quinta-feira, 26 de setembro de 2013

BNDES aprova R$ 356,2 milhões a usinas em São Paulo e no Paraná

Assinatura de contrato com o BID em 19 de março de 2009
Por Elisa Soares | Valor
 
 
RIO  -  O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 356,2 milhões a novos projetos de plantio de canaviais no âmbito do Programa BNDES de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (BNDES Prorenova). Ao todo, os projetos contemplam o plantio de 83,2 mil hectares em São Paulo e Paraná, sendo 71,5 mil hectares para renovação e 11,7 mil hectares para novos canaviais.

Segundo o banco de fomento, os projetos desse programa na carteira já totalizam em 2013 aproximadamente R$ 1,3 bilhão (R$ 496 milhões em consulta, R$ 426 milhões em análise e R$ 370 milhões aprovados), o que já supera o desempenho de 2012, quando o BNDES desembolsou R$ 1,2 bilhão. A expectativa do banco é de que o programa totalize pelo menos R$ 2 bilhões em financiamentos até o fim deste ano.

O BNDES informou que duas empresas sucroalcooleiras do grupo paranaense Usaçúcar — Santa Terezinha e usina de açúcar e álcool Goioerê — receberão R$ 253,2 milhões. Os recursos destinam-se ao plantio de 61,8 mil hectares de cana-de-açúcar, no noroeste do Paraná, sendo 11,4 mil hectares de novos canaviais e 50,4 mil hectares de reforma de canaviais já existentes.

A Santa Terezinha, de Maringá, é a maior empresa do setor sucroenergético do Estado, e sua capacidade de moagem é de 19 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, divididas em oito unidades industriais. A empresa está adquirindo a Usina Goioerê, localizada no município paranaense de Moreira Sales. Com isso, adicionará 1,8 milhão de toneladas de cana-de-açúcar à capacidade instalada do grupo.

Já a usina São Martinho, do grupo São Martinho, receberá R$ 65,1 milhões do BNDES Prorenova. Seu projeto prevê o plantio de 13,3 mil hectares de cana-de-açúcar em São Paulo. O plantio será realizado nos municípios de Pradópolis e Iracemápolis e em municípios do seu entorno. Todo o plantio, ainda segundo informações do banco de fomento, será realizado com variedades de cana-de-açúcar protegidas por patentes, ou seja, que são mais atualizadas tecnologicamente, permitindo maior ganho de produtividade.

O grupo São Martinho produz, atualmente, açúcar, etanol e energia elétrica em três usinas: Iracema e São Martinho, em São Paulo, e Boa Vista (apenas etanol), localizada em Goiás. Ele detém, ainda, 32,18% da usina Santa Cruz. Na safra 2012/2013, o grupo São Martinho registrou uma moagem de 12,9 milhões de toneladas, com produção de 970 mil toneladas de açúcar e 451 mil metros cúbicos de etanol.

A companhia Agrícola Quatá foi o terceiro projeto aprovado para obter apoio do BNDES. A usina Quatá, do grupo Zilor, receberá R$ 37,9 milhões para a renovação de 8,1 mil hectares de canaviais existentes na região de Quatá e Paraguaçu Paulista, São Paulo. Deste total a ser renovado, 6,4 mil hectares usam variedades de cana protegidas.

Segundo o BNDES, o grupo Zilor é formado por três usinas produtoras de açúcar, etanol, energia e leveduras e por uma empresa agrícola, e é responsável pelas atividades de plantio e colheita de cana-de-açúcar.

O banco de fomento explicou, ainda, que a combinação de problemas climáticos nas últimas três safras, com a redução dos investimentos na lavoura em função da escassez de crédito resultante da crise financeira internacional de 2008, resultaram na redução da renovação dos canaviais entre 2009 e 2011.

Como consequência, ainda segundo o BNDES, a idade média do canavial chegou a 3,7 anos em 2012, quando o padrão ideal gira em torno de 3 anos, de acordo com recomendação do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). O BNDES afirmou que, com um canavial mais antigo, a produtividade agrícola se reduziu expressivamente, chegando a pouco mais de 70 toneladas de cana por hectare na safra 2012/13, o que representou queda de quase 20% em relação à safra 2008/09.

(Elisa Soares | Valor)

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