quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Como o JBS, Minerva e Marfrig reagirão ao embargo russo


Rússia suspendeu a importação de carne de nove plantas destes frigoríficos por 60 dias

Dado Galdieri/Bloomberg
Gado da produtora de carne Minerva pasta em uma fazenda operada pela Companhia Agropecuária Monte Alegre (CMA) em Barretos
Gado em fazenda brasileira: frigoríficos têm flexibilidade para lidar com novo embargo russo

São Paulo – A Rússia suspendeu, mais uma vez, a importação de carne bovina brasileira, por meio de seu serviço de vigilância sanitária. O embargo atinge nove unidades de produção dos frigoríficos JBS, Minerva e Marfrig.

A suspensão começa em 2 de outubro e durará 60 dias. O governo russo limitou-se a citar que as plantas listadas violaram uma regra de importação, mas não forneceu detalhes do caso.

A Rússia é a maior consumidora de carne do Brasil. No ano passado, respondeu por 24% das exportações do setor. Apesar do seu peso, os frigoríficos atingidos pela medida poderão remanejar as vendas para a Rússia para plantas que não foram embargadas, tanto no Brasil, quanto em países onde operam.

Essa é a avaliação do BB Investimentos, braço de corretagem do Banco do Brasil, em relatório assinado pelo analista Nataniel Cezimbra. “Acreditamos que as companhias possuam flexibilidade à adequação das mudanças operacionais e comerciais”, afirma o analista no texto.


Flexibilidade


O JBS teve seis unidades suspensas pela Rússia. Segundo o BB Investimentos, a empresa deve remanejar as exportações para uma planta no Brasil que não sofreu restrições, e outras duas no Paraguai e Uruguai.

O relatório afirma que o JBS pode contar, ainda, com a plataforma de exportações que criou, ao comprar empresas em outros países como Estados Unidos e Austrália. “Não há alteração estratégica em relação ao mercado russo, apenas a realocação da origem da produção”, diz o analista.

Já o Minerva teve duas unidades embargadas: Araguaína e Barretos. Segundo o BB Investimentos, a empresa deve atender o mercado russo a partir das unidades do Paraguai (Frigomerc e Friasa) e do Uruguai (Melo). “Não haverá mudança de capacidade instalada, apenas no mix de destino da produção”, escreve Cezimbra.

Já o Marfrig sofreu o embargo de uma unidade. A empresa deve atender a Rússia por meio de outras unidades no Brasil e no Uruguai.
 

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