quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Brasil volta a ter o maior juro real do mundo


Com a nova elevação na taxa Selic, Brasil voltou a ocupar o primeiro lugar no ranking mundial de juro real

Marcos Santos/USP Imagens
Dinheiro: moedas sobre notas de Real

O Brasil não ficava na primeira posição do ranking desde março de 2012, quando a taxa Selic era de 9,65%

São Paulo - A alta de 0,5 ponto percentual na Selic levou o Brasil de volta para a primeira posição no ranking mundial de juros reais. O levantamento, que é feito todo mês pelo site MoneYou, aponta que com a nova taxa de juros em 9,5% ao ano, a taxa brasileira de juro real (taxa básica descontada a inflação dos últimos 12 meses) passou de 2,6% para 3,4%.

O Brasil não ficava na primeira posição desde março de 2012. A escalada de volta para o topo começou em maio deste ano, quando o Copom elevou a Selic para 7,5% ao ano e o Brasil pulou do sexto para o quarto lugar do ranking. Em agosto, ficamos com a 3º posição. 

A média mundial entre os 40 países pesquisados foi negativa em 0,3%, contra 0,6% negativos no levantamento anterior.

Depois do Brasil, a maior taxa de juro real é a da China (3,3%), seguida por Chile (2,9%) e Hungria (2,3%). Na outra ponta, com as menores taxas, estão Venezuela (-20,5%), precedida por Hong Kong (-3,8%), Turquia (-3,1%) e Holanda (-2,2%).

Veja a tabela com os juros reais nos 40 países:

  País Taxa Real
1 Brasil 3,40%
2 China 3,30%
3 Chile 2,90%
4 Hungria 2,30%
5 Grécia 1,80%
6 Coréia do Sul 1,70%
7 Polônia 1,40%
8 República Tcheca 1,40%
9 Argentina 1,30%
10 Índia 1,30%
11 Malásia 1,10%
12 Tailândia 1,10%
13 Taiwan 1%
14 Colômbia 1%
15 Suécia 0,90%
16 Filipinas 0,80%
17 Portugal 0,30%
18 México 0,30%
19 Espanha 0,20%
20 Suíça 0,10%
21 Austrália 0,10%
22 Áustria 0,10%
23 Canadá -0,10%
24 Dinamarca -0,20%
25 Israel -0,30%
26 Bélgica -0,40%
27 França -0,40%
28 Itália -0,40%
29 Rússia -0,60%
30 Japão -0,90%
31 Alemanha -0,90%
32 Indonésia -1,10%
33 Estados Unidos -1,20%
34 África do Sul -1,30%
35 Cingapura -1,90%
36 Reino Unido -2,10%
37 Holanda -2,20%
38 Turquia -3,10%
39 Hong Kong -3,80%
40 Venezuela -20,50%
  Média Geral -0,30%

Eike teria contratado advogados nos EUA diante de default


O ex-bilionário contratou o escritório americano para representá-lo enquanto a OGX considera solicitar proteção contra insolvência

David McLaughlin e Steven Church, da
Divulgação
Plataforma de petróleo da OGX

Plataforma de petróleo da OGX: a petrolífera está considerando solicitar proteção contra insolvência até o final deste mês

Nova York e Washington - O ex-bilionário Eike Batista contratou o escritório de advocacia americano Quinn Emanuel Urquhart Sullivan LLP para representá-lo enquanto sua companhia petrolífera considera solicitar proteção contra insolvência, segundo duas fontes do setor.

A Quinn Emanuel foi contratada para trabalhar na reestruturação e em possíveis litígios contra Batista nos EUA, afirmaram as fontes, que solicitaram o anonimato porque não estão autorizadas a falar publicamente.

A OGX Petróleo Gás Participações SA está considerando solicitar proteção contra insolvência até o final deste mês, afirmaram duas fontes do setor na semana passada. O processo seria levado a cabo no Rio de Janeiro, onde a OGX está sediada, afirmaram as pessoas, que solicitaram o anonimato porque as discussões são privadas.

Embora Batista esteja negociando com os credores para evitar que a construtora naval OSX Brasil SA sofra o mesmo destino, o resultado mais provável é que ambas as companhias procurem proteção legal, disseram as fontes.

