quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Angustiado com déficit, Mantega desmente consumo de caviar


A vigilância sobre os gastos públicos levou a questionamentos a respeito das refeições do ministro da Fazenda, que viu-se obrigado a se explicar

Blake Schmidt e Verónica Navarro Espinosa, da
REUTERS/Ueslei Marcelino
O ministro da Fazenda, Guido Mantega

Guido Mantega: a queda nos mercados brasileiros se ampliou depois que o governo reportou, na semana passada, um déficit de R$ 10,5 bilhões

São Paulo e Nova York - O crescente déficit orçamentário do Brasil está provocando uma onda de vendas em seus bônus internacionais de duas semanas, empurrando para cima o custo para assegurar sua dívida ao nível mais alto no mundo e levando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a explicar que ele não gasta o dinheiro do contribuinte em caviar ou camarão.

Os US$ 3,25 bilhões de bônus do país com vencimento em 2015 caíram 3,01 centavos desde que foram emitidos, em 23 de outubro, aumentando os rendimentos em 0,35 ponto percentual, para 4,66 por cento.

Os rendimentos da dívida do governo em mercados emergentes subiram uma média de 0,23 ponto percentual no mesmo período. Os swaps de crédito do Brasil subiram 11 por cento nos últimos 30 dias, o maior salto entre 73 países, segundo dados compilados pela CMA Ltd.

Os investidores estão ficando mais preocupados de que o Brasil sofra seu primeiro rebaixamento na nota de crédito em uma década depois que o país registrou o maior déficit de rendimento em quatro anos em 31 de outubro, o último sinal de que as contas públicas na maior economia da América Latina estão se deteriorando.

A Standard Poor’s colocou a classificação BBB do Brasil sob perspectiva negativa em junho, citando a dívida crescente e o crescimento lento.

“A preocupação de um rebaixamento da nota é muito mais evidente por causa da derrapagem fiscal”, disse Siobhan Morden, chefe de estratégia para a América Latina da Jefferies Group LLC em Nova York, em entrevista por telefone.

“O governo não está no controle das contas fiscais. É difícil restaurar a confiança no gerenciamento fiscal quando há inconsistência em toda a política e os dados mostram um deterioramento fiscal consistente”.
Vigilância de gastos


A vigilância sobre os gastos públicos inclusive levou a questionamentos a respeito das refeições de Mantega nesta semana, depois que a organização não-governamental Contas Abertas, que monitora as contas fiscais, revelou em 4 de novembro as opções do menu oferecido em voos oficiais.

O ministério respondeu com um comunicado dizendo que Mantega nunca escolheu o caviar e que ele paga por suas refeições quando come nos voos.

Um assessor de imprensa do ministério preferiu não fazer mais comentários.
A queda nos mercados brasileiros se ampliou depois que o governo reportou, na semana passada, um déficit de R$ 10,5 bilhões (US$ 4,6 bilhões) em setembro, superando o déficit de R$ 500 milhões previsto por 17 economistas em uma consulta da Bloomberg.

Como porcentagem do PIB, o déficit aumentou para 3,3 por cento nos 12 meses terminados em setembro, o maior desde 2009. O superávit primário, que exclui pagamentos de juros, encolheu para 1,6 por cento, menos que a meta do governo, de 2,3 por cento.

“O governo tem total controle da situação fiscal”, disse Mantega a repórteres ontem, em Brasília. “Nós apenas tivemos um ano difícil, porque a atividade econômica está se recuperando”.
Recursos do governo


Alberto Ramos, economista-chefe da Goldman Sachs Group Inc. para a América Latina, disse que as reservas estrangeiras do Banco Central, de US$ 376 bilhões, mostram que o governo tem recursos para enfrentar a crise do real.

“Não é como se essa história fosse terminar em lágrimas”, disse Ramos em entrevista por telefone. “Eles disseram o que tinham que dizer. Agora precisam percorrer o caminho”.

Os ativos brasileiros correm o risco de novos declínios se os EUA começarem a reduzir os estímulos, levando os investidores a deixarem os mercados emergentes, segundo Alejandro Urbina, que ajuda a gerenciar US$ 800 milhões em ativos na Silva Capital Management, em Chicago.

“O Brasil é visto como uma aposta fraca em mercados emergentes”, disse Urbina em uma resposta por e-mail a perguntas. “Após ter uma situação financeira forte no passado, o país agora está mostrando sinais de fraqueza. Está se tornando um crédito mais fácil de ser colocado à venda em comparação com outros”.

