sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Governo tem superávit primário de R$ 87 milhões em agosto




Por Leandra Peres e Lucas Marchesini | Valor
 
BRASÍLIA  -  (Atualizada às 16h05) O governo central, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, registrou superávit primário – economia para pagamento de juros da dívida pública –de R$ 87 milhões em agosto, ante resultado positivo de R$ 1,607 bilhão no mesmo mês do ano passado. O superávit de agosto de 2013 é o pior para o mês desde o início da série histórica, em 1997.
 
No acumulado do ano, o superávit primário do governo central foi de R$ 38,473 bilhões, equivalente a 1,23% do Produto Interno Bruto (PIB), contra R$ 53,580 bilhões ou 1,86% do PIB em igual período do ano passado.
 
Segundo números do Tesouro Nacional, divulgados nesta quinta-feira, 27, o resultado de agosto é reflexo de um superávit do Tesouro Nacional de R$ 5,797 bilhões, déficit da Previdência Social de R$ 5,733 bilhões e resultado positivo do Banco Central R$ 22,8 milhões.
 
Este foi o pior resultado para o período desde 2010, quando o saldo ficou positivo em R$ 29,681 bilhões.
 
 
Desempenho em queda
 
 
O desempenho das contas do governo central no acumulado de 2013 representa uma queda de 28,2% em relação a igual período de 2012, quando o superávit acumulado foi de R$ 53,6 bilhões.
 
Desde 2011, o indicador fiscal vem apresentando seguidos recuos nos primeiros oito meses na comparação com o ano anterior. O superávit primário registrado de janeiro a agosto de 2011 foi de R$ 69,9 bilhões.
 
O resultado primário do governo central até agora foi puxado pelo primeiro mês do ano. Em janeiro, o superávit foi de R$ 26,2 bilhões. Fevereiro teve déficit nas contas públicas, com saldo negativo de R$ 6,6 bilhões. 
 
Os últimos cinco meses voltaram a registrar superávit: R$ 276 milhões, em março; R$ 7,2 bilhões, em abril; R$ 6 bilhões, em maio; R$ 1,3 bilhões, em junho; R$ 3,7 bilhões em julho e os R$ 87 milhões de agosto, divulgados hoje.
 
 
Meta
 
 
Em 2013, o governo central tem de entregar um superávit de R$ 108 bilhões. A meta fixada para setor público consolidado é de R$ 155,9 bilhões.
 
O governo já informou, no entanto, que contará com o abatimento de até R$ 45 bilhões de investimentos referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações, entregando superávit equivalente a 2,3% do PIB.
 
 
Investimentos
 
 
Os investimentos totais do governo federal somaram R$ 42,1 bilhões no ano até agosto de 2013. A cifra é 0,8% menor do que os R$ 42,5 bilhões apurados no mesmo período do ano passado. Os valores incluem os dispêndios com o programa Minha Casa Minha Vida.
 
Só no programa habitacional, os desembolsos entre janeiro e agosto foram de R$ 10,1 bilhões — resultado R$ 623,3 milhões inferior ao de igual período de 2012.
 
Olhando apenas as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), até agosto, os desembolsos foram de R$ 29 bilhões no ano, contra R$ 27,3 bilhões registrados nos oito primeiros meses de 2012. Um avanço de 6,2%.
 
Na comparação de janeiro a julho de 2013 com os mesmos meses de 2012 é verificada uma alta de 0,1% no investimento.
 
 
Augustin
 
 
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, acredita que a queda do investimento verificada em agosto vai se recuperar a partir de setembro. “Há uma tendência de recuperar o investimento. Mantemos previsão de que vai avançar bastante nos próximos meses”, avaliou Augustin.
 
Ainda, de acordo com o secretário, esse número negativo apurado em agosto foi influenciado por “sazonalidades”, como a greve dos servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT).
 
Questionado, o secretário disse que espera que, ao fim do ano, o crescimento do investimento seja semelhante ao apurado nos gastos de custeio.
 
(Leandra Peres e Lucas Marchesini | Valor)

Nenhum comentário:

Postar um comentário