sábado, 28 de setembro de 2013

Cresce diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil

Mercado de trabalho


Relação entre os salários de trabalhadores de ambos os gêneros caminhava para o equilíbrio desde 2008, mas indicador recuou em 2012

Talita Fernandes
MERCADO DE TRABALHO - Em São Paulo, o objetivo da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho - SERT- localizada no Poupatempo Sé, é aproximar o trabalhador das novas oportunidades do mercado, fomentando a geração de trabalho e renda
Pnad: rendimento médio mensal passou de 1 425,00 reais em 2011, para 1 507,00 reais, no ano passado (Reinaldo Canato)


Pela primeira vez desde 2007, a diferença entre a renda mensal média de homens e mulheres no Brasil ampliou-se em 2012. É o que indica a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira. O salário das mulheres correspondeu a 72,9% do redimento masculino no ano passado. Em 2011, essa proporção era de 73,7%. Ou seja, a diferença era levemente menor. A útima vez que a diferença entre os gêneros se ampliou foi há seis anos, quando a proporção ficou em 71,4%, ante 71,6% de 2006. A renda média mensal masculina no ano passado foi de 1 698,00 reais, e das mulheres, de 1 238,00 reais.

O rendimento médio mensal do brasileiro acima de 15 anos - descontados os efeitos da inflação - teve alta de 5,8% em 2012, na comparação com o ano anterior. De acordo com a pesquisa, a renda passou de 1 425,00 reais em 2011, para 1 507,00 reais, no ano passado.  

A pesquisa mostrou ainda que houve aumento do rendimento médio mensal real em todas as esferas da pirâmide de renda. Contudo, a diferença dos ganhos dos 10% com menor renda para aqueles que correspondem a 1% da maior faixa de renda ficou ainda maior: em 2011, a população do topo da pirâmide ganhava 84 vezes mais que os 10% com menor renda. Em 2012, essa comparação passou para 87 vezes. Os ganhos das pessoas entre os 10% com menor renda aumentou de 202,00 reais, em 2011, para 215,00 reais, em 2012, enquanto o rendimento médio da população de maior renda (que corresponde a 1% do total) passou de 17 048 reais em 2011, para 18 889 reais no ano passado. 

O aumento de renda foi visto em todas as regiões do país, segundo a Pnad. Na região Nordeste a alta ficou mais evidente: 8,1% - trata-se, porém, da região com o menor rendimento médio do país, de 1 044 reais, seguida pela região Norte, cuja renda média é de 1 192 (alta de 2,1% na comparação com 2011). A renda média da população do Sul do país aumentou 5,8%, para 1 639,00 reais, e a do Sudeste, 6%, para 1 707,00 reais. O Centro-Oeste, apesar de ter tido o segundo menor aumento de renda, de 2,1%, tem a população com maior ganho médio, de 1 803 reais.

Taxa de ocupação — O aumento da renda é resultado, entre outros fatores, do aumento da taxa de ocupação da população ativa (os brasileiros acima de 15 anos aptos para trabalhar). Segundo a Pnad, em 2012, a população ocupada totalizou 93,9 milhões de trabalhadores, aumento de 1,6%, na comparação com os resultados de 2011. O Norte foi a região com maior aumento desse contingente, de 2,7%; enquanto a região Sul apresentou o menor crescimento de pessoas empregadas, de 0,7%. As regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste tiveram alta de 1,9%, 1,4% e 1,8%, respectivamente, na taxa de ocupação.

Jovens 'desocupados' - A taxa de pessoas ativas com emprego cresceu na maior parte das faixas etárias, com exceção do intervalo entre 20 a 24 anos - cujo número absoluto de pessoas ocupadas passou de 10,734 milhões em 2011, para 10,591 milhões no ano passado - e 25 a 29 anos, que passou de 12,270 milhões para 12,079 milhões.  

Já a taxa de desocupação ficou em 6,1% em 2012, segundo a Pnad, mostrando queda em relação ao dado de 2011, de 6,7%. Na região Sul foi observada a menor taxa de desocupação, 4,1% e, na Nordeste, a maior, 7,6%.

Em termos absolutos, o contingente de pessoas que não estavam ocupadas e buscaram se inserir no mercado de trabalho foi de 6,2 milhões, queda de 7,2% em relação de 2011. 

Carteira de trabalho — O número absoluto de trabalhadores formais no setor privado foi de 35,0 milhões, aumento de 1,1 milhão de trabalhos (3,2%) com carteira assinada ante 2011. Em termos proporcionais, não houve variação dos empregados formais entre todos do setor privado: eles correspondiam a 74,6% do total, mesmo patamar de 2011.

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