domingo, 27 de outubro de 2013

TUDO QUE É PRECISO PARA O TRIUNFO DO MAL É QUE OS BONS HOMENS NÃO FAÇAM NADA”


O coronel comandante da PM/SP, sendo agredido pelos terroristas. Notem que um mascarado fotografa a cena. E todos olham impassíveis para a barbárie.
O economista, escritor e colunista do site de Veja, Rodrigo Constantino, que neste domingo, dia 27, às 22 horas será entrevistado ao vivo pelo músico e escritor Lobão, em mais um hangout via Youtube, faz diversas anotações importantes sobre o episódio de terror vivido pelos paulistanos na última sexta-feira. 
 
O título deste post retirei do próprio artigo de Constantino, que é uma frase muito citada de Edmund Burke. Faço a transcrição do texto lembrando mais uma vez que o bate papo de Lobão com Rodrigo Constantino neste domingo via YouTube, ao vivo, será muito importante e, por certo, os episódios de violência ocorridos neste final de semana constarão da pauta de assuntos, embora o foco seja o livro que Constantino acaba de lançar: “Esquerda caviar”. Leiam:
 
A barbarie toma conta das ruas do Brasil a cada dia, sob a vista de todos. Em São Paulo, um coronel foi covardemente agredido por marginais que se intitulam defensores da justiça. Até quando?
 
A presidente Dilma condenou o ato, que chamou de “barbáries antidemocráticas”, e citou diretamente os black blocs. Solidarizou-se também com a vítima, o coronel da PM Reynaldo Simões Rossei.
 
A ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário seguiu a presidente e também afirmou que essas agressões representam barbáries antidemocráticas.
 
É o mínimo que se espera das nossas lideranças, normalmente silenciosas demais quando as vítimas são os policiais, e não os “manifestantes”. Sabemos que a postura história do PT em particular e das esquerdas em geral tem sido de amenizar para o lado de grupos violentos ou mesmo criminosos que falam em nome da “justiça social”. É o caso do MST, entre outros.
 
O PT ajudou a criar esse monstro que, hoje, parece um tanto fora de controle. Há sinais claros de que partidos de esquerda estão por trás de alguns desses movimentos que têm trazido o caos para nossas ruas. Contam com o apoio de artistas e intelectuais da esquerda caviar. Alguns chegaram a se fantasiar de black bloc, outros gravaram vídeo condenando… a polícia nas ruas e defendendo os “presos políticos”.
 
Fazem jantares supostamente em homenagem a Amarildo, mas aposto que nenhum deles vai se coçar pelo coronel atingido e hospitalizado. A polícia, para essa turma, é “fascista”, enquanto os verdadeiros fascistas mascarados e armados são “jovens idealistas” que precisam “sonhar”.
 
Os idiotas úteis não são minha maior preocupação. Sempre existiram, em quantidade bem razoável abaixo da linha do Equador. O que realmente tira meu sono é o silêncio da maioria moderada. Nunca podemos esquecer do alerta atribuído a Burke: “Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que os bons homens não façam nada”.
 
A maioria tende a ser mais moderada. Não obstante, isso não impediu os comunistas, os fascistas e os nazistas de chegaram ao poder em vários países. Tampouco impediu que a própria academia fosse tomada de radicais de esquerda. A conclusão de Roger Kimball em seu livro sobre essa destruição acadêmica nos Estados Unidos vem bem a calhar aqui:
 
A verdadeira crise nas humanidades hoje é causada pelo colapso de um centro genuinamente moderado diante da pressão ideológica de uma esquerda extrema. Nas últimas décadas, o que testemunhamos foi a ocupação do centro por um novo establishment acadêmico, o establishment dos radicais efetivados.
 
