A piaçava, uma fibra vegetal, é a matéria-prima das peças.
Trançado de origem indígena ganha clientes Brasil afora.
O trabalho feito com palha de piaçava gera emprego e renda em Porto Sauípe, na Bahia. Uma cooperativa de artesãs da região recebe cursos e capacitações para produzir acessórios e objetos de decoração.
As mãos ágeis das artesãs de Porto Sauípe parecem reger uma sinfonia
sem fim. São horas e horas trançando a piaçava para criar bolsas,
carteiras, cestos e tapetes. O resultado de tanto trabalho são obras
originais que estão ganhando mercados pelo Brasil.
O local paradisíaco onde as peças são feitas fica no litoral norte da
Bahia, a cerca de 80 quilômetros de Salvador, onde 35 mulheres fazem
parte de uma associação de artesanato com a piaçava, uma fibra vegetal. A
técnica de trançar esta palha vem dos índios tupinambás. O ofício
resiste ao tempo passando de geração em geração.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
auxilia a comunidade há 14 anos promovendo cursos de capacitação para
melhorar o design das peças e a qualidade de vida das artesãs.
“Antes a gente fazia só tapetes, chapéus e umas bolsinhas simples. Hoje
não, hoje a gente faz vários modelos. (...) Agora mesmo nós já estamos
criando uma coleção de couro com a palha para 2014”, conta Evanira dos
Santos, uma das artesãs.
O apoio do Sebrae resultou na criação de uma cooperativa que integra nove comunidades da região e reúne cerca de 200 artesãs.
“Nós começamos a organizá-las de forma que elas pudessem compreender
que a gestão é importante num processo para que elas pudessem alcançar
outros mercados e aumentar a sua produtividade e qualidade do produto”,
explica Hirlene Pereira, do Sebrae de Salvador (BA).
A matéria-prima deste artesanato é encontrada na mata. Às vezes, as
mulheres andam quilômetros para achar a piaçaveira, uma palmeira nativa
da Bahia. A fibra é longa, resistente e maleável. O material pode ser
usado também na fabricação de vassouras, cobertura de quiosques e até no
enchimento de assentos para carros.
As artesãs só colhem a parte central da piaçava. Elas quebram e vão
tirando a palha, uma por uma. As mais verdes não servem, então, elas só
colhem as mais amarelas.
Valdimira Silva, a dona Vavá, aprendeu a fazer o artesanato com a avó e
repassou o conhecimento para as filhas. Ela trabalha há 60 anos e, até
hoje, participa das expedições atrás da piaçava.
“Eu trabalho com isso desde os sete anos de idade. Aí eu trabalhava,
casei, tenho 10 filhos. Criei com isso aqui”, conta a artesão.
Depois da colheita, as artesãs colocam a fibra numa panela com água
para cozinhar ou tingir. Elas esperam a palha secar e começam o
trançado. Todo este empenho passou a agregar valor ao produto após as
capacitações do Sebrae.
A base de todo o trabalho é uma fita. Uma artesã experiente demora um
dia inteiro para fazer um rolo de 15 metros de comprimento, por exemplo.
Este tamanho é suficiente para a confecção de apenas uma bolsa. É por
isso que, hoje, a cooperativa define o preço do produto conforme o tempo
gasto na fabricação e a complexidade do trançado.
A melhoria da gestão do negócio impulsionou os ganhos das associações que participam da cooperativa.
“Nós temos, em baixa estação, um faturamento de R$ 10 mil por mês e, na
alta estação, temos um faturamento de R$ 30 mil por mês”, explica
Evanira.
Além de impulsionar as vendas, o projeto ajudou a elevar a auto-estima
das artesãs. “Orgulhosa de saber que os meus trabalhos estão indo além
do meu lugar, estão indo longe.”
Hoje, os produtos fabricados por estas mulheres estão à venda na sede da associação, em cidades próximas e em seis estados.
A melhoria da qualidade do produto abriu novas portas para as artesãs.
Em uma rodada de negócios elas conquistaram um importante cliente: uma
rede de lojas de móveis e artigos de decoração. E hoje, as peças em
Porto Sauípe já podem ser encontradas no maior centro econômico do país.
Um porta pratos artesanal, por exemplo, está nas prateleiras da
Tok&Stok da capital paulista e em mais de 30 filias pelo Brasil. O
produto faz parte de uma linha ecológica e social da empresa. O sousplat
custa R$ 29.
“Um grande diferencial foi trabalharmos, em primeiro lugar, a
cooperação e o associativismo entre elas, porque aumentou sua capacidade
produtiva. A melhoria da qualidade, trabalhando também o design,
desenvolvimento de novos produtos, assim como participação em rodadas de
negócios e aprender a comercializar o produto efetivamente”, diz
Hirlene, do Sebrae.
CONTATOS:
SEBRAE
Central de Relacionamento: 0800-570-0800
www.sebrae.com.br
SEBRAE
Central de Relacionamento: 0800-570-0800
www.sebrae.com.br
COOPERATIVA DOS ARTESÃOS DO PORTO SAUÍPE
Contato: Dir. Cooperativa – Evanira Gonçalves dos Santos
Avenida Beira Mar, S/N
Porto Sauípe / BA – CEP: 48180-000
Celular: (71) 9107-3923
Contato: Dir. Cooperativa – Evanira Gonçalves dos Santos
Avenida Beira Mar, S/N
Porto Sauípe / BA – CEP: 48180-000
Celular: (71) 9107-3923
Cliente da Cooperativa
Tok&Stok – Pinheiros
Avenida Eusébio Matoso, 1231.
São Paulo/ SP – CEP: 05423-080
Telefone: 3583-4700
Tok&Stok – Pinheiros
Avenida Eusébio Matoso, 1231.
São Paulo/ SP – CEP: 05423-080
Telefone: 3583-4700
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