quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Cervejaria responsável pela Biritis, homenagem a Mussum, produz 50 mil litros em três meses

Meta era atingir essa produção apenas com seis meses de vida; idealizadores da marca preparam expansão


Divulgação

Os sócios da marca de cerveja artesanal
 A repercussão do lançamento foi enorme. E a demanda acompanhou. Em três meses de vida, os responsáveis pela cerveja Biritis informaram, nesta terça-feira (dia 3), que já produziram 50 mil litros do produto. "Prevíamos produzir 50 mil litros nos primeiros seis meses de operação. Estamos chegando a essa marca já no terceiro mês e ainda assim continuamos com a produção menor que a demanda", respondeu por e-mail Diogo Mello, um dos sócios da marca.

O filho do humorista Mussum, Sandro Gomes, foi quem idealizou a cerveja em homenagem ao pai - Leonardo Costa é o terceiro sócio da empreitada.

Oficialmente, informa Diogo, a cerveja Biritis é distribuída em quatro estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Ainda neste ano, a marca deve chegar no Espírito Santo. "Em apenas três meses, são quase 300 estabelecimentos (vendendo o produto)", comentou Mello.

Para o ano que vem, a pequena empresa também planeja novidades. "Lançaremos novos estilos além da Biritis, focaremos na distribuição para que possamos cobrir o maior número de estados no País, sem comprometer a qualidade, que é e sempre será o foco do nosso projeto", respondeu Mello.

Editorial: Governo no labirinto

A queda de 10% no preço das ações da Petrobras na segunda-feira foi resultado direto do que já era intuído nas últimas semanas. A empresa permanece refém de uma política econômica inepta e eleitoreira, que acumula número cada vez maior de reveses. 

Havia, entre investidores, a esperança de que o governo anunciasse uma nova política de preços para combustíveis capaz de dar algum respiro à Petrobras, há anos sufocada pelo populismo tarifário. 

O aumento de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel, destinado a reforçar o caixa da estatal, provocou decepção generalizada. Não só por ser uma correção insuficiente para eliminar a defasagem em relação aos preços internacionais, mas também por parecer feita na medida para a inflação neste ano ficar abaixo dos 5,84% registrados em 2012. 

Foi mal recebida, ainda, a decisão do governo de manter secreta a fórmula de reajuste de preços --o que até permite especular sobre sua existência--, cuja função seria justamente dar mais previsibilidade ao fluxo de caixa da Petrobras. 

São sinais eloquentes de que a estatal continuará uma marionete nas mãos do governo, queimando preciosos recursos que deveriam ser direcionados ao investimento. 

Em si ruim, a novela dos combustíveis é apenas mais uma evidência de que o governo está preso em seu labirinto, acuado e incapaz de formular uma estratégia adequada para a gestão da economia. 

A inflação permanece alta, os juros sobem, o dólar ameaça aumentar com mais intensidade, os resultados das contas públicas pioram e é cada vez mais claro que a economia crescerá pouco em 2014. 

A retração de 0,5% no PIB do terceiro trimestre, em relação aos três meses anteriores, quase descarta uma expansão de 2,5% no ano --desempenho que já seria pífio. Para 2014, analistas começam a projetar resultado abaixo de 2%. 

É particularmente preocupante que o PIB tenha encolhido sobretudo por causa dos investimentos, que caíram 2,2% no trimestre. Com isso, o acumulado do ano, positivo, apenas recuperará o tombo de 4% observado em 2012. Na prática, a taxa de investimento do Brasil permanece em parcos 18,6% do PIB, muito abaixo dos 25% da média dos emergentes e compatíveis com um crescimento de 4% ao ano. 

Há, sem dúvida, um dado positivo: o desemprego de 5,2% é o menor da história. Este é o único --e fundamental-- indicador que destoa no quadro geral de dificuldades. Não se sabe até quando, pois renda, crédito e consumo crescem menos que no passado. 

Talvez por aí se explique, com a ajuda das eleições, a resistência do governo a adotar grandes medidas saneadoras da economia. À luz da rapidez com que os problemas se acumulam, a teimosia pode custar muito caro ao país.

O que nos espera em 2014?


  • Podemos dizer que o dólar já reagiu antecipadamente à normalização da política monetária americana. Mas ainda deve sofrer algum impacto adicional
Ilan Goldfajn

No ano que vem há uma combinação incomum de questões globais e do Brasil que deve nos afetar. Há vários temas de interesse, todos interligados. Abaixo, listo oito desses temas.

1. Recuperação global ou estagnação secular? Há uma dúvida no ar. Imagina-se que 2014 seja o ano da recuperação do crescimento no mundo. Se isso não ocorrer, voltará à tona a ideia de que o mundo não consegue sair da estagnação. Os economistas nos EUA voltarão com a tese de que estão diante da “japoneização” de sua economia, num processo de estagnação secular. Prosperarão as teses de que o crescimento anterior era fruto de bolhas e que atualmente a economia encontra dificuldades estruturais para crescer, dentre elas o limite de zero para a queda de juros. Acredito na recuperação da economia dos EUA (e global), o que dará a tranquilidade para a volta do pleno emprego e crescimento maior (embora provavelmente menor do que o período de boom excepcional dos anos 2000).

