Mercado de trabalho
Relação entre os salários de trabalhadores de ambos os gêneros caminhava para o equilíbrio desde 2008, mas indicador recuou em 2012
Talita Fernandes
Pnad: rendimento médio mensal passou de 1 425,00 reais em 2011, para 1 507,00 reais, no ano passado
(Reinaldo Canato)
Pela primeira vez desde 2007, a diferença entre a renda mensal
média de homens e mulheres no Brasil ampliou-se em 2012. É o que indica
a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012,
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada
nesta sexta-feira. O salário das mulheres correspondeu a 72,9% do
redimento masculino no ano passado. Em 2011, essa proporção era de
73,7%. Ou seja, a diferença era levemente menor. A útima vez que a
diferença entre os gêneros se ampliou foi há seis anos, quando
a proporção ficou em 71,4%, ante 71,6% de 2006. A renda média
mensal masculina no ano passado foi de 1 698,00 reais, e das mulheres,
de 1 238,00 reais.
O rendimento médio mensal do brasileiro acima de 15 anos -
descontados os efeitos da inflação - teve alta de 5,8% em 2012, na
comparação com o ano anterior. De acordo com a pesquisa, a renda passou
de 1 425,00 reais em 2011, para 1 507,00 reais, no ano passado.
A pesquisa mostrou ainda que houve aumento do rendimento médio mensal
real em todas as esferas da pirâmide de renda. Contudo, a diferença dos
ganhos dos 10% com menor renda para aqueles que correspondem a 1% da
maior faixa de renda ficou ainda maior: em 2011, a população do topo da
pirâmide ganhava 84 vezes mais que os 10% com menor renda. Em 2012, essa
comparação passou para 87 vezes. Os ganhos das pessoas entre os 10% com
menor renda aumentou de 202,00 reais, em 2011, para 215,00 reais, em
2012, enquanto o rendimento médio da população de maior renda (que
corresponde a 1% do total) passou de 17 048 reais em 2011, para 18 889
reais no ano passado.
O aumento de renda foi visto em todas as regiões do país, segundo a
Pnad. Na região Nordeste a alta ficou mais evidente: 8,1% - trata-se,
porém, da região com o menor rendimento médio do país, de 1 044 reais,
seguida pela região Norte, cuja renda média é de 1 192 (alta de 2,1% na
comparação com 2011). A renda média da população do Sul do país aumentou
5,8%, para 1 639,00 reais, e a do Sudeste, 6%, para 1 707,00 reais. O
Centro-Oeste, apesar de ter tido o segundo menor aumento de renda, de
2,1%, tem a população com maior ganho médio, de 1 803 reais.
Taxa de ocupação — O aumento da renda é resultado,
entre outros fatores, do aumento da taxa de ocupação da população ativa
(os brasileiros acima de 15 anos aptos para trabalhar). Segundo a Pnad,
em 2012, a população ocupada totalizou 93,9 milhões de trabalhadores,
aumento de 1,6%, na comparação com os resultados de 2011. O Norte foi a
região com maior aumento desse contingente, de 2,7%; enquanto a região
Sul apresentou o menor crescimento de pessoas empregadas, de 0,7%. As
regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste tiveram alta de 1,9%, 1,4% e
1,8%, respectivamente, na taxa de ocupação.
Jovens 'desocupados' - A taxa de pessoas ativas com
emprego cresceu na maior parte das faixas etárias, com exceção do
intervalo entre 20 a 24 anos - cujo número absoluto de pessoas ocupadas
passou de 10,734 milhões em 2011, para 10,591 milhões no ano passado - e
25 a 29 anos, que passou de 12,270 milhões para 12,079 milhões.
Já a taxa de desocupação ficou em 6,1% em 2012, segundo a Pnad,
mostrando queda em relação ao dado de 2011, de 6,7%. Na região Sul foi
observada a menor taxa de desocupação, 4,1% e, na Nordeste, a maior,
7,6%.
Em termos absolutos, o contingente de pessoas que não estavam
ocupadas e buscaram se inserir no mercado de trabalho foi de 6,2
milhões, queda de 7,2% em relação de 2011.
Carteira de trabalho — O número absoluto de
trabalhadores formais no setor privado foi de 35,0 milhões, aumento de
1,1 milhão de trabalhos (3,2%) com carteira assinada ante 2011. Em
termos proporcionais, não houve variação dos empregados formais entre
todos do setor privado: eles correspondiam a 74,6% do total, mesmo
patamar de 2011.
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