terça-feira, 24 de setembro de 2013

Vinhos, por Suzana Barelli


Troca de importadoras nos vinhos portugueses


Na procura de ganhar mercado, as quintas do Vallado e da Dona Maria mudam de representantes no Brasil

por Suzana Barelli

Os números da Quinta do Crasto ajudam a explicar a recente troca de importadoras brasileiras que trazem vinhos portugueses para o País. A partir deste mês, a Quinta do Vallado, vinícola que até então era representada pela Cantu, será uma das primeiras vinícolas no portfólio da nova importadora de Tiago Soares. Cristiano Van Zeller, por sua vez, foi ao Brasil em meados deste mês para selar o contrato com a World Wine, de Celso La Pastina. Assim, a divisão de vinhos premiuns da La Pastina passa a trabalhar com os rótulos da Quinta Dona Maria, que pertenciam à Vinho Sul.

                                                                                                      Foto: Quinta do Crasto/Divulgação
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O rio Douro, que molda dos vinhos do Douro, como os da Quinta do Crasto 

Das cinco vinícolas do chamado Douro Boys, produtores amigos, conhecidos pela troca de informação sobre o processo de elaborar seus vinhos e pela promoção conjunta de seus rótulos, a Quinta do Crasto embarca por mês, pelo menos, um contanier de vinhos para o mercado brasileiro - conforme o tamanho, um container leva de 12 mil a 15 mil garrafas. "Tem meses, que levamos até dois containers", conta Miguel Roquette, diretor da vinícola. É uma cifra ambiciosa, não só para os vinhos dourenses. A favor do Crasto está o fato de a Qualimpor, empresa que traz os vinhos para o Brasil, pertencer a um irmão dos donos da quinta e o pequeno número de vinícolas presente em seu catálogo. Além do Crasto, a Qualimpor traz os brancos e tintos da Herdade do Esporão, do Alentejo, e os tintos da Quinta dos Murças, também no Douro, que pertence a outro irmão, os cavas da Freixenet e os vinhos do Porto da Taylors.

No caso do Vallado, João Ferreira, diretor da vinícola, diz que a idéia é a nova importadora ter exclusividade no vinho e não ter outros rótulos da região do Douro em seu portfólio. "É importante dar foco ao vinho". Tiago é um profundo conhecedor dos vinhos portugueses e trabalhou por anos no Icep, o instituto de comércio exterior de Portugal, representando os vinhos da terrinha no Brasil.

                                                                                                                    Foto: Quinta do Vallado/Divulgação
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A vinícola da Quinta do Vallado

Van Zeller, por sua vez, aposta na capitalidade da World Wine, presente em todo o Brasil. "Temos informações de que o último contâiner que enviamos para nossa antiga importadora, nem chegou a ser desembaraçado no Porto", afirma. Nos dois casos, há uma aposta também na redução do preço de alguns destes vinhos.  O grupo Douro Boys se completa com a Quinta do Vale Meão e a Niepoort, os dois levados ao Brasil pela Mistral.

 

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