REUNIÃO DECISIVA NOS 'EUA'
Fed começa hoje o debate
sobre reduzir ou não os estímulos ao país. Conclusão deve repercutir em todos
os mercados do mundo quando os membros do Comitê de Política Monetária do Fed
entrarem hoje no edifício Eccles Building, no centro de Washington, eles
estarão sob os olhos de todo o mundo.
Dependerá deles a
manutenção ou não do programa de estímulos ao país, que, desde 2009, injeta
mensalmente bilhões de dólares no mercado para salvar a maior economia do mundo.
Os especialistas alertam que a redução de recursos produzirá efeitos em todos
os países, sobretudo os em desenvolvimento, como o Brasil. Para o
economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, a definição do Fed
significará mais nervosismo ou mais tranquilidade aos investidores, a depender
da decisão.
O encontro entre as autoridades do BC
norte-americano termina amanhã. "A partir de quinta-feira, o médio prazo
começará a ganhar novos contornos em todo o mundo. As pessoas terão outros
parâmetros para projetar não só quanto vai valer o dólar, mas também as taxas
de juros em outros países", analisou Agostini. Caso opte por reverter o
programa de compra de títulos públicos —que, atualmente, é responsável por
injetar até US$ 85 bilhões ao mês no mercado financeiro dos EUA—, o Fed deverá
sacramentar a alta do dólar em todo o mundo. Isso ocorre porque, uma vez que
houver menos dinheiro em circulação no país, os preços de todos os ativos de lá
começarão a se valorizar. Com isso, outras moedas acabarão valendo menos em
relação à divisa norte-americana, entre elas o real.
O economista-chefe do banco holandês Rabobank para
o Brasil, Robério Costa, disse esperar novas altas do dólar frente à moeda
brasileira. Para ele, pesa a favor do real o fato de que Lawrence Summers,
ex-secretário do Tesouro dos EUA, decidiu retirar a sua candidatura à vaga de
presidente do Fed. "Caso eleito, ele pressionaria por uma alta de juros
mais cedo e pela retirada dos estímulos já neste momento, porque é
ortodoxo", justificou. Com a desistência de Summers, o nome mais forte
para substituir o atual presidente do Fed, Ben Bemanke, é o de Janet Yellen.
(Fonte: Correio Braziliense)
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