Empresas avaliaram que o bloco marítimo de exploração SEAL-11 contém grandes quantidades de gás natural e petróleo leve de alta qualidade
Trabalhadores em uma plataforma de petróleo da Petrobras: área, onde a
Petrobras está agora perfurando poços de avaliação, também oferece a
oportunidade de aumentar a produção brasileira
Rio de Janeiro - Uma campanha exploratória na costa de Sergipe mostra que uma área controlada pela Petrobras
e um parceiro indiano possivelmente possui mais de um bilhão de barris
de petróleo, disseram à Reuters fontes do governo e da indústria,
reforçando esperanças de que a região se tornará em breve a maior nova
fronteira petrolífera do país.
A Petrobras e a IBV Brasil, uma joint venture igualmente dividida entre
as indianas Bharat Petroleum (BPCL) e a Videocon Industries, avaliaram
que o bloco marítimo de exploração SEAL-11 contém grandes quantidades de
gás natural e petróleo leve de alta qualidade, segundo cinco fontes do
governo e da indústria com conhecimento direto sobre os resultados da
perfuração.
O bloco SEAL-11 e suas áreas adjacentes, a 100 quilômetros da costa do
Estado de Sergipe, podem conter mais de 3 bilhões de barris de petróleo
"in situ", segundo duas das fontes. Se confirmada, a descoberta seria
uma das maiores do ano no mundo.
A Petrobras detém 60 por cento do SEAL-11, enquanto a IBV possui 40 por cento.
A Petrobras tem apostado, desde que comprou os direitos de perfurar a
área há uma década, que as águas de Sergipe possuem grandes quantidades
de petróleo e gás. Como operadora do bloco, a Petrobras registrou
descobertas na área junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) nos últimos anos, conforme é exigido por lei, mas
ainda tem que anunciar suas estimativas sobre o tamanho potencial da
reserva.
A última perfuração deixa claro o quão grande a descoberta pode ser, disseram as fontes.
A área, onde a Petrobras está agora perfurando poços de avaliação,
também oferece a oportunidade de aumentar a produção brasileira, com
reservas de perfuração mais fácil e barata do que no pré-sal, gigantesca
reserva em águas profundas, no litoral do Sudeste brasileiro. A
primeira produção em SEAL-11 e suas áreas adjacentes é esperada para
2018, disse a Petrobras em nota.
"Sergipe, sem dúvidas, tem um grande potencial e excelentes
perspectivas", disse à Reuters uma fonte do governo brasileiro com
conhecimento direto sobre as descobertas da Petrobras e da IBV e de seus
planos de desenvolvimento. "Eu diria que Sergipe é a melhor área do
Brasil em termos de perspectiva depois do pré-sal." Pré-sal é o nome
dado a uma série de reservas de petróleo preso muito abaixo do leito
marinho, sob uma camada de sal, nas Bacias de Campos e Santos.
As estimativas e perspectivas sobre Sergipe às quais a Reuters teve
acesso se baseiam em pelo menos dez indícios de petróleo e gás em sete
poços, conforme comunicados enviados à ANP desde 16 de junho de 2011.
Em respostas enviadas por email, a Petrobras declinou dizer quanto
petróleo estima haver em SEAL-11 e seus blocos adjacentes, mas disse que
16 poços perfurados desde 2008 na região de águas profundas de Sergipe
encontraram vários acúmulos de petróleo, "que compõem uma nova província
de petróleo na região".
O número exato somente será conhecido quando os planos de avaliação
forem concluídos em algum momento de 2015, disse uma fonte da BPCL na
Índia sob condição de anonimato. Alguns especialistas da indústria
acreditam que os testes podem demorar mais, pelo fato da Petrobras estar
atualmente sobrecarregada com outros investimentos gigantescos e estar
enfrentando dificuldades para levantar fundos.
A fonte da BPCL disse que o SEAL-11 provavelmente possui entre 1 e 2
bilhões de barris de "petróleo in situ", um termo que inclui reservas
impossíveis de recuperar e aquelas que podem ser economicamente
produzidas. O volume pode aumentar quando as reservas nos blocos
subjacentes forem incluídas.
Se a área revelar possuir 3 bilhões de barris "in situ" ou mais, ela seria capaz de produzir 1 bilhão de barris, com base nas taxas de recuperação do Brasil, de 25 a 30 por cento do petróleo existente, disse um especialista do setor petrolífero com conhecimento direto sobre o programa de perfuração.
A Petrobras e seus parceiros continuam a perfurar a área e solicitaram que a ANP aprove 8 planos de avaliação de descoberta para a região marítima, último passo antes do campo ser declarado comercialmente viável.
Se a área revelar possuir 3 bilhões de barris "in situ" ou mais, ela seria capaz de produzir 1 bilhão de barris, com base nas taxas de recuperação do Brasil, de 25 a 30 por cento do petróleo existente, disse um especialista do setor petrolífero com conhecimento direto sobre o programa de perfuração.
A Petrobras e seus parceiros continuam a perfurar a área e solicitaram que a ANP aprove 8 planos de avaliação de descoberta para a região marítima, último passo antes do campo ser declarado comercialmente viável.
Além SEAL-11, a Petrobras fez pelo menos mais oito descobertas no bloco
vizinho SEAL-10, que é 100 por cento de propriedade da estatal
brasileira, e mais duas descobertas no bloco SEAL-4, com 75 por cento
detidos pela Petrobras e 25 por cento pela indiana Oil & Natural Gas
Corp (ONGC), segundo dados da ANP.
