terça-feira, 17 de setembro de 2013

O direito à Justiça e o combate à corrupção


O julgamento do mensalão por Joaquim Barbosa (esq.) e Ricardo Lewandowski já representou um avanço no cerco a empresas e a seus dirigentes que praticam atos ilícitos (Por Denize Bacoccina)

por Denize Bacoccina

O placar de cinco votos a cinco, na sessão da quinta-feira 12, deixou nas mãos do ministro Celso de Mello, o decano do Supremo Tribunal Federal, a decisão sobre a aceitação ou não dos embargos infringentes no julgamento da Ação Penal 470, mais conhecida como o caso do mensalão. Se Mello acatar os embargos na sessão desta quarta-feira 18, fica aberto o caminho para a revisão das penas de vários réus, entre eles o mais famoso, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que se tornou símbolo do caso. 
 
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E, embora boa parte da opinião pública considere que a possibilidade de reforma da pena de Dirceu e de outros petistas condenados por desvio de recursos públicos seja o equivalente ao que os pizzaiolos fazem em seu trabalho, é importante preservar o amplo direito de defesa como parte essencial do Estado de Direito pelo qual devemos sempre lutar – seja ele favorável ou não aos nossos desejos no momento. Homens públicos eleitos devem sempre agir de acordo com o desejo das ruas. Afinal, eles estão lá apenas para representar a vontade do eleitor e deveriam sempre agir em seu nome. Mas o que se espera de juízes é que ajam em conformidade com as leis. No caso do STF, como instância última da Justiça, a responsabilidade é ainda maior. 
 
Ministros da Suprema Corte do País não devem, portanto, tentar atender ao desejo circunstancial da sociedade, nem usar determinados réus como exemplos de severidade na aplicação das leis. Elas devem ser sempre severas, mas, se todos são iguais perante a lei, réus específicos não podem ser usados como exemplo. Em entrevista após o término da sessão, na quinta-feira, o ministro Celso de Mello deu a entender que vai aceitar os embargos e, com isso, ampliar a possibilidade de defesa de alguns condenados. Se isso acontecer, não haverá um novo julgamento. Mas pontos específicos podem ser revistos, como formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. 
 
Se inocentados desses crimes, além de Dirceu, podem ter a pena reduzida o deputado federal (PT-SP) José Genoino, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, os empresários Marcos Valério e Cristiano Paz e a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello. Com ou sem o acolhimento dos embargos infringentes e a possível redução da pena de alguns réus, o julgamento do mensalão já representou um avanço no cerco a empresas e a seus dirigentes que praticam atos ilícitos. Uma das teses aceitas pelos ministros do STF é a teoria do domínio do fato. O instrumento foi utilizado para mostrar que Dirceu sabia – ou deveria saber – que membros do governo estavam comprando votos de parlamentares no Congresso. 
 
Da mesma maneira, Kátia Rabello foi condenada porque “deveria saber” que seu banco estava sendo usado para lavagem de dinheiro. A teoria do domínio do fato ainda não começou a ser utilizada em outros julgamentos. Mas especialistas acreditam que, junto com a nova lei anticorrupção, que entra em vigor em janeiro e penaliza empresas que pagam propina, e com a nova lei contra lavagem de dinheiro, já em vigor, a teoria do domínio do fato deve levar a um movimento de maior seriedade no trato dos recursos públicos. Afinal, não existe corrupto sem corruptor. E em vez de discutir se a empresa oferece dinheiro a integrantes do governo para ter vantagem ou é extorquida para não ficar fora do jogo, a melhor alternativa é punir os dois lados. E buscar um jogo mais limpo.

É hora de expandir


Saiba por que marcas Premium como Swarovski, Ornare e Pandora escolheram o modelo de franquias para crescer e aumentar sua rede de lojas inclusive fora do País

Por Fabiano MAZZEI

Quando você compra um sapato Prada ou um Porsche, importa saber se a loja é de operação própria ou uma franquia? Pois é, se a qualidade do produto, do atendimento e do serviço for o esperado de uma grife de luxo como essas, que diferença faz? Essa questão tem sido respondida cada vez mais pelos brasileiros graças à adesão do segmento premium ao sistema de franquias, como estratégia de expansão dos negócios em território nacional e fora dele. Marcas como a suíça Swarovski, a dinamarquesa Pandora e as brasileiras Ornare e A Lot Of querem levar a novas praças regionais seus produtos diferenciados e, para isso, necessitam de novos parceiros.
 