O que valeu para a degradação das artes liberais também vale para a política. A covardia ou negligência dos moderados é um convite para o avanço dos extremistas. As barbáries antidemocráticas precisam ser contidas urgentemente, sob o amplo apoio popular. Ou isso, ou o extremismo vencerá, para a infelicidade de todos os moderados.  
 

sábado, 26 de outubro de 2013

Facebook exibirá anúncio em vídeo a partir de 2014, diz site

A companhia mostra opções diferentes do formato aos anunciantes desde dezembro de 2012, mas ainda nada foi decidido

Lucas Agrela, de
Dado Ruvic/Reuters
Silhueta de um homem contra o logo do Facebook

Facebook: desafio para o site é grande, já que muitos internautas reclamam da reprodução automática de anúncios na web, como acontece no YouTube, por exemplo

O Facebook vai exibir anúncios em vídeo a partir de 2014, de acordo com o site All Things D. O objetivo da rede social era disponibilizar o recurso publicitário no primeiro semestre deste ano, mas a empresa não conseguiu cumprir o planejado.

Isso aconteceu porque o Facebook ainda estuda formas de não aborrecer os internautas com os anúncios invasivos, já que a demanda desse formato pelo mercado publicitário é bastante alta.

O desafio para o site é grande, já que muitos internautas reclamam da reprodução automática de anúncios na web, como acontece no YouTube, por exemplo.

No começo deste ano, a empresa de análise de mercado Morgan Stanley previu que o Facebook poderia ganhar 1 bilhão de dólares com essas propagandas apenas em 2013.

A companhia mostra opções diferentes do formato aos anunciantes desde dezembro de 2012, mas ainda nada foi decidido.

O Facebook não comentou o caso.

Nesta semana, a empresa mostrou como serão os anúncios no Instagram, que, em breve, começarão a aparecer na linha do tempo dos usuários do aplicativo.

68 anos da ONU é celebrado com homenagem a Vieira de Mello


Funcionários e apoiadores serão recebidos na sede da ONU, na capital, para fazer uma caminhada que homenageará, em especial, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello

Carolina Sarres, da
AFP/Nicholas Roberts
Bandeira da ONU

ONU: organização ompletou 68 anos nesta semana e foi criada na década de 1940 com o objetivo de ser uma organização mantenedora da paz

Brasília - A Casa das Nações Unidas em Brasília promove hoje (26) uma marcha em comemoração ao Dia da Organização das Nações Unidas (ONU), celebrado na última quinta-feira (24). Funcionários e apoiadores da ONU serão recebidos na sede da organização, na capital, para fazer uma caminhada que homenageará, em especial, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que foi alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos. A morte de Vieira de Mello em uma missão da organização em Bagdá, no Iraque, faz uma década este ano.

A ONU, que completou 68 anos de existência nesta semana, foi criada na década de 1940 com o objetivo de ser uma organização mantenedora da paz e da segurança, do desenvolvimento e dos direitos humanos. A Carta das Nações Unidas, em 1945, com o final da Segunda Guerra Mundial, inaugurou as atividades da organização.

Com o passar dos anos, no entanto, o contexto das relações internacionais mudou. Quando foi criada, a organização tinha 51 membros. Atualmente, essa quantidade mais que triplicou e os membros somam 193. A legitimidade das decisões tomadas e as ações que tem proposto sofrem criticas, com os argumentos de que a representatividade nas instâncias da organização são deficitárias e que não são um reflexo, de fato, do mundo.

Desde a criação da ONU, diversos países conquistaram a sua independência - muitos do continente africano -; outros, se dissolveram, dando origem a novos Estados como a antiga Iugoslávia, se dividiu em seis nações: atuais Sérvia, Montenegro, Croácia, Eslovênia, Macedônia e Bósnia. Com mudanças, o equilíbrio das relações entre as nações no mundo não é mais o mesmo, tanto em termos políticos quanto econômicos. Nos últimos anos, o destaque tem sido a emergência de grandes países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil e da Índia.

A estrutura da ONU, todavia, não acompanhou essas mudanças no contexto mundial. No Conselho de Segurança, a instância que toma decisões que podem ser obrigatórias aos países, houve uma reforma na década de 1960. A mudança foi em relação a quantidade de assentos não permanentes, mas nada evoluiu em relação aos membros permanentes, que têm poder de veto. Mais de 60 anos depois da criação das Nações Unidas, Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia continuam sendo os cinco principais responsáveis pelas decisões no âmbito do conselho.

Sobre o Conselho de Segurança, o coordenador residente das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, admitiu que a instância é o resultado das relações de poder do século passado. "O mundo mudou e para haver um sistema de segurança global, as novas potências têm de ser acomodadas. Como e quando? Isso vai depender de vontade política, mas é cada vez mais claro e evidente que vai acontecer", informou à Agência Brasil o representante da ONU.