As descobertas não indicam, necessariamente, que há petróleo ou gás em quantidades comerciais. Todo óleo e gás encontrados durante perfurações, por mais insignificantes, devem ser comunicados à ANP.
A relutância da Petrobras para estimar as reservas no campo de Sergipe não é incomum na indústria do petróleo, onde muitas empresas só confirmam as estimativas de reservas após extensas perfurações.
Tal atitude, no entanto, contrasta com a avidez das autoridades brasileiras em enaltecer a área super gigante de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. Em maio a ANP disse que Libra possui de 8 a 12 bilhões de barris de óleo recuperável, com base na perfuração de um único poço. O governo planeja leiloar os direitos de produção em Libra, maior descoberta petrolífera do Brasil, em 21 de outubro.
aso a descoberta de Sergipe seja confirmada, o petróleo e o gás encontrados em SEAL-11 podem se tornar a primeira descoberta brasileira "super gigante" (na casa dos bilhões de barris) fora da região do pré-sal, onde Libra está localizada.
As descobertas não indicam, necessariamente, que há petróleo ou gás em quantidades comerciais. Todo óleo e gás encontrados durante perfurações, por mais insignificantes, devem ser comunicados à ANP.
A relutância da Petrobras para estimar as reservas no campo de Sergipe não é incomum na indústria do petróleo, onde muitas empresas só confirmam as estimativas de reservas após extensas perfurações.
Tal atitude, no entanto, contrasta com a avidez das autoridades brasileiras em enaltecer a área super gigante de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. Em maio a ANP disse que Libra possui de 8 a 12 bilhões de barris de óleo recuperável, com base na perfuração de um único poço. O governo planeja leiloar os direitos de produção em Libra, maior descoberta petrolífera do Brasil, em 21 de outubro.
aso a descoberta de Sergipe seja confirmada, o petróleo e o gás encontrados em SEAL-11 podem se tornar a primeira descoberta brasileira "super gigante" (na casa dos bilhões de barris) fora da região do pré-sal, onde Libra está localizada.
Recentes perfurações também sugerem que um campo gigante de gás natural
pode se estender para muito além de SEAL-11, com gás suficiente para
suprir todas as necessidades atuais do Brasil "durante décadas", disse
uma das fontes.
Mesmo que o volume recuperável em Sergipe fique na categoria "gigante", ou seja, na faixa das centenas de milhões de barris, a área ainda seria a primeira grande descoberta marítima no Nordeste do Brasil, uma das regiões mais pobres do país.
"A descoberta é muito grande, e caso seja desenvolvida poderia transformar a economia do nosso Estado e da nossa região", disse à Reuters o subsecretário de Desenvolvimento Energético do governo de Sergipe, José de Oliveira Júnior.
Oliveira Júnior disse que não poderia dar uma estimativa do tamanho das reservas em SEAL-11, mas que elas são tão grandes que a Petrobras teria dito ao governo que provavelmente não será capaz de considerar o desenvolvimento da área por cerca de seis anos.
Autoridades em Sergipe estão ansiosas para desenvolver a área rapidamente. Petróleo há muito tempo tem sido produzido no Estado, principalmente em terra, mas os volumes são pequenos. A produção mensal em Sergipe é menor do que os maiores campos brasileiros produzem em uma questão de horas.
Os frutos da descoberta, no entanto, podem levar anos para chegar até os acionistas e residentes de Sergipe, apesar de sua proximidade da costa, da qualidade do óleo e de os reservatórios de menor complexidade sugerirem que seria mais barata para desenvolver do que os campos gigantes do pré-sal, disseram as fontes.
Situada em áreas com rochas mais porosas e permeáveis, o óleo leve poderia ser relativamente mais fácil de ser extraído em relação ao petróleo do pré-sal, mais pesado e preso em rochas mais compactas, disse uma fonte da indústria no Brasil.
Mesmo que o volume recuperável em Sergipe fique na categoria "gigante", ou seja, na faixa das centenas de milhões de barris, a área ainda seria a primeira grande descoberta marítima no Nordeste do Brasil, uma das regiões mais pobres do país.
"A descoberta é muito grande, e caso seja desenvolvida poderia transformar a economia do nosso Estado e da nossa região", disse à Reuters o subsecretário de Desenvolvimento Energético do governo de Sergipe, José de Oliveira Júnior.
Oliveira Júnior disse que não poderia dar uma estimativa do tamanho das reservas em SEAL-11, mas que elas são tão grandes que a Petrobras teria dito ao governo que provavelmente não será capaz de considerar o desenvolvimento da área por cerca de seis anos.
Autoridades em Sergipe estão ansiosas para desenvolver a área rapidamente. Petróleo há muito tempo tem sido produzido no Estado, principalmente em terra, mas os volumes são pequenos. A produção mensal em Sergipe é menor do que os maiores campos brasileiros produzem em uma questão de horas.
Os frutos da descoberta, no entanto, podem levar anos para chegar até os acionistas e residentes de Sergipe, apesar de sua proximidade da costa, da qualidade do óleo e de os reservatórios de menor complexidade sugerirem que seria mais barata para desenvolver do que os campos gigantes do pré-sal, disseram as fontes.
Situada em áreas com rochas mais porosas e permeáveis, o óleo leve poderia ser relativamente mais fácil de ser extraído em relação ao petróleo do pré-sal, mais pesado e preso em rochas mais compactas, disse uma fonte da indústria no Brasil.
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