Jovem diz que foi uma forma de protesto por universidade sem doutrinação.
Universidade na qual ele estuda não vai ser pronunciar sobre o caso.
Géssica Valentini
Do G1 SC
Aluno estuda Relações Internacionais
(Foto: Paula Meira/Arquivo Pessoal)
Um estudante universitário de Santa Catarina se recusou a fazer um
trabalho sobre cientista político e economista alemão Karl Marx e
resolveu escrever uma carta ao professor do curso de Relações
Internacionais e divulgar o conteúdo na internet.
A carta, segundo João Victor Gasparino da Silva, de 22 anos, foi uma
forma de protestar. "Queria uma universidade com o mesmo espaço para
todas as ideias e ideologias, sem proselitismo, sem doutrinação",
explicou. A Universidade do Vale do Itajaí (Univali), na qual o jovem
estuda, disse que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Segundo João Victor, que estuda Relações Internacionais, o pedido do
professor foi para que os estudantes respondessem três questões sobre a
teoria de Marx. Ele contou que chegou a pensar em responder de forma
neutra, mas mudou de ideia. "Algo me segurava, nem cheguei a considerar
dar a minha opinião no trabalho. Até que veio a ideia da carta", disse.
Conforme o estudante, o protesto não foi contra o professor, mas foi
uma forma de demonstrar descontentamento em relação à academia. "Faz
tempo que estou indignado com o que vem acontecendo em nosso país. Os
meios acadêmicos e culturais cada vez mais fechados, os intelectuais de
direita cada vez mais lançados ao ostracismo. Resolvi ser a voz de
brasileiros que não encontravam espaço para se manifestar, seja por
falta de meios, seja pelo próprio medo", disse.
Ao escrever a carta, o estudante disse que já sabia que iria divulgar
na internet, não seria apenas destinada ao professor da disciplina. "Uma
amiga blogueira do Maranhão sugeriu divulgar na internet, ela se
encarregou disso. Se nosso país realmente tivesse um meio acadêmico e
cultural ideologicamente equilibrado, não seria tão necessária esta
carta", argumentou.
Confira abaixo a íntegra da carta
Caro professor,
Como o senhor deve saber, eu repudio o filósofo Karl Marx e tudo o
que ele representa e representou na história da humanidade, sendo um
profundo exercício de resistência estomacal falar ou ouvir sobre ele por
mais de meia hora. Aproveito através deste trabalho, não para seguir as
questões que o senhor estipulou para a turma, mas para expor de forma
livre minha crítica ao marxismo, e suas ramificações e influências mundo
afora. Quero começar falando sobre a pressão psicológica que é, para
uma pessoa defensora dos ideais liberais e democráticos, ter que falar
sobre o teórico em questão de uma forma imparcial, sem fazer justiça com
as próprias palavras.
Me é uma pressão terrível, escrever sobre Marx e sua ideologia
nefasta, enquanto em nosso país o marxismo cultural, de Antonio Gramsci,
encontra seu estágio mais avançado no mundo ocidental, vendo a cada
dia, um governo comunista e autoritário rasgar a Constituição e destruir
a democracia, sendo que foram estes os meios que chegaram ao poder, e
até hoje se declararem como defensores supremos dos mesmos ideais, no
Brasil.
Outros reflexos disso, a criminalidade descontrolada, a epidemia
das drogas cujo consumo só cresce (São aliados das FARCs), a crise de
valores morais, destruição do belo como alicerce da arte (funk e outras
coisas), desrespeito aos mais velhos, etc. Tudo isso sintomas da
revolução gramscista em curso no Brasil.
A revolução leninista está para
o estupro, assim como a gramscista está para a sedução, ou seja, se no
passado o comunismo chegou ao poder através de uma revolução armada,
hoje ele buscar chegar por dentro da sociedade, moldando os cidadãos
para pensarem como socialistas, e assim tomar o poder. Fazem isso
através da educação, o velho e ‘’bom’’ Paulo Freire, que chamam de
‘’educação libertadora’’ ou ‘’pedagogia do oprimido’’, aplicando ao
ensino, desde o infantil, a questão da luta de classes, sendo assim os
brasileiros sofrem lavagem cerebral marxista desde os primeiros anos de
vida. Em nosso país, os meios culturais, acadêmicos, midiáticos e
artísticos são monopolizados pela esquerda a meio século, na
universidade é quase uma luta pela sobrevivência ser de direita.
Agora gostaria de falar sobre as consequências físicas da ideologia
marxista no mundo, as nações que sofreram sob regimes comunistas, todos
eles genocidas, que apenas trouxeram miséria e morte para os seus
povos. O professor já sabe do ocorrido em países como URSS, China,
Coréia do Norte, Romênia e Cuba, dentre outros, mas gostaria de falar
sobre um caso específico, o Camboja, que tive o prazer de visitar em
2010.
Esta pequena nação do Sudeste Asiático talvez tenha testemunhado o
maior terror que os psicopatas comunistas já foram capazes de infligir
sobre a humanidade, primeiro esvaziaram os centros urbanos e
transferiram toda a população para as zonas rurais. As estatísticas
apontam para uma porcentagem de entre 21% a 25% da população morta por
fome, doenças, cansaço, maus-tratos, desidratação e assassinadas
compulsoriamente em campos de concentração no interior. Crianças também
não escaparam, separadas dos pais, foram treinadas para serem ‘’vigias
da Revolução’’, denunciando os próprios familiares, quando estes
cometiam ‘’crimes contra a Revolução’’.
Quais eram os crimes? Desde
roubar uma saca de arroz para não morrer de fome, ou um pouco de água
potável, até o fato de ser alfabetizado, ou usar óculos, suposto sinal
de uma instrução elevada. Os castigos e formas de extermínio, mais uma
vez preciso de uma resistência estomacal, incluíam lançar bebês
recém-nascidos para o alto, e apanhá-los no ar, utilizando a baioneta do
rifle, sim, isso mesmo, a baioneta contra um recém-nascido indefeso.
Bem, com isto, acho que meu manifesto é suficiente, para expor meu
repúdio ao simples citar de Marx e tudo o que ele representa. Diante de
um mundo, e particularmente o Brasil, em que comunistas são ovacionados
como os verdadeiros defensores dos pobres e da liberdade, me sinto
obrigado a me manifestar dessa maneira, pois ele está aí ainda,
assombrando este mundo sofrido.
Para concluir gostaria de citar o decálogo de Lenin:
1. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;
2. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação em massa;
3. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;
4. Destrua a confiança do povo em seus líderes;
5. Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo
6. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em
descrédito a imagem do País, especialmente no Exterior e provoque o
pânico e o desassossego na população;
7. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País;
8. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;
9. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da
crença nas promessas dos governantes, nossos parlamentares infiltrados
nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os,
sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de
interesse da causa;
10. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que
elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível
qualquer resistência à causa.
Obrigado, caro professor, pela compreensão.
Ass.: João Victor Gasparino da Silva