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Global: fachada da loja da Swarovski em Tóquio, no Japão.
Layout será replicado nas franquias brasileiras
 
Com 22 lojas no País, a Swarovski precisaria dobrar de tamanho para atingir os mercados menos maduros de consumo, nas regiões Nordeste e Sul. A conta ficaria salgada. No final de 2012, o board da companhia sediada em Zurique autorizou o plano de expansão. “Percebemos que o modelo de franquias é mais adequado à realidade brasileira”, disse Carla Assumpção, diretora-geral da empresa no Brasil. Desde então, foram abertas cinco unidades nesse formato, três delas em centros regionais com poder aquisitivo em ascensão: Santos e Jundiaí, em São Paulo, e Niterói, no Rio de Janeiro. O custo para ser franqueado Swarovski é de cerca de R$ 700 mil, com taxa de retorno do investimento em três anos. 
 
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Tributos: para Rachel Maia, da Pandora, diminuição de carga
tributária é vantajosa para as franquias
 
As lojas precisam estar dentro de shoppings centers e ter, no mínimo, 40 m². Todas seguirão um conceito visual globalizado, chamado de Crystal Forest, desenvolvido no Japão. “Queremos chegar a 60 lojas até 2016 e elevar o faturamento no Brasil em 200%”, afirma Carla. Os dinamarqueses da joalheria Pandora tiveram a mesma percepção: com nove lojas em três anos de Brasil, era hora de crescer. “Vimos que existe um mercado pouco explorado em um país com 200 milhões de pessoas”, disse Rachel Maia, diretora da marca no País. A primeira franquia foi aberta em São Paulo. A segunda será no Recife e, até o final do ano, uma terceira será aberta em Fortaleza, negociada junto ao Grupo Jereissati. 
 
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Gestão: comando compartilhado é o trunfo do sistema para Murillo Schattan,
da Ornare
 
“Já usamos essa estratégia em outros lugares do mundo e fomos bem-sucedidos”, afirma Rachel. “Na Inglaterra, por exemplo, temos 99 lojas, 80 delas franqueadas.” Uma franquia da Pandora sai entre R$ 650 mil e R$ 850 mil, com cerca de 40% do valor revertido em joias. O payback é de até três anos e a expectativa da diretoria é ter sete novas franquias em 2014. “Ganhamos na margem sobre o uso da marca e economizamos nos custos de logística e operação que teríamos se fossem lojas próprias”, afirma Rachel. Se depender do apetite do empreendedor brasileiro com esse modelo de investimento, o futuro dessas marcas é promissor. 
 
Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) apontam para um aumento de 15% no número de lojas para este ano, chegando a 115 mil pontos de venda. O faturamento deve bater os R$ 120 bilhões. Há, ainda, outro atrativo em franquear uma marca: a drástica diminuição na carga tributária. Como loja ou distribuidor próprio, o empresário que trabalha com itens importados tem sobre seus ombros uma alíquota de quase 40%, somando-se ICMS, PIS, Cofins e IPI. Ao franqueado, operando na categoria de Simples, a taxação não ultrapassa o teto em torno de 11%. “Para uma marca como a Pandora, com faturamento médio nos dois primeiros anos na casa dos R$ 3 milhões, isso faz muita diferença”, diz Rachel. 
 
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Impulso: Carla Assumpção, da Swarovski, acredita que o novo modelo
de negócio faça sua rede de lojas no País saltar de 22 para 60 até 2016
 
Nem todos concordam. Murillo Schattan, da Ornare, avalia que há pouca vantagem nesse sentido. “Não é uma questão tributária. O tributo é alto de qualquer maneira”, afirma. Para ele, a gestão de uma rede de lojas nesse sistema é mais fácil de operar, por incluir cada franqueado como um “sócio” da marca. “Ele veste a camisa e zela pela qualidade do seu produto”, diz. A Ornare volta ao modelo de franquias após 11 anos e com ambições internacionais. Schattan pretende aumentar a cadeia de distribuidores nos Estados Unidos (mais dez) e América Central (outros cinco). Outra grife de decoração que aderiu às franquias é a A Lot Of, do arquiteto Pedro Paulo Franco, em São Paulo. Ele acaba de abrir uma unidade no Rio e aposta no atendimento local como trunfo para o sucesso das franquias. 
 