2. Ocorrerá o inicio da normalização da política monetária nos EUA? Em 2014 o Fed (banco central americano) provavelmente começará a remover os estímulos excepcionais (ele injeta 85 bilhões de dólares mensalmente na economia). A ideia do Fed nos últimos tempos tem sido comprometer-se a não subir os juros por um longo período de tempo, mesmo após a retirada das injeções monetárias, para ancorar as taxas de juros longos e evitar abortar a recuperação ainda frágil. Tarefa difícil de realizar caso a economia de fato se recupere, o que naturalmente trará expectativas de continuidade da normalização da política monetária nos EUA e a provável subida dos juros nos EUA e no mundo.

3. O dólar ganhará força? Haverá overshooting do real? A normalização da política monetária nos EUA leva a um fortalecimento do dólar. A mesma pressão para subida de juros provoca também a volta dos fluxos de capitais para lá e a compra de dólar, o que eleva sua cotação. Foi o que observamos ao longo de 2013, só com a expectativa da mudança na política monetária nos EUA. Podemos dizer que o dólar já reagiu antecipadamente à normalização da política monetária americana. Mas ainda deve sofrer algum impacto adicional quando (e se) ocorrer de fato a redução dos estímulos nos EUA. O real deve sofrer algum impacto adicional da valorização do dólar, mas sua extensão vai ser determinada por fatores locais como a situação fiscal e a possibilidade de downgrade.

4. Ano que vem será o ano do downgrade? A política fiscal reagirá? Há uma ameaça de rebaixamento (downgrade) do grau de classificação das agências de risco, em função da queda continuada do superávit primário, da expansão (para) fiscal via capitalização dos bancos públicos e, de uma forma geral, de um crescimento baixo. O superávit primário tem declinado gradativamente, atingindo um valor abaixo de 2% em 2013 (estimamos 1,7%) e em direção para menos de 1,5% no ano que vem. Na ausência de uma mudança de direção, o downgrade de uma agência pode ocorrer sem a perda do grau de investimento, mas o suficiente para assustar antecipadamente aqueles investidores que dependem do grau de investimento para aplicar no Brasil. A política fiscal tem que reagir, os estímulos via bancos públicos já parecem caminhar nesta direção. Mas um choque, como a aceitação das indenizações bilionárias dos planos econômicos, pode levar a um ou mais downgrade.

5. A inflação no Brasil vai se estabilizar em torno de 6%? O objetivo do governo é levar a inflação a um processo de (lento) declínio em direção à meta, evitando o risco de um choque inflacionário desencadear uma espiral inflacionária para o outro lado. Mas há o problema da necessidade de reajustar vários preços administrados que estão defasados (como gasolina, diesel, energia elétrica) num ambiente em que os preços livres ainda sofrem de uma inflação elevada.

6. As taxas de juros continuarão subindo? O Banco Central do Brasil sinalizou no seu comunicado que o ciclo de alta da Selic não será muito mais prolongado. Mas a normalização dos juros nos EUA e no mundo pode ainda exercer pressão altista sobre as outras taxas de juros no Brasil, principalmente se as questões fiscal e inflacionária não forem bem encaminhadas no ano que vem.

7. O programa de concessões de infraestrutura será bem-sucedido? O programa de concessões é importante para aumentar os investimentos no Brasil. Como acontece com a maioria dos programas, será menor que o planejado inicialmente, mas importante para atacar um dos principais gargalos da economia brasileira. O esforço em 2014 terá que ser seguido nos próximos anos.

8. Quais serão os resultados das eleições presidenciais e da Copa do Mundo no Brasil? Difícil prever, mas são temas que estarão na cabeça de todos no ano que vem. Mas, certamente, esperamos que o Brasil ganhe a Copa!

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/o-que-nos-espera-em-2014-10947860#ixzz2mVm2OGGq
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O valor da beleza: por que as pessoas atraentes têm mais sucesso?

Resumo do livro "O valor da beleza: descubra as surpreendentes vantagens da boa aparência e por que as pessoas atraentes têm mais sucesso", de Daniel S. Hamermesh




Shutterstock



Polêmico, livro põe em discussão uma visão que para muita gente é ultrapassada. Na prática, será que a beleza, realmente, não influencia? Mas o que é o belo?
Assumindo ou não a questão, muitos de nós sabemos que existe um retorno pela boa aparência, e que na busca pela beleza, gastamos inúmeras horas e também inúmeros reais em cuidados pessoais. Porém, quais seriam esses reais benefícios de quem teve a sorte de nascer com uma beleