TONI SCIARRETTA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
Os preços de uma cesta de 104 itens chegaram a subir até 19% nos
supermercados entre 2012 e 2013, segundo pesquisa anual da Proteste
(associação dos consumidores) feita em 21 cidades de 14 Estados do país.
Foi a maior variação desde 2009, quando foi iniciada essa série. A cesta tem produtos que vão de hortifrúti a higiene e limpeza.
A pesquisa mostrou alta generalizada nos preços de alimentos, bebidas e
artigos de limpeza e higiene em todo o país. São coletados para essa
cesta apenas os valores de marcas líderes de mercado em cada região
pesquisada.
Quem bater perna na hora de comprar consegue uma economia de até R$ 2.028,90 por ano, considerando a compra mensal dessa cesta.
O resultado vale para São Paulo, onde o custo de uma cesta foi em média
de R$ 369,83. No Rio e em Florianópolis, a economia anual chegou a R$
1.480,04 e R$ 1.406,03, respectivamente, segundo o estudo.
NORDESTE LIDERA
Editoria de arte/Folhapress | |
Os Estados com o maior aumento nos preços neste ano, na comparação com
2012, estão no Nordeste. No Ceará, houve aumento de 19%, seguido por
Bahia (17%), Maranhão (17%) e Paraíba (16%). "É justamente a região de
maior ascensão da chamada nova classe média", disse Michele Alves,
responsável pela pesquisa.
Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, lembra que,
além de o frete para essa parte do país ser mais elevado, os
consumidores dessa região têm menos "educação para o consumo", o que
pode facilitar o repasse do aumento de preços pelos supermercados. "Isso
ocorre principalmente em áreas onde a concorrência também é menor",
diz.
A menor variação de preços ocorreu em Goiás, onde os valores médios dos
produtos subiram 11%. Neste ano, nenhum Estado registrou recuo nos
preços da cesta.
Na pesquisa do ano passado, o maior aumento foi de 8% em Minas Gerais e
em Pernambuco. No Rio Grande do Norte e no Paraná houve até deflação de
3% e 2%, respectivamente.
BISCOITO VILÃO
Os pesquisadores agiram como consumidores à procura do menor preço e
evitaram coletar informações nos dias de promoções temporárias de alguns
setores. Foram 1.357 estabelecimentos visitados.
Para comparar os resultados, eles encontraram o supermercado "mais caro"
e o "mais barato" de cada cidade. No cálculo da economia anual por
cidade, estimaram a compra de uma cesta de 104 itens por mês.
A variação de preços de um mesmo produto chegou a 195% em uma mesma
cidade. É o caso do biscoito maisena, na comparação feita em
supermercados de São Paulo. Em seguida estão lâmpada incandescente e
empanado de frango, com respectivamente diferenças de preço de 194% e
192%.
COMPARAÇÃO
Enquanto o consumidor paulista pagou em média R$ 369,83 para adquirir a
cesta com 104 itens, o de Santa Catarina gastou R$ 26 a mais para obter
os mesmos produtos. No Rio Grande do Norte, foi encontrada a cesta de
menor preço médio: R$ 338,640.
"O consumidor tem de aprender que vale a pena atravessar a rua de uma
mesma região ou bairro e comparar os preços antes de comprar. Um terço
do orçamento doméstico é gasto nas compras em supermercados. Não é pouca
coisa" disse a coordenadora da Proteste.
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