendimento pacífico da 3ª Turma a equiparação entre honorários e créditos trabalhistas. Isso se dá porque os ministros entendem que tanto os honorários firmados em contrato como os de sucumbência têm natureza alimentar, explica ela.

A afinidade torna necessário tratamento igualitário e, sem qualquer norma específica, os honorários devem seguir “os ditames aplicáveis às quantias devidas em virtude da relação de trabalho”, segundo a ministra. Por tal razão, ela foi contra o entendimento do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul de que a verba não deveria se submeter aos efeitos da recuperação.

Para Nancy, tal posição violaria o princípio do tratamento igualitário a todos os credores. Ela afirma que isso ocorreria porque seriam admitidos aos efeitos da recuperação judicial créditos trabalhistas, mas não honorários advocatícios que têm a mesma natureza jurídica. Nancy Andrighi aponta que isso vale mesmo para os honorários de sucumbência decorrentes de sentença proferida posteriormente ao pedido de recuperação judicial.

De acordo com ela, os honorários de sucumbência não dependem da propositura da ação, mas sim da sentença condenatória. Assim, se não fosse pela equiparação aos créditos trabalhistas, os honorários de sentença protocolada antes e julgada depois do pedido de recuperação judicial não estariam sujeitos aos efeitos do processo, diz a ministra. Seu voto foi seguido pelos ministros Sidnei Beneti, João Otávio de Noronha, Ricardo Villas Bôas Cueva e Paulo de Tarso Sanseverino. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.


Clique aqui para ler a decisão.

Governo quer manter elevado imposto de importação para bens de capital

Por Thiago Resende | Valor


BRASÍLIA  -  Após anunciar a redução do imposto de importação para uma lista de 100 produtos usados como insumos industriais a partir de outubro, o governo estuda uma forma de manter a tarifa elevada para itens usados pela indústria de bens de capital.

O Valor apurou que a discussão envolve de 10 a 15 insumos do setor de máquinas e equipamentos. A ideia é proteger a indústria nacional de bens de capital.

Esse assunto foi retirado da pauta da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que fará uma nova análise da lista de 100 produtos para decidir se manterá determinados bens em outros mecanismos tarifários.
Segundo fonte do governo, o objetivo é manter o imposto elevado para impedir a forte entrada desses itens da linha de produção de máquinas e equipamentos.

No entanto, de acordo com a mesma fonte, essa medida pode demorar um pouco. Isso porque está sendo estudada a possibilidade de incluir esses produtos na Lista de Exceção da Tarifa Externa Comum (Letec) do Mercosul, que tem uma quantidade de “vagas” restrita: apenas 100 mercadorias.

Na prática, ao reduzir o imposto de importação da lista de 100 produtos – medida adotada há cerca de um ano -, o governo estuda selecionar de 10 a 15 itens mais “sensíveis” para recolocá-los em outra lista, na Letec, para manter a proteção da indústria de bens de capital. Mas, para isso, terá que retirar outros produtos da Letec e, assim, esses itens perderão a proteção tarifária.

O Ministério da Fazenda reforça que em 1º de outubro o imposto de importação da lista de 100 produtos, principalmente, insumos, será reduzida, conforme anunciou em agosto o titular da pasta, Guido Mantega.


Senado aprova indicação de Marco Galvão para embaixador na OMC





Por Yvna Sousa | Valor
 
 
BRASÍLIA  -  O Senado aprovou, nesta terça-feira, 10, a indicação do diplomata Marco Bezerra Abbott Galvão para o cargo de embaixador do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra.
Marco Galvão é embaixador do Brasil no Japão e foi secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda. Ele vai substituir Roberto Azevêdo, novo diretor-geral dó órgão, eleito para o cargo em maio.


Em sabatina na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Galvão defendeu o reforço do sistema de solução de controvérsias pelos países em desenvolvimento, com a finalidade de assegurar condições para exigência do cumprimento de regras acordadas. Em sua avaliação, também é necessário que regras e disciplinas “correspondam à realidade a que se referem” para que possam efetivamente ser aplicadas.
(Yvna Sousa | Valor)

Emprego industrial recua pelo terceiro mês consecutivo, aponta IBGE


Por Diogo Martins | Valor
Daniel Acker/Bloomberg


RIO  -  (Atualizada às 10h) O número de vagas criadas na indústria caiu 0,2% em julho, em relação a junho, na série com ajustes sazonais, apontou Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a terceira taxa negativa nesse tipo de comparativo, segundo o organismo.
Na comparação com julho de 2012, o emprego industrial recuou 0,8%. No ano até julho, o indicador também teve queda de 0,8%. Nos 12 meses encerrados em julho, o número de vagas criadas no setor diminuiu 1,1%.

O IBGE observou que a folha de pagamento real teve alta de 0,4% na passagem de junho para julho, já descontando os efeitos sazonais. Em relação a julho de 2012, a folha de pagamento real subiu 3,4%. No acumulado do ano até julho, o indicador avançou 2,8% e, em 12 meses encerrados em julho, subiu 3,9%.
O levantamento mostrou ainda que o número de horas pagas na indústria caiu 0,3% entre junho e julho, descontando-se os efeitos sazonais. Na comparação com julho de 2012, as horas pagas cederam 0,8%. Nos 12 meses encerrados em julho, houve baixa de 1,2%.