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Cautela: Pedro Franco, da A Lot Of, acredita que o atendimento
local seja vital para uma boa performance nas vendas
 
“O Brasil é quase um continente, tem localidades e culturas completamente diferentes”, diz Pedro. “A forma de comprar do paulistano é totalmente diferente do cearense”, completa. Há, porém, um temor comum em processos de expansão como esses: garantir a qualidade do que se entrega e proteger a imagem da empresa. Para tanto, Pandora e Swarovski empregarão o mesmo sistema de defesa. O mistery shopper, um comprador anônimo contratado por uma auditoria internacional que consumirá nas lojas da rede sem aviso prévio. “Nem eu saberei quando ele aparecerá”, diz Carla. “Mas seus relatórios serão vitais para se preservar a identidade da marca”, conclui Rachel.
 
 
Colaborou: Bruna Borelli

Audi quer dobrar concessionárias no Brasil até 2020


Montadora pretende dobrar o número de 30 concessionárias no país e aumentar, significativamente, o lucro de cada uma delas

Divulgação
Carros da Audi estacionados nos Estados Unidos
Carros da Audi estacionados: montadora irá investir no país e deseja dobrar número de concessionárias

São Paulo – A montadora alemã Audi deseja dobrar o número de concessionárias no Brasil até 2020. Segundo informações publicadas no Valor Econômico, o presidente da empresa, Jörg Hofmann, afirmou que além de ampliar o número, ele pretende aumentar a lucratividade delas.

O anúncio ocorreu durante um evento promovido pela Audi nesta terça-feira, em Brasília. Além disso, Hoffman comunicou a retomada da produção no país.

Já o presidente da Audi AG, Rupert Stadler, enfatizou o interesse da montadora no país e que fará o investimento após reunião com a presidente Dilma Rousseff.

A entrega de carros cresceu 40% no Brasil, resultando no número de sete mil unidades. Em 2013, a meta provisória estabelecida pela companhia já foi atingida. Já para 2020, o objetivo do grupo é alcançar a entrega global de dois milhões de unidades.

Além disso, marca das quatro argolas também aproveitou o evento para anunciar o lançamento do novo A3 em outubro. 
 


Michael Klein pode comprar empresa de táxi aéreo de Eike


Segundo reportagem do Valor Econômico, Klein está tentando diversificar negócios da família

Arquivo
Samuel e Michael Klein
Michael Klein: empresário pode dar uma forcinha a Eike

São Paulo - Até Michael Klein, filho de Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, pode ajudar Eike Batista a sair do sufoco. Segundo reportagem do Valor Econômico, desta terça-feira, o empresário estaria interessado em comprar a empresa de táxi aéreo de Eike, a AVX.

O contrato ainda não foi assinado, mas o interesse de Klein na operação poderia fazer sentido, já que o empresário está reorganizando e diversificando os negócios da família.

A AVX tem autorização para operar até o fim do próximo ano, segundo dados da Anac.

Pré-sal já tem 3,4 bilhões de barris em reservas provadas, aponta ANP

 
 
Por Marta Nogueira | Valor
 
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RIO  -  O pré-sal já acumula, em reservas provadas, de 3,4 bilhões de barris de petróleo e 174 bilhões de metros cúbicos de gás natural, afirmou a superintendente de definição de blocos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Eliane Petersohn, durante seminários Técnico-Ambiental e Jurídico-Fiscal da Primeira Rodada do Pré-sal, da ANP.  

Atualmente, as áreas do pré-sal produzem cerca de 300 mil barris de petróleo e 10,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Incluindo as áreas que não são pré-sal, o país produz cerca de 2 milhões de barris de petróleo diários. A ANP realiza, em 21 de outubro, o primeiro leilão do pré-sal sob regime de partilha de produção, onde colocará em concorrência o prospecto de Libra, na Bacia de Santos.

Libra já tem um poço perfurado com descoberta de petróleo. A expectativa da agência reguladora é que haja de 8 bilhões a 12 bilhões de barris de petróleo neste prospecto, de volumes recuperáveis. 