Os principais desafios da organização atualmente dizem respeito não só a paz e a segurança como nos casos da Síria, do Irã, da Líbia, do Egito e da Palestina mas, também, à novas questões mundiais que impõem a necessidade de regulamentação, especialmente o meio ambiente e os direitos humanos. Nesta semana, foi bastante debatido o tema da segurança cibernética, depois das denúncias de que os Estados Unidos espionaram comunicações de diversos países.

Autoridades da Alemanha e da França informaram que o entendimento com os Estados Unidos e algum tipo de regulamentação tem de ser alcançado até o final do ano. O Brasil, paralelamente, também tem articulado iniciativas no âmbito multilateral para criar marcos regulatórios que evitem ou que deixem claro que práticas como as verificadas são atentatórias ao direito internacional.

"A relevância da ONU, hoje, é maior do que nunca. Os problemas globais precisam de soluções globais, multilaterais. Temos muitos problemas, mas a boa noticia é que estamos evoluindo para o maior comprometimento em resolvê-los conjuntamente", disse Chediek.

Segundo ele, exemplos disso são a deliberação do Conselho de Segurança no último mês sobre a questão da Síria e a preparação da agenda pós 2015, quando expira o prazo para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que não foram totalmente alcançados.

"Temos que completar a agenda atual. Hoje, há meios tecnológicos e financeiros para eliminar a pobreza, a fome e as doenças. Precisamos continuar avançando nessa agenda, mas, também, tratar dos elementos novos como a sustentabilidade ambiental e a governança mais democrática", explicou Chediek, sobre os novos temas da agenda multilateral.

O mesmo foi dito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em nota divulgada pelo Dia das Nações Unidas. "Os Objetivos do Milênio diminuíram os casos de pobreza pela metade. Agora, temos de elaborar uma agenda igualmente inspiradora para a agenda pós 2015 e chegar a um acordo sobre mudanças do clima".

Para o chefe da Divisão das Nações Unidas (DNU) do Itamaraty, conselheiro Marcelo Viegas, a organização de um modo geral, e o Conselho de Segurança, em especial, precisam de um equilíbrio maior em relação aos pilares sobre os quais a organização foi criada: paz e segurança, desenvolvimento e direitos humanos.

"O Conselho de Segurança é um é um órgão de composição restrita, daí a necessidade de refletir de maneira minimamente adequada a composição da comunidade internacional", explicou o diplomata à Agência Brasil.

De acordo com Viegas, há um certo consenso internacional em relação à necessidade de reformas. "A discussão agora é qual fórmula será usada para isso, o que está sendo trabalhado. O ano de 2015 marca o 70º aniversário da organização. É uma referência possível e muito válida para balizar esse tipo de reforma", disse o conselheiro.

Desigualdade de gênero cai pelo 3º ano seguido no Brasil

País permaneceu em 2013 no 62º lugar entre 136 países do ranking do Fórum Econômico Mundial, mesma posição do ano passado

Ricardo Gozzi, do
Getty Images
Mulher executiva: salário entre mulheres e homens executivos continua tendo diferenças
Direitos das mulheres: Brasil se destacou em termos de igualdade de acesso à educação e saúde

São Paulo - A desigualdade de gênero diminuiu discretamente no Brasil pelo terceiro ano seguido, revela o relatório anual do Fórum Econômico Mundial sobre o tema, divulgado na noite desta quinta-feira, 24, em Londres.

No estudo referente a 2013, o Brasil se destacou em termos de igualdade de acesso à educação e saúde, apresentando notas elevadas e compartilhando o primeiro lugar mundial nesses dois quesitos. O País, no entanto, ainda tem um longo caminho a trilhar no que diz respeito ao reconhecimento das mulheres no local de trabalho e na vida pública, temas nos quais ainda amarga posições ruins no ranking.