A companhia, parte central do grupo de commodities de Batista, não realizou um pagamento de títulos por US$ 45 milhões em 1 de outubro, deixando o empresário à beira do maior default corporativo da América Latina depois que os depósitos petrolíferos, cujo valor ele estimou em US$ 1 trilhão, resultaram ser fracassos comerciais.

Um representante da EBX, a matriz de Batista, não retornou as ligações telefônicas e e-mails, depois do horário comercial no Rio de Janeiro, solicitando comentários sobre a contratação da Quinn Emmanuel.
Capítulo 15


As companhias sediadas fora dos EUA podem solicitar proteção judicial no país conforme o Capítulo 15 da sua lei de insolvência. As companhias utilizam esse capítulo para proteger seus ativos nos EUA enquanto reorganizam suas operações sob a jurisdição de um tribunal de insolvência no exterior.

No caso de companhias americanas em bancarrota, ocasionalmente o dono de uma companhia contrata advogados independentes daqueles da companhia.

Quando Los Angeles Dodgers declarou-se em bancarrota, o então dono da companhia, o desenvolvedor imobiliário Frank McCourt, contratou seus próprios advogados, que representaram seus interesses na negociação da venda por US$ 2 bilhões do time profissional de beisebol. Outro grupo de advogados representou o time.

A Quinn Emmanuel é especialista em litígios corporativos. Os advogados do escritório trabalharam em litígios ligados às bancarrotas da operadora energética Enron Corp., da operadora de futuros Refco Inc. e da operadora petrolífera SemGroup LP, conforme o site da companhia.

Brasil com obras da Copa e de infraestrututura é oportunidade para a Ciber


 
 
 
A Ciber Equipamentos Rodoviários, produtora de máquinas e tecnologias para construção de rodovias e mineração, sabe que está no lugar exato e no momento certo. Preparando-se para receber grandes eventos esportivos e vivendo o período pré-eleitoral, quando governantes querem mostrar serviço e obras pipocam por todos os lados das cidades, o Brasil concentra seus esforços no investimento em infraestrutura. 

O desenvolvimento de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos se tornou a única saída para o país voltar a crescer - como indicou Tatiana Pinheiro, economista sênior do Santander. O cenário, portanto, não poderia ser mais promissor para a empresa gaúcha que, entre outros equipamentos, fabrica usinas de asfalto. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), pouco mais de 13% das rodovias brasileiras são pavimentadas “O percentual é muito baixo comparado ao resto do mundo. Existe uma lacuna grande para ser preenchida”, avalia Jandrei Goldschmidt, gerente de marketing da Ciber. 

A previsão da Ciber, subsidiária do grupo alemão Wirtgen, é fechar o ano com o faturamento de R$ 400 milhões. Para isso, a empresa reforçou sua presença na região nordeste com a abertura, recentemente, de uma revendedora em Pernambuco. A intenção é atender um mercado promissor: “O nordeste vem muito forte em termos de infraestrutura. No primeiro semestre, despontou bastante a demanda por equipamentos na Bahia e Pernambuco”, conta Goldschmidt. Entre 70 e 80% dos clientes da Ciber são empreiteiras e grandes construtoras, mas setores do governo e o exército também utilizam as máquinas produzidas na fábrica de Porto Alegre. É o caso da prefeitura do Rio de Janeiro, outro mercado para o qual a Ciber tem dedicado especial atenção diante dos investimentos que estão sendo realizados no município à espera da Copa do Mundo e Olimpíada.  

Além de o momento ser propício para o aumento da demanda pelos equipamentos para obras rodoviárias, a Ciber conta com outro ponto a favor: a valorização do dólar. A empresa comercializa usinas de asfalto, de produção 100% brasileira, para toda América Latina, África, Oceania e sul da Ásia. A única preocupação reside na cotação do euro, pois parte das máquinas é importada da Alemanha. Mas como 70% dos produtos são nacionais, produzidos em Porto Alegre, a balança comercial da Ciber tende a ficar positiva.