O seminário realizado nesta terça-feira tem como objetivo apresentar informações técnicas e aspectos ambientais sobre a área de Libra e o jurídico-fiscal abordará a legislação e os instrumentos licitatórios (edital e contrato de partilha de produção), além de apresentar aspectos gerais sobre qualificação e habilitação de empresas; participações governamentais; pesquisa, desenvolvimento e inovação; e conteúdo local. 

Petróleo pode lubrificar exportações neste ano

 
 
 
O governo pode estar calibrando as exportações de petróleo – além de segurar importações – para tentar evitar um déficit comercial este ano. A avaliação é do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, ao comentar o superávit de US$ 617 milhões da balança comercial na segunda semana de setembro. Com esse resultado, o déficit acumulado no ano voltou a cair, de US$ 3,47 bilhões para US$ 2,85 bilhões.
O superávit da segunda semana foi fruto de exportações de US$ 5,22 bilhões e importações de US$ 4,61 bilhões. As vendas externas de produtos básicos, ou seja, sem valor agregado, foram as principais responsáveis pelo resultado. Os dados foram divulgados pelo MDIC. A projeção da AEB, de déficit comercial em 2013, está, no entanto, mantida, segundo Castro: “Não quer dizer que vamos acertar.
Mas o caso do petróleo é uma tendência prevista. Esta semana exportamos 1,312 mil toneladas de petróleo bruto. Na semana anterior, 403 mil toneladas. É um fortíssimo aumento”, pondera. Segundo o MDIC, as exportações de produtos básicos tiveram elevação de 23,8%, na comparação com a primeira semana de setembro, de acordo com o critério da média diária.
Os itens que encabeçaram a alta, além do petróleo bruto, foram: minérios de ferro, cobre, milho e café. Na análise do mês, comparando-se a média diária acumulada de setembro deste ano com a do mesmo mês de 2012, as vendas de não industrializados aumentaram 3,1%. As vendas de produtos de maior valor agregado caíram na comparação semanal e na mensal.
(Fonte: Monitor Digital)

REUNIÃO DECISIVA NOS 'EUA'

 
  
Fed começa hoje o debate sobre reduzir ou não os estímulos ao país. Conclusão deve repercutir em todos os mercados do mundo quando os membros do Comitê de Política Monetária do Fed entrarem hoje no edifício Eccles Building, no centro de Washington, eles estarão sob os olhos de todo o mundo.
Dependerá deles a manutenção ou não do programa de estímulos ao país, que, desde 2009, injeta mensalmente bilhões de dólares no mercado para salvar a maior economia do mundo. Os especialistas alertam que a redução de recursos produzirá efeitos em todos os países, sobretudo os em desenvolvimento, como o Brasil. Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, a definição do Fed significará mais nervosismo ou mais tranquilidade aos investidores, a depender da decisão.

O encontro entre as autoridades do BC norte-americano termina amanhã. "A partir de quinta-feira, o médio prazo começará a ganhar novos contornos em todo o mundo. As pessoas terão outros parâmetros para projetar não só quanto vai valer o dólar, mas também as taxas de juros em outros países", analisou Agostini. Caso opte por reverter o programa de compra de títulos públicos —que, atualmente, é responsável por injetar até US$ 85 bilhões ao mês no mercado financeiro dos EUA—, o Fed deverá sacramentar a alta do dólar em todo o mundo. Isso ocorre porque, uma vez que houver menos dinheiro em circulação no país, os preços de todos os ativos de lá começarão a se valorizar. Com isso, outras moedas acabarão valendo menos em relação à divisa norte-americana, entre elas o real.

O economista-chefe do banco holandês Rabobank para o Brasil, Robério Costa, disse esperar novas altas do dólar frente à moeda brasileira. Para ele, pesa a favor do real o fato de que Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro dos EUA, decidiu retirar a sua candidatura à vaga de presidente do Fed. "Caso eleito, ele pressionaria por uma alta de juros mais cedo e pela retirada dos estímulos já neste momento, porque é ortodoxo", justificou. Com a desistência de Summers, o nome mais forte para substituir o atual presidente do Fed, Ben Bemanke, é o de Janet Yellen.

(Fonte: Correio Braziliense)