A nota média brasileira nos quatro critérios analisados pelos autores do estudo (poder político, participação econômica, acesso à educação e saúde) passou de 0,691 em 2012 para 0,695 este ano. Com isso, o Brasil permaneceu em 2013 no 62º lugar entre 136 países, mesma posição do ano passado. O País, no entanto, aparece 20 posições acima do que se encontrava em 2011, quando a desigualdade de gênero voltou a diminuir depois de dois anos em alta. Na avaliação dos autores, isso mostra o sucesso brasileiro na consolidação dos avanços rumo à igualdade entre os gêneros nos últimos anos.

Ao mesmo tempo em que compartilha a liderança em acesso à educação e saúde, o Brasil figura na 117ª colocação em igualdade salarial entre homens e mulheres, o que o coloca entre os países mais desiguais do mundo em termos salariais. A situação não melhora muito no que diz respeito ao poder político das mulheres. A baixa proporção de mulheres no Congresso Nacional deixa o País na 116ª posição nesse tema.
Em sua oitava edição, o Relatório Global sobre Desigualdade de Gêneros do Fórum Econômico Mundial é considerado um dos principais indicadores sobre o progresso dos países rumo à igualdade entre homens e mulheres. Pelo quinto ano seguido, a Islândia é o país onde a desigualdade entre homens e mulheres mostrou-se menor, seguida por Finlândia, Noruega e Suécia.

Ao passo que a desigualdade vem diminuindo paulatinamente no Brasil, a porcentagem de redução atingiu 70% no conjunto dos países da América Latina e do Caribe, o que fez dela a região do mundo que registrou a maior melhoria global no ano. O país latino-americano melhor posicionado no ranking é a Nicarágua (10º lugar), seguida por Cuba (15º), Equador (25º) e Bolívia (27º). A Argentina figura no 34º lugar, a Colômbia no 35º e o México no 68º. A Alemanha, por sua vez, lidera entre as economias do Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo), aparecendo na 14ª posição. Entre os Brics, a África do Sul é a melhor posicionada, na 17ª colocação.

Empresas sob pressão


Inflação próxima a 6% aperta a margem de lucro do setor privado e gera incertezas para 2014

Por Ana Paula RIBEIRO

O faturamento da fabricante cearense de eletrodomésticos Esmaltec, em 2013, deverá ficar próximo ao alcançado no ano passado. No entanto, a empresa verá o seu lucro, que chegou a R$ 53 milhões, em 2012, cair significativamente. O motivo é um só: inflação. A empresa sofreu com o aumento dos custos, principalmente em matérias-primas como aço e plástico, mas segurou o repasse ao preço final dos produtos, com receio de perder participação de mercado. “Foi um ano de muita dificuldade e o resultado vai ser prejudicado por conta do aumento nos insumos”, afirma Annette Reeves de Castro, superintendente da Esmaltec. 
 
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Cantelli, da Fitas ABC: "Já estamos no nosso limite. Decidimos não trabalhar
com margem bruta inferior a 25%"
 
Segundo a executiva, a alta nos custos foi, em média, de 10%. Já o reajuste na tabela aos fornecedores, que teve início há pouco mais de um mês, tem ficado por volta de 5%. A precaução está no fato de o principal público da empresa estar nas classes C e D, mais sensíveis a mudanças nos valores dos produtos consumidos. Nem mesmo a alta contida nos chamados bens comercializáveis, como os fogões fabricados pela Esmaltec, aliviou a inflação. No acumulado de 12 meses encerrados em setembro, o índice oficial está em 5,86%. E, embora tenha ficado pela primeira vez em 2013 abaixo de 6% nesse tipo de comparação, a expectativa dos analistas é de pressão nos últimos meses do ano. 
 
Para 2014, o cenário é parecido, com as projeções em torno de 6% para o IPCA. “Acredito que o problema do Banco Central é não perseguir os 4,5% do centro da meta”, diz Jankiel Santos, economista-chefe do BES Investimentos. “O objetivo deveria ser esse, e não um patamar maior.” O temor é que ao permitir ou contentar-se com um IPCA próximo ao teto da meta, que é de 6,5%, a autoridade monetária esteja correndo o risco de extrapolar o limite caso ocorra algum tipo de choque, como uma alta no preço de determinados alimentos ou um repique na cotação do dólar. Neste ano, o estouro só não ocorreu porque houve uma grande contribuição dos itens administrados. 
 