O setor de máquinas e equipamentos no Brasil não teve um bom desempenho no primeiro semestre de 2013. No acumulado do ano (janeiro a julho), teve queda de 7,7% no faturamento em comparação ao mesmo período de 2012. Porém, Goldschmidt destaca que a proximidade das eleições 2014 pode dar um ânimo ao segmento: “A tendência é que até o ano que vem, o mercado se aqueça”. No entanto, as obras brasileiras estão sempre às voltas com incertezas e burocracias que podem representar uma ducha de água fria no crescimento do setor. Segundo Goldschmidt, empresas deste setor trabalham com a probabilidade de greves, falta de mão de obra qualificada e embargos das construções. “A instabilidade é uma constante, o que dificulta andamento da cadeia produtiva e as projeções para o futuro”.  Fonte: amanha.com.br

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Brasil: País passou de importador a celeiro do mundo!


Agronegócio


O Brasil era importador de alimentos até os anos 70. Hoje é um dos celeiros do mundo. O gatilho das transformações das últimas duas décadas ajuda a explicar não só o que ocorreu na agricultura, mas também o que não ocorreu na indústria.


“Até 1990, o Brasil era um país comercialmente isolado do mundo e com políticas paternalistas para a agricultura”, recorda Roberto Rodrigues. “O Plano Collor deu o primeiro golpe”, diz ele, com o descasamento entre índices, que pôs fim aos juros negativos para o crédito agrícola; a abertura comercial e o fim dos órgãos que controlavam a produção e o comércio, como os institutos do Açúcar e do Álcool (IAC) e Brasileiro do Café (IBC).

“Toda a produção e exportação dos produtos da cana de açúcar eram reguladas pelo IAC”, recorda Pedro Camargo. “Havia cotas para cada produtor, que precisava de autorização para ampliar sua usina – um sistema cubano.” Só era permitida a exportação do açúcar do Nordeste. Collor extinguiu o IAC e São Paulo tornou-se o maior exportador de açúcar do mundo.

Na pecuária, por causa de doenças, o Brasil não exportava carne bovina, e vendia pequena quantidade de aves, lembra o empresário. “Quando um setor atende apenas o mercado interno, seu crescimento está condicionado ao aumento da população ou do poder aquisitivo.”

“O Plano Real deu o golpe final”, continua Rodrigues. “Os preços agrícolas caíram 20% e as dívidas, corrigidas pela TR, duplicaram de um ano para o outro. Quem tinha crédito rural quebrou. Além disso, mais da metade da renda rural vinha do overnight (os juros pagos pelos bancos, na esteira da superinflação).” Hoje, os produtores estão capitalizados: 40% da safra tem financiamento próprio.

“A liberalização comercial diminuiu os impostos sobre fertilizantes importados”, diz Camargo. “E os choques de liberalização provocam investimento em tecnologia.” Os planos Collor e Real fizeram uma “tríplice colisão”, resume Rodrigues: comércio, inflação e políticas públicas.

Mais adiante, em 1996, a Lei Kandir retirou o ICMS sobre produtos agrícolas exportados, os únicos que pagavam esse imposto. “O setor não precisou de ajuda”, constata Camargo. “Foi só o Brasil deixar de ser antiagrícola.”

Fonte: Portal do Agronegócio

Ministro reformista perde poder na Venezuela


Por Fabio Murakawa | Valor


SÃO PAULO  -  O ministro das Finanças da Venezuela, Nelson Merentes, foi destituído, nesta terça-feira, 8, do cargo de vice-presidente da Área Econômica do chamado Conselho de Ministros Revolucionários — um órgão consultivo e não deliberativo —, informou a mídia local.

O presidente Nicolás Maduro oficializou a destituição na edição de hoje da Gazeta Oficial da Venezuela, segundo o jornal El Universal. Em seu lugar, foi nomeado o atual ministro do Petróleo e presidente da estatal PDVSA, Rafael Ramírez. Apesar disso, Merentes continuará na função de ministro das Finanças. Maduro não explicou a razão da mudança.

O ministro foi presidente do Banco Central venezuelano entre 2009 e 2013. Em abril deste ano, deixou o posto para assumir o Ministério das Finanças. À frente da pasta, Merentes vem buscando uma aproximação do governo venezuelano com o empresariado, de acordo com analistas. Ainda, segundo analistas, essa aproximação não era bem vista por setores mais radicais dentro da coalizão chavista, hoje no poder.

