Bancos
podem passar a bloquear a conversão imediata para reais em compras
estrangeiras, que terão de ser fechadas na moeda local, mas terão que avisar
os clientes com 30 dias de antecedência. A informação é da Associação
Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito (Abecs).Bancos
como Santander, Itaú e Bradesco seguirão a diretiva da associação. No
Itaú, a medida passa a valer no próximo dia 30. Já o Bradesco informou
que está avisando seus clientes de forma gradativa. Banco do Brasil,
Caixa e HSBC afirmaram que estão avaliando a questão. Segundo o diretor
executivo da Abecs, Ricardo Vieira, a recomendação surgiu com base no
crescimento das reclamações de consumidores, que com frequência levavam sustos na hora de conferir a fatura do cartão - o valor era sempre maior do que o esperado.
"Você
visita um site ou uma loja e a pessoa te oferece a possibilidade de
pagar em reais - mas não te avisa nada. Você acha que vai pagar ao
banco aquele valor, mas não é
verdade", diz. " Quando essa transação vem ao Brasil, o cliente vai
pagar em reais o equivalente ao valor em dólar da data do pagamento da sua fatura - acrescido de 6,38% de IOF. É um ruído, o cliente não entende nada."
O
diretor diz que muitos estabelecimentos não informam sobre o IOF,
imposto de 6,38% sobre a compra no exterior, e muito menos que aquele
valor em reais é uma estimativa -
por vezes duvidosa -, ainda sujeito à variação cambial. "Sob o ponto de
vista do consumidor, é uma desinformação tremenda,
porque em quase nenhum site ou loja lá fora eles te avisam que o câmbio
é o do fechamento da fatura, e não o da compra", diz.
A
associação nega que a diretiva é fruto da recente escalada da moeda
norte-americana, mas assume que "quando a diferença não era muita, era
menos perceptível" para o
cliente. "Na conta sempre vinha uma diferença, mas ninguém se dava conta
disso. Agora, se o sujeito viu o valor em reais com dólar
a R$ 2,10 e, no fechamento do cartão, estava R$ 2,45, imediatamente
pensa que alguém o está roubando", aponta o economista Mauro Calil.
Renan
Ferracioli, assessor chefe do Procon-SP, lembra que parte da variação
cambial vinha sendo absorvida pela indústria dos cartões, que por vezes assumia
a diferença para evitar problemas com o cliente. "O consumidor não pode
ser prejudicado. Há muitos sites e lojas que não são sérios, colocam uma cotação da cabeça deles e omitem informações - tudo para induzir o consumidor ao erro", diz.
Alternativas.
Para evitar uma oscilação cambial entre a compra e o pagamento, o
cliente pode solicitar ao banco a antecipação da fatura. No Bradesco, por exemplo, as bandeiras Visa, MasterCard e Elo permitem antecipação em até dois dias antes do vencimento; a Amex, em até dez.
"O consumidor também pode usar um
cartão pré-pago no exterior, que já tem o dólar travado na compra", diz
Mauro Calil. Além disso, os pré-pagos cobram IOF de 0,38% sobre as transações, enquanto a taxa do cartão de crédito é de 6,38%.
Fonte: Abecs
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