"Steve Jobs não foi um gênio", diz estrategista da Apple


Para o estrategista de marketing por trás das primeiras campanhas da Apple, Regis McKenna, todos podemos fazer o que Jobs fez. Basta vontade

Justin Sulivan/AFP Photo
Steve Jobs

Steve Jobs: segundo Regis, o que Jobs tinha de diferente era que ele dizia "façam isso" aos funcionários

São Paulo - Regis McKenna, o estrategista de marketing por trás das primeiras campanhas da Apple, palestrou ontem durante o HSM Expomanagement 2013.

Após sua apresentação, ele conversou com pessoas da plateia e afirmou: "Steve Jobs não foi um gênio".

Obviamente, McKenna explicou sua declaração. Para ele, todos podemos fazer o que Jobs fez. Basta vontade.
"Muitas pessoas têm a 'visão', mas poucas têm a sustentabilidade de fazer acontecer ao longo do tempo", explicou McKenna.

Segundo Regis, o que Jobs tinha de diferente era que ele dizia "façam isso" aos funcionários. E eles diziam que não iriam conseguir. Jobs retrucava: "tentem".

"Ele seguia motivando as pessoas a criarem as visões dos produtos que ele tinha na mente. Era nisso que ele era realmente muito bom. Não veremos alguém assim durante muito tempo", disse.

Perguntado sobre do que mais sentia falta em seu companheiro, McKenna disse apenas o seguinte: " sinto falta do ser humano Steve Jobs".

A visão de McKenna é bem explicada no vídeo abaixo, onde o saudoso cofundador da Apple fala sobre a dificuldade de colocar a paixão em ação.

http://www.youtube.com/watch?v=a2fuM_CwyHA

Ary Barroso, compositor de “Aquarela do Brasil”, vira doodle

Em clima de samba, Google comemora os 110 anos do nascimento do compositor mineiro Ary Barroso com doodle colorido e animado

Reprodução/Exame.com
Doodle em homenagem a Ary Barroso

Doodle em homenagem a Ary Barroso: Google celebra os 110 anos do nascimento do compositor de "Aquarela do Brasil"

São Paulo – O compositor Ary Barroso, conhecido mundialmente pela criação do clássico “Aquarela do Brasil”, foi homenageado pelo Google na manhã desta quinta-feira. Em um doodle estático, mas colorido e animado, a página inicial do buscador no Brasil celebra os 110 anos do nascimento de Barroso.

Nascido em Ubá, Minas Gerais, Ary de Resende Barroso ficou órfão na infância e acabou sendo criado pela avó. A paixão pela música apareceu cedo: estudou piano e trabalhou como pianista auxiliar em um cinema durante a adolescência. Aos 15 anos, fez sua primeira composição.

Barroso foi aluno da Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, mas o gosto pela noite fez com que demorasse alguns anos até que conseguisse o seu diploma. Chegou a abandonar os estudos por um tempo e trabalhou como pianista para se sustentar.

A partir daí, meados da década de 20, a produção de Barroso ganhou fôlego. Seu primeiro sucesso foi gravado em 1929, “Vamos deixar de intimidades”, mas, anos depois, escreveu o que seria considerada sua maior composição: “Aquarela do Brasil” que sem dúvida é uma das canções mais populares da música brasileira.

Locutor esportivo nas horas vagas e torcedor do Flamengo, Barroso morreu no Rio de Janeiro em 1964 em decorrência de uma cirrose hepática.

“Watercolor of Brazil”

Em 1942, os Estúdios Disney (EUA) fizeram um curta-metragem chamado “Watercolor of Brazil”, com cerca de 7 minutos de duração. Nele, é apresentado ao público o personagem Zé Carioca que recebe Pato Donald no Brasil. A trilha sonora escolhida pelos americanos conta com “Aquarela do Brasil”, na voz de Aloysio Oliveira, e também com, “Tico Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu. Veja abaixo.

 http://www.youtube.com/watch?v=_mQHr8bAojU

Promoção da Lacta quer ajudar classe C a realizar sonhos


Público-alvo é aposta de maior promoção da marca, que ultrapassa um milhão de reais em prêmios


Reprodução
Frame de campanha da promoção "Curta o momento Lacta"
Frame de campanha da promoção "Curta o momento Lacta"

São Paulo - A classe C está na mira das grandes fabricantes de chocolate no Brasil, e não é à toa. Ela é responsável pela fatia de 41% do consumo do doce nos últimos 12 meses, segundo dados da consultoria Kantar Worldpanel.

