DA REUTERS
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
A petroleira OGX e a companhia de construção naval OSX, controladas pelo
empresário Eike Batista, entrarão com pedidos de recuperação judicial
nas próximas duas semanas, afirmou a revista "Veja" neste sábado, sem
citar fontes.
Segundo a Folha antecipou na última sexta-feira, as negociações
com os credores da OGX estão complicadas e a empresa caminha rapidamente
para a recuperação judicial.
Ricardo Moraes - 26.abr.2012/Reuters | |
Eike Batista na comemoração do início de produção da OGX |
A recuperação judicial depende só da conversa com a malasiana Petronas,
que havia se comprometido a comprar uma fatia em um campo de petróleo,
mas desistiu.
A OGX já vem, inclusive, procurando bancos em busca de linhas de crédito específicas para empresas em recuperação judicial.
Procurados, porta-vozes da OGX e da holding EBX não foram encontrados. Um porta-voz da OSX não comentou a reportagem.
As ações da OGX e da OSX recuaram para patamares mínimos na sexta-feira
por temores de que a petroleira, incapaz de cumprir suas metas de
produção de petróleo, fique sem dinheiro em breve.
Investidores temem que a OGX não pague à OSX pelo uso de uma embarcação
usada como garantia para um bônus emitido pela companhia de construção
naval. Se ocorrer um calote da OGX, a OSX pode ser obrigada a retomar a
embarcação.
A OGX deve 3,6 bilhões de dólares para detentores de bônus estrangeiros e 900 milhões de dólares para a OSX.
CALOTE
A Folha antecipou na última sexta-feira que a OGX já havia
decidido dar um calote de US$ 45 milhões de dólares referentes à
remuneração desses títulos.
Eike trocou os negociadores no final da última semana e pode alterar
pontos relevantes da proposta de reestruturação da dívida, o que
estressou ainda mais a relação com os credores, que inclui fundos como
Pimco e BlackRock.
A petroleira de Eike só tem caixa até o fim de outubro e, por isso, não vai pagar os US$ 45 milhões de remuneração dos títulos.
Ascensão e queda de Eike Batista
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Eike Batista ao lado da presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de celebração do início da produção da OGX
A OGX deve US$ 3,6 bilhões em títulos no exterior e US$ 900 milhões à
OSX, referentes a indenização pelo cancelamento das encomendas de
plataformas de petróleo.
O problema é que os ativos da empresa não valem as dívidas, o que já
significa um forte calote aos credores. No fim do processo, os credores
teriam 80% da OGX, enquanto Eike, o principal acionista da OSX, ficaria
com 20%.
Segundo a Folha apurou, o empresário quer considerar só 25% do
valor da dívida dos credores na hora da conversão em ações, porque o
bônus já está sendo negociado a esse valor. Nesse caso, Eike teria uma
fatia maior da empresa no fim do processo.
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