30/09/2013 - 17h59
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil está muito atrasado em cobertura e
qualidade da banda larga para o mercado corporativo, aponta pesquisa
divulgada hoje (30) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Janeiro (Firjan).
Embora o preço médio para contratação de 1 megabyte por segundo
(Mbps) de velocidade seja atualmente R$ 48,55, contra R$ 70,85 em 2011, a
pesquisa da Firjan mostra que apenas uma minoria das empresas
brasileiras tem acesso à internet de velocidade superior a 10 Mbps.
Para 2014, o mercado corporativo pretende que haja a universalização
da cobertura de 1 Mbps para micro e pequenas empresas. As médias e
grandes empresas, segundo o estudo, não estão contempladas e o Brasil
não tem um plano para além desse horizonte.
O gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan,
Cristiano Prado, mostrou que, ao contrário, a vizinha Argentina já prevê
um plano mais arrojado para 2016, com a quase totalidade de suas
empresas (80%) com acesso a 50 Mbps.
Nos Estados Unidos, o plano estabelece a universalização da cobertura
de 100 Mbps para as empresas em 2020. Na Europa, as metas também são
mais arrojadas, disse Prado. No caso da Finlândia, por exemplo, elas
atingem 100 Mbps em 2015 e, na Alemanha, a previsão é 75% das empresas
com acesso a 50 Mbps em 2014.
Entre os países parceiros do Brasil no Brics (Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul), a Índia prevê a universalização da cobertura de
10 Mbps para empresas nas grandes cidades em 2014 e a China o acesso a
20 Mbps para 50% das empresas em 2015.
No Japão, é projetada a universalização da cobertura de 1 gigabyte
(Gbps) para empresas em 2015, providência já adotada pela Coreia do Sul,
no ano passado.
Com 1 Mbps por segundo, o Brasil mostra que tem a menor ambição em
comparação aos demais países, assinala a pesquisa. “O que se pergunta,
inquiriu Prado, é se nossa ambição é compatível com o espaço que o
Brasil gostaria de ter na competição mundial?”
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, presente à explanação do
gerente da Firjan, disse que não existem metas de velocidade ou de
atendimento da internet de banda larga para as empresas brasileiras. As
metas definidas no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) se referem
somente ao acesso domiciliar. Deixou claro, entretanto, que está aberto a
dialogar com os empresários e examinar a questão.
Cristiano Prado disse à Agência Brasil que no PNBL
existem metas de inclusão. “De oferecer o serviço a micro e pequenas
empresas, na velocidade que está sendo discutida no plano”.
O mais importante, entretanto, destacou, é que ainda que o setor
empresarial conseguisse obter 1 megabyte por segundo, ou qualquer
velocidade similar a isso, “a gente estaria muito aquém do que está
sendo oferecido internacionalmente”. O mundo, ressaltou, já está
mostrando alguns caminhos.
Ele observou que há a questão da dimensão geográfica, que dificulta o
serviço no Brasil em relação às demais nações.”O Brasil não é um país
pequeno. Mas, o importante é ter metas que podem, por exemplo, começar
com 50 megabytes nos grandes núcleos urbanos ou nos principais estados.
Ir gradativamente construindo isso”.
Prado disse que o recado é que isso precisa estar na pauta do dia. “O
setor empresarial precisa estar dentro das prioridades no governo no
que diz respeito à banda larga”. Segundo ele, esse é um fator de
competitividade tão importante hoje como é a energia elétrica e o gás
para as empresas. Significa que uma empresa com um acesso melhor à
internet consegue fazer mais coisas, mais rápido e em menos tempo do que
uma empresa aqui no Brasil”.
Defendeu que haja uma regulamentação que incentive o setor privado,
com apoio do setor público, para que essas velocidades sejam oferecidas,
tanto que respeita à cobertura geográfica, como em termos de qualidade.
Edição: Aécio Amado
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative
Commons Atribuição 3.0 Brasil. É necessário apenas dar crédito à Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário