Rússia suspendeu a importação de carne de nove plantas destes frigoríficos por 60 dias
São Paulo – A Rússia
suspendeu, mais uma vez, a importação de carne bovina brasileira, por
meio de seu serviço de vigilância sanitária. O embargo atinge nove
unidades de produção dos frigoríficos JBS, Minerva e Marfrig.
A suspensão começa em 2 de outubro e durará 60 dias. O governo russo
limitou-se a citar que as plantas listadas violaram uma regra de
importação, mas não forneceu detalhes do caso.
A Rússia é a maior consumidora de carne do Brasil. No ano passado,
respondeu por 24% das exportações do setor. Apesar do seu peso, os
frigoríficos atingidos pela medida poderão remanejar as vendas para a
Rússia para plantas que não foram embargadas, tanto no Brasil, quanto em
países onde operam.
Essa é a avaliação do BB Investimentos, braço de corretagem do Banco do Brasil,
em relatório assinado pelo analista Nataniel Cezimbra. “Acreditamos que
as companhias possuam flexibilidade à adequação das mudanças
operacionais e comerciais”, afirma o analista no texto.
Flexibilidade
O JBS teve seis unidades suspensas pela Rússia. Segundo o BB
Investimentos, a empresa deve remanejar as exportações para uma planta
no Brasil que não sofreu restrições, e outras duas no Paraguai e
Uruguai.
O relatório afirma que o JBS pode contar, ainda, com a plataforma de
exportações que criou, ao comprar empresas em outros países como Estados
Unidos e Austrália. “Não há alteração estratégica em relação ao mercado
russo, apenas a realocação da origem da produção”, diz o analista.
Já o Minerva teve duas unidades embargadas: Araguaína e Barretos.
Segundo o BB Investimentos, a empresa deve atender o mercado russo a
partir das unidades do Paraguai (Frigomerc e Friasa) e do Uruguai
(Melo). “Não haverá mudança de capacidade instalada, apenas no mix de
destino da produção”, escreve Cezimbra.
Já o Marfrig sofreu o embargo de uma unidade. A empresa deve atender a
Rússia por meio de outras unidades no Brasil e no Uruguai.
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