Emprego do setor recua em quase todos os locais


A queda do emprego industrial em julho, na comparação com o mesmo período de 2012, foi disseminada no conjunto da indústria analisado pelo IBG). De acordo com a Pimes, o contingente ocupado recuou em 12 dos 14 locais e em 12 dos 18 ramos observados na mesma base de comparação. 
O maior impacto aconteceu no Nordeste, onde o emprego industrial recuou 4,3%, puxado por segmentos como o de calçados e couro (-8,3%), alimentos e bebidas (-3,6%), minerais não metálicos (-7,4%) e refino de petróleo e produção de álcool (-14,4%)
Entre os setores, os que mais pressionaram para a redução do emprego industrial foram os de calçados e couro (-5,5%), produtos de metal (-3,5%), máquinas e equipamentos (-2,5%), outros produtos da indústria de transformação (-3,6%), produtos têxteis (-3,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-2,5%).
Em contrapartida, os principais impactos positivos ocorreram em alimentos e bebidas (1,8%), borracha e plástico (3,4%) e meios de transporte (1,5%).
A mesma queda de 0,8% do emprego industrial — observada também no acumulado de janeiro a julho — atingiu 11 dos 14 locais pesquisados e 13 dos 18 segmentos investigados, segundo o IBGE. 
(Diogo Martins | Valor)

terça-feira, 10 de setembro de 2013

"Micros tentam garantir prioridade em licitações"

Segundo o Sebrae, se a lei fosse seguida à risca, receita com vendas para administração pública chegaria a R$ 120 bi

Murilo Rodrigues Alves
    
As micro e pequenas empresas terão, até maio do ano que vem,um diagnóstico de como poderão ampliar os negócios com os governos do Distrito Federal, do Ceará, de Minas Gerais, do Pará e do Rio Grande do Sul.
    
O Sebrae fechou acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Estados de Administração para identificar as oportunidades em compras públicas. Os trabalhos começaram este mês e a expectativa é fazer um levantamento do que o poder público mais procura e das atividades com maior carência de fornecedores.
        
A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, sancionada em 2006, prevê um tratamento diferenciado aos pequenos negócios nas licitações de até R$ 80 mil e participação de até 30% dos contratos com grandes fornecedores quando existir a necessidade de subcontratações.
     
De acordo com o Sebrae, se a lei fosse aplicada nas esferas municipal, estadual e federal, a receita das micro e pequenas empresas com vendas públicas abocanharia R$ 120 bilhões dos atuais R$ 400 bilhões gastos anualmente.
    
A aplicação da legislação nas compras do governo federal fez com que a participação das micro e pequenas empresas subisse 531% em dez anos, de R$ 2,9 bilhões, em 2009, para R$ 15,4 bilhões, em 2012. A fatia dos pequenos negócios nas compras federais hoje está em 21%.
       
Municípios. Nas administrações municipais, a situação é bem diferente. Segundo o Sebrae, 1.173 prefeituras colocam a lei em prática. Outras 3.977 avançaram na regulamentação, mas ainda não a implementaram. O ritmo de implementação da lei está atrelado à priorização do tema nas agendas municipais. Junto com o levantamento, o Sebrae fará um trabalho de conscientização sobre a importância dos pequenos negócios nas licitações.
       
O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, acredita que, com esse diagnóstico, haverá uma aproximação entre ofertantes e compradores. "Quando uma prefeitura ou governo contrata uma micro ou pequena empresa, o dinheiro da cidade continua dentro na cidade. Isso gera mais renda e emprego."
       
A ideia de Barretto é "socializar" iniciativas que já estão dando certo. Em Barra do Ribeiro, na região metropolitana de Porto Alegre, Wagner Lima conseguiu vencer licitação para fornecer R$ 15 mil mensais em carnes de segunda e ovos para a Penitenciária Estadual de Guaíba. Desde maio, quando passou a ter o governo estadual como cliente, a receita mensal da Casa de Carnes Vitória subiu 15%.
     
Para dar conta do trabalho, a empresa contratou mais um motorista e planeja participar de outras licitações este ano para fornecer os produtos a mais quatro presídios da região.
       
Para isso, Lima sabe que é necessário que as contas do negócio estejam em dia. A Casa de Carnes Vitória venceu o pregão preferencial depois que a empresa vencedora, que não era de pequeno porte, foi inabilitada justamente porque não dispunha de um dos documentos de habilitação.
      
De acordo com o empresário, a administração estadual exige que o açougue compre os peixes de pescadores ou piscicultores locais. "É uma corrente que faz todo mundo ganhar", diz o microempresário. Segundo Lima, uma das principais vantagens de fornecer para o governo é o pagamento em dia.
Mais segurança
Além do valor relativamente alto em relação às vendas no varejo, os contratos com a administração pública costumam oferecer outra vantagem às pequenas empresas: pagamentos em dia.
Publicado em 10/09/2013 no O Estado de S. Paulo.