Governo e empresários têm relações estremecidas desde a gestão de Hugo Chávez, antecessor e padrinho político de Maduro, que presidiu o país entre 1999 e este ano, quando morreu vítima de um câncer.
Merentes deixa a coordenação da área econômica do governo em meio a crescentes preocupações com a inflação alta e o desabastecimento de produtos básicos no país.

Iedi reduz a 2% projeção de alta da produção industrial

Por Antonio Pita

Após mais um resultado fraco na produção industrial regional em agosto, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta terça-feira, 08, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) reduziu a expectativa de crescimento do setor neste ano. A avaliação é do economista e presidente do instituto, Rogério Souza, que estima em 2% a expansão industrial no País no ano, abaixo dos 2,5% das projeções iniciais. 
 
"O crescimento não deve passar disso. O que vemos nos dados regionais é uma confirmação das previsões de comprometimento das expectativas de desempenho para o setor", declara Souza.

Segundo o economista, a oscilação deve se manter nos próximos meses, indicando um ciclo mais curto de ajustes dos empresários na produção. "As incertezas estão prejudicando essas avaliações sobre o ritmo de produção. Os empresários não têm boas expectativas em relação aos seus negócios e mercados, e isso justifica o movimento de gangorra na produção ao longo do ano, que deve se manter até dezembro."

A forte retração na produção industrial da Bahia, em função do apagão em agosto na Região Nordeste, também foi lembrada. "É uma queda bastante ruim, que se repercute em todo o Nordeste, mas é algo pontual. É simbólico por interromper uma sequência de altas na indústria baiana", resumiu Souza.

No Rio, a "queda bastante expressiva" da produção, de 4,2% em agosto, também preocupa o economista. Segundo ele, o Rio é representativo do parque industrial nacional, sobretudo no segmento automotivo, que representa maior queda.

Somados, Rio, São Paulo e Minas Gerais correspondem a 60% da produção nacional. "A alta de 0,6% em São Paulo e de 0,3% em Minas Gerais demonstram uma primeira reação após resultados muito ruins nos últimos meses. Ainda assim, são crescimentos que partem de uma base ruim em 2012 e não se sustentam nesta trajetória de gangorra deste ano."

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Cerveja está na cesta de consumo das classes D/E para os próximos anos

Por Leticia Casado | Valor
 
SÃO PAULO  -  Cinco produtos estão no alvo das classes C/D para os próximos anos: requeijão, catchup, cerveja (para consumir em casa), sobremesa em pó e suco pronto, mostram dados divulgados pela consultoria Kantar Worldpanel há pouco em São Paulo.

“Conquistar” a categoria significa, na metodologia da pesquisa, que 70% dos lares daquela faixa social passaram a comprar o produto ao menos uma vez ao ano. Ou seja: quando 70% das famílias das classes D/E comprarem requeijão ou cerveja ao menos uma vez ao ano, elas terão conquistado o hábito de consumo desses produtos.

Entre 2008 e 2013, as classes D/E consolidaram o consumo de nove categorias: creme de leite, extrato de tomate, molho de tomate, cereal tradicional, tempero, absorvente higiênico, leite em pó, cremes e loções e maionese.

“Se o PIB se mantiver na casa de 2%, a conquista se dará em quatro anos”, disse Marcos Calliari, diretor geral da Kantar Worldpanel no Brasil, em evento com jornalistas.

A frequência de compras é uma das variáveis para medir o consumo. Outra poderia ser o preço, por exemplo. No caso dos cinco produtos citados, a Kantar considera apenas a experimentação do item, independentemente do desembolso por produto.

Christine Pereira, diretora comercial da Kantar, disse que o aumento de preços em 2013 pode impactar o desenvolvimento do consumo dessa cesta de produtos.

“Se as famílias comprarem uma vez ao ano e depois passarem a uma vez por semestre, as empresas precisam conquistar a experiência daquele cliente naquela única vez”, destacou Margareth Utimura, diretora de contas da Kantar.

A Kantar acompanha os hábitos de consumo de 8,2 mil lares no Brasil.

(Leticia Casado | Valor)