Como prova de que esses consumidores conquistaram de vez a atenção da marca, a Lacta dedicou à eles a maior promoção da sua história em termos de premiação, a “Curta o Momento Lacta”. Ao todo, serão distribuídos R$ 100 mil por semana, durante dois meses e meio, e prêmios instantâneos de R$ 150, totalizando um R$ 1,3 mihão em prêmios.

A mecânica foi formatada para atender principalmente aos anseios da classe C, explica Juliana Macedo, gerente de marketing de Lacta. Para essa classe, a prioridade gira em torno da renovação da casa, da conquista da casa própria, do carro e de condições financeiras que permitam momentos de lazer e realização com a família.

“Lacta é uma marca muito democrática, atingindo os mais diversos perfis com seus produtos. Mas a promoção direcionada se deve ao grande potencial de consumo de chocolate desse público, que deve aumentar cada vez mais, principalmente pelo acesso ao crédito e melhora de vida da classe”, afirma Juliana.
Até o momento, são mais de 4,6 milhões de códigos cadastrados, em 7 das 10 semanas da promoção. O número é aproximadamente 2 vezes e meia maior que o estimado para o período, segundo a marca.

A promoção contou ainda com um forte plano de comunicação, que inclui filme para a TV, mídia digital, material de ponto de venda e comunicação nas embalagens. A campanha foi criada em parceria com as agências Ogilvy & Mather, W3haus e b!ferraz. A promoção vai até o dia 23 de novembro. 

Assista à campanha:
 http://www.youtube.com/watch?v=yNh_NPp8Lq0

L’Oréal de olho na Niely

Ao longo das últimas décadas, a fabricante de produtos para os cabelos Niely se tornou especialista em vender para as consumidoras de baixa renda (bem antes de isso virar moda). Com faturamento projetado de 550 milhões de reais em 2013, era natural que a empresa fosse considerada um potencial alvo de aquisição para as gigantes do setor, ávidas por crescer naquele que é o terceiro maior mercado mundial de produtos para os cabelos. Pois a chance de sair negócio nunca foi tão grande. 

A Niely contratou a butique de investimento A10 para assessorá-la numa reestruturação. A empresa acaba de ter seu primeiro balanço auditado pela Ernst&Young. As múltis entenderam o recado. A francesa L’Oréal contratou o banco BNP Paribas para abrir as conversas em torno de uma possível aquisição. A Niely é avaliada em cerca de 1 bilhão de reais. As empresas não comentam.

8 pontos para considerar bem antes de topar ser PJ


Trabalhar como pessoa jurídica pode ter suas vantagens, mas também em riscos para serem pesados

Fernanda Bottoni, da
Dreamstime.com
Assinatura de contrato

Saiba o que levar em conta antes de assinar um contrato como PJ

São Paulo - Para cortar custos, têm muita empresa propondo ao funcionário que aceite ser demitido e perder o vínculo CLT para, posteriormente, ser contratado no regime de pessoa jurídica (PJ), em que o empregado é obrigado a arcar com boa parte dos custos que antes ficavam a cargo do empregador – isso para não falar na perda de alguns benefícios.

Resumindo, a empresa vai demiti-lo e recontratá-lo como um prestador de serviços fixo. Mais frequente entre os graus mais baixos na hierarquia corporativa, existem inclusive executivos que são PJ. Veja o que considerar se você receber uma proposta destas e como manter a evolução profissional.


Pegar ou largar


Se a empresa propuser que você trabalhe todos os dias, se reporte a um chefe e seja remunerado todo mês, legalmente, ela tem de fazer a contratação de acordo com a CLT. Se não fez, ela burla a lei. Mas o empregado ao aceitar não fere nenhuma regra.

"A pessoa muitas vezes não tem escolha, ela precisa trabalhar e topa virar PJ", diz o advogado Estêvão Mallet, professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.