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Reajuste próximo: a expectativa é de aumento nos preços de derivados
de petróleo, como a gasolina, ainda neste ano
 
Nos 12 meses encerrados em setembro, esse grupo teve alta de apenas 1,35% (leia quadro ao final da reportagem). Isso foi possível devido à decisão do governo de reduzir as tarifas de energia e segurar o aumento nos combustíveis. Para o ano que vem, esse grupo de itens controlados deve subir um pouco mais, já próximo dos 4%. Isso mostra que o governo terá menor margem de manobra, uma vez que não consegue administrar diretamente os preços comercializáveis e, principalmente, os de serviços, que continuam ganhando impulso com os aumentos reais de salários. Há também o temor de que o dólar tenha algum tipo de repique e atrapalhe novamente o controle inflacionário, o que torna ainda mais difícil a condução da política monetária, segundo a economista do banco Santander Tatiana Pinheiro. 
 
A expectativa da instituição é de que a inflação chegue a 6,3% no ano que vem, pouco acima dos 6,1% que o IPCA deve alcançar até dezembro, já levando em conta um provável reajuste da gasolina. A contribuição desse aumento deve ficar em torno de 0,20 ponto percentual. A manutenção do IPCA em patamares elevados ocorre porque, mesmo com a atividade econômica pouco aquecida – o que faz com que as empresas segurem os repasses –, o mercado de trabalho está com baixo nível de desemprego. “Isso vai fazer com que a inflação de serviços continue no patamar de 8%”, diz Tatiana. “É mais fácil elevar preços dos itens não negociáveis, que não possuem concorrência do mercado externo.” 
 
Há empresas que também tiveram de apertar as suas margens por causa da desvalorização cambial de 10% neste ano. Que o diga o empresário Waldir Cantelli, sócio da Fitas ABC, que viu sua principal fornecedora no Brasil, a 3M, elevar o preço por duas vezes com a justificativa da alta da moeda americana. Como seus clientes, as montadoras de automóveis relutam em aceitar mudanças nos custos e parte do aumento acabou sendo absorvida pela empresa. “Já estamos no nosso limite”, diz Cantelli. “Tanto que decidimos não trabalhar com margem bruta inferior a 25%, mesmo que tenhamos de deixar de fornecer para alguns clientes.”
 
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O Itaú lança a rede

Banco segue a concorrência e muda sua empresa de cartões para disputar o mercado bilionário dos pagamentos eletrônicos

Por Cláudio GRADILONE

Cartão – ou card – é coisa velha. Essa é a conclusão quando se analisam as mudanças na área de cartões de crédito e débito anunciadas nas últimas semanas pelo Itaú Unibanco. Na terça-feira 22, o banco divulgou a nova estratégia para a Redecard, sua empresa responsável pelo cadastramento de lojas para que elas possam receber pagamentos com cartões, serviço conhecido como adquirência. Ao encurtar o nome de Redecard para Rede, o banco está reforçando a ideia de que pagamentos podem ser feitos por meio de smartphones e tablets. 
 
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“Fizemos uma pesquisa com os clientes e descobrimos que a palavra Card é associada só a cartões, o que limita nossa atuação”, diz Milton Maluhy Filho, presidente da Rede. “Queremos ser vistos como uma solução de pagamentos.” Algo parecido com a concorrente Cielo, controlada, entre outros, por Bradesco e Banco do Brasil. A mudança no nome está em linha com a alteração anunciada no início de outubro para a bandeira de cartões Hipercard, criada pela rede de supermercados de origem nordestina Bompreço. A Hipercard virou Hiper, uma bandeira própria. Mais ou menos como a Elo, bandeira lançada há três anos por Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. 
 
Nesse mercado, marca boa é marca curta. “Não estamos imitando quem quer que seja, estamos trilhando nosso próprio caminho”, diz Fernando Chacon, diretor de marketing do Itaú. As semelhanças não são acidentais. As estratégias dos principais bancos de varejo têm sido muito parecidas no que se refere a suas operações massificadas, e há uma boa razão para isso. “Cartão, atualmente, é a maneira de o banco atender, de forma eficiente, tanto os correntistas quanto os não correntistas”, diz Maluhy. Os números da concorrência comprovam essa tese. 
 
Ao divulgar seu resultado do terceiro trimestre, o arquirrival Bradesco mostrou que 35% de suas receitas de serviços vieram da área de cartões, ao passo que as contas-correntes representaram 18%, pouco mais da metade. O crescimento das receitas com pagamentos eletrônicos nos nove primeiros meses do ano foi de 19%, ante 11% do avanço do ganho com os correntistas em igual período. O quadro é semelhante no Santander Brasil, que divulgou seus números na quinta-feira 24, as receitas com cartões representaram 20,3% do faturamento com serviços, o item mais importante dessa rubrica.
 
Não por acaso, o Santander está negociando um aumento de sua participação acionária na processadora de transações GetNet, hoje um empreendimento conjunto do qual detém 50%. “Vamos aumentar essa participação para um percentual muito elevado, quase o total, de modo a termos mais sinergia com as operações”, diz Jesús Zabalza, presidente do Santander (leia mais aqui). Esse movimento reproduz fielmente o que o Itaú fez no fim de 2012, quando investiu R$ 12 bilhões para fechar o capital da Redecard. “Queríamos ter mais capacidade de implantar nossa estratégia de longo prazo, sem termos de nos preocupar com as oscilações diárias do preço das ações”, diz Maluhy. 
 
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Milton Maluhy Filho, da Rede: "Cartões são os mais eficientes
para atender clientes e não clientes" 
 
“Agora já fizemos os ajustes necessários, tanto em pessoal quanto em tecnologia, renovamos nossa base de máquinas e estamos prontos para concorrer.” O anúncio da Rede ocorreu antes da divulgação dos resultados do Itaú do terceiro trimestre, por isso Maluhy não comentou nada sobre a participação dos cartões no faturamento do banco. No entanto, ele foi um pouco mais loquaz ao tratar da estratégia. Segundo o executivo, as margens de lucro vêm sendo comprimidas pela concorrência. Rede, Cielo e Get Net dividem um mercado que movimentou R$ 710 bilhões em 2012 e que deverá girar R$ 840 bilhões neste ano. 
 
A Cielo é a líder, com 54% das transações, a Rede tem cerca de 40% e a Get Net mantém os 6% restantes. A fatia de mercado da Rede chegou a 44,8% em 2010, mas ela vem perdendo terreno desde então. “Recompor market share é importante, mas não a qualquer preço”, diz Maluhy. “Os grandes clientes, que representam 66% das transações, estão pagando cada vez menos pelos serviços que prestamos.” Para contornar esse problema, Maluhy aposta em um crescimento junto às pequenas e médias empresas. “Elas têm menos margem de manobra na hora de negociar os preços”, diz ele. 
 
Outro alvo serão os profissionais liberais, como trabalhadores autônomos e taxistas, que poderão receber pagamentos por meio de um dispositivo acoplado em um smartphone. “Temos a Itaucard e a Credicard, que emitem cartões, a Hiper como bandeira e a Rede como empresa de adquirência, o que nos permite atacar o mercado em todas as frentes”, diz o executivo. E, seguindo as mudanças de nome, a Credicard será rebatizada como Credi? Provavelmente não. É pouco provável que o Itaú mexa em uma marca que já esteve entre as mais populares do mercado.
 
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Brasil tem um dos seis melhores spas do mundo, segundo empresa especializada

25/10/2013 15h00 - Atualizado em 25/10/2013 15h22
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O Kurotel, na Serra Gaúcha, foi eleito um dos melhores do mundo (Foto: Divulgação)

O brasileiro Kurotel foi eleito pela sétima vez, pela Spa Finder Wellness 365, maior empresa de mídia mundial do setor de wellness, como o melhor Spa da América do Sul e está entre os seis melhores do mundo. A premiação acaba de ser anunciada e os vencedores da Choice Award 2013 foram eleitos pelos leitores e consumidores, que também elegeram o One&Only, em Cape Town, na África, o Chiva-Som (em Hua Hin, na Tailândia), o Gwinganna Lifestyle Retreat (Austália) e o Lefay Resort & SPA, na Itália. Ao todo, mais de 44 países participaram da disputa e este ano novas categorias foram avaliadas, como fitness, yoga e nutrição. Fundado em 1982 por Luís Carlos Silveira, o Kurotel fica na sera gaúcha, em Gramado.