BRASÍLIA - (Atualizada às 16h05)
O governo central, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência
Social e Banco Central, registrou superávit primário – economia para
pagamento de juros da dívida pública –de R$ 87 milhões em agosto, ante
resultado positivo de R$ 1,607 bilhão no mesmo mês do ano passado. O
superávit de agosto de 2013 é o pior para o mês desde o início da série
histórica, em 1997.
No acumulado do ano, o superávit primário do governo central foi de
R$ 38,473 bilhões, equivalente a 1,23% do Produto Interno Bruto (PIB),
contra R$ 53,580 bilhões ou 1,86% do PIB em igual período do ano
passado.
Segundo números do Tesouro Nacional, divulgados nesta quinta-feira,
27, o resultado de agosto é reflexo de um superávit do Tesouro Nacional
de R$ 5,797 bilhões, déficit da Previdência Social de R$ 5,733 bilhões e
resultado positivo do Banco Central R$ 22,8 milhões.
Este foi o pior resultado para o período desde 2010, quando o saldo ficou positivo em R$ 29,681 bilhões.
Desempenho em queda
O desempenho das contas do governo central no acumulado de 2013
representa uma queda de 28,2% em relação a igual período de 2012, quando
o superávit acumulado foi de R$ 53,6 bilhões.
Desde 2011, o indicador fiscal vem apresentando seguidos recuos nos
primeiros oito meses na comparação com o ano anterior. O superávit
primário registrado de janeiro a agosto de 2011 foi de R$ 69,9 bilhões.
O resultado primário do governo central até agora foi puxado pelo
primeiro mês do ano. Em janeiro, o superávit foi de R$ 26,2 bilhões.
Fevereiro teve déficit nas contas públicas, com saldo negativo de R$ 6,6
bilhões.
Os últimos cinco meses voltaram a registrar superávit: R$ 276
milhões, em março; R$ 7,2 bilhões, em abril; R$ 6 bilhões, em maio; R$
1,3 bilhões, em junho; R$ 3,7 bilhões em julho e os R$ 87 milhões de
agosto, divulgados hoje.
Meta
Em 2013, o governo central tem de entregar um superávit de R$ 108
bilhões. A meta fixada para setor público consolidado é de R$ 155,9
bilhões.
O governo já informou, no entanto, que contará com o abatimento de
até R$ 45 bilhões de investimentos referentes ao Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) e desonerações, entregando superávit equivalente a
2,3% do PIB.
Investimentos
Os investimentos totais do governo federal somaram R$ 42,1 bilhões no
ano até agosto de 2013. A cifra é 0,8% menor do que os R$ 42,5 bilhões
apurados no mesmo período do ano passado. Os valores incluem os
dispêndios com o programa Minha Casa Minha Vida.
Só no programa habitacional, os desembolsos entre janeiro e agosto
foram de R$ 10,1 bilhões — resultado R$ 623,3 milhões inferior ao de
igual período de 2012.
Olhando apenas as obras do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), até agosto, os desembolsos foram de R$ 29 bilhões no ano, contra
R$ 27,3 bilhões registrados nos oito primeiros meses de 2012. Um avanço
de 6,2%.
Na comparação de janeiro a julho de 2013 com os mesmos meses de 2012 é verificada uma alta de 0,1% no investimento.
Augustin
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, acredita que a queda
do investimento verificada em agosto vai se recuperar a partir de
setembro. “Há uma tendência de recuperar o investimento. Mantemos
previsão de que vai avançar bastante nos próximos meses”, avaliou
Augustin.
Ainda, de acordo com o secretário, esse número negativo apurado em
agosto foi influenciado por “sazonalidades”, como a greve dos servidores
do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT).
Questionado, o secretário disse que espera que, ao fim do ano, o
crescimento do investimento seja semelhante ao apurado nos gastos de
custeio.
(Leandra Peres e Lucas Marchesini | Valor)
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