Hasta la vista, benefícios


Normalmente, ao se tornar PJ, você perde regalias como férias, 13º salário e fundo de garantia por tempo de serviço. Ou seja, se o contrato for rompido, você não receberá nada além dos dias trabalhados no mês - às vezes, nem isso! Algumas empresas, no entanto, mantêm vários benefícios oferecidos.
Abrir ou não sua empresa


Uma das primeiras decisões a tomar é a de abrir ou não uma empresa. Quem abre deve contratar um contador e pagar algo em torno de um salário mínimo por mês para ele zelar pelo preenchimento correto de formulários, providenciar a declaração de IR da companhia e fornecer as informações para a sua declaração como pessoa física.

Quem prefere não abrir empresa pode dar Recibos de Pagamento a Autônomos (RPAs), emitidos para cada serviço prestado, para quem contratar seus serviços. É preciso ter cadastramento na prefeitura e na Previdência Social.


Tem aumento?
Geralmente não. Vale a pena negociar no ato da contratação um valor suficientemente confortável para você passar pelo menos dois anos sem aumento.


Remuneração


O profissional PJ ganha até 40% a mais do que quem está no regime da CLT. O valor é negociado logo na contratação. Lembre-se, no entanto, de que o PJ paga até 20% de tributos na hora de receber. Para o engenheiro mecânico Eduardo Ferreira, o saldo de um ano como PJ foi positivo.

Ele era supervisor de vendas de uma empresa de autopeças de Guarulhos, em São Paulo, quando gerentes e supervisores foram convertidos em PJ. "Eu não tinha opção, mas ganhei aumento de 35% e ainda recebi toda a rescisão de três anos de trabalho", diz Eduardo.
Sem desenvolvimento


Por ter poucos vínculos com o patrão, o PJ pode ter um horário de trabalho mais flexível. Também fica mais fácil mudar de emprego, já que a empresa tem menos instrumentos para tentar segurar um PJ. Por outro lado, a ligação frágil com a companhia é um problema para quem busca um plano de carreira.


Bônus batalhado


"Normalmente, é preciso comprovar resultados para depois brigar por esse benefício. Nem sempre dá certo", diz Marcelo De Lucca, diretor da Michael Page, consultoria especializada em recrutamento de executivos de São Paulo.


Sem previdência


Sair do regime da CLT tem desvantagens mais sérias. Uma delas é, se você precisar se afastar por motivo de saúde, não ter direito ao auxílio-doença da Previdência Social. Foi o que aconteceu com a gerente de RH Muna Hammad.

Durante os oito meses em que prestou serviços como PJ para uma consultoria, ela sofreu um acidente e teve de se afastar do trabalho. "Fiquei dois meses sem trabalhar e sem receber", diz. Outra desvantagem é a aposentadoria.

38% dos bilionários brasileiros construíram própria fortuna

Estudo da Wealth X com o UBS mostra também que país tem a segunda maior fortuna média do mundo entre bilionários, de 5,2 bilhões de dólares

Getty Images
Dinheiro: notas de 50 e 100 reais

Bilionários brasileiros tem riqueza total de 259 bilhões de dólares

São Paulo - 38% dos bilionários brasileiros construíram sozinhos a própria fortuna, enquanto 30% a herdaram e 32% a acumularam com uma combinação das duas origens. No mundo, as porcentagens são de 60%, 20% e 20%, respectivamente.

Os números são de um relatório da consultoria Wealth X em parceria com o banco suíço UBS divulgado hoje, que mostra mostra também que a queda meteórica das empresas de Eike Batista mudou o perfil da fortuna dos bilionários brasileiros.

Em 2012, o país tinha 49 bilionários com uma fortuna combinada de US$ 300 bilhões. Neste ano, o país ganhou um bilionário, mas o total acumulado entre eles caiu 13,7%, para 259 bilhões de dólares. Eike é responsável por aproximadamente metade desta queda.

Dos países e regiões analisados, apenas a Índia também teve queda na riqueza total, de 5,3%. Lá, porém, o número total de bilionários diminuiu 5,5%.


Perfil


A fortuna média do bilionário brasileiro é de 5,2 bilhões de dólares, o que dá ao país a vice-liderança global no quesito. O primeiro lugar ficou com o México, onde Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, exerce um peso desproporcional.

O Brasil tem a maior população de bilionários da América Latina e 90% deles são homens, levemente acima da média mundial de 87%. A idade média entre eles é de 64 anos. 

Entre as origens das fortunas, o destaque fica para o setor financeiro, bancário e de investimento, com 31%. Em seguida vem conglomerados industriais, com 8%, e mídia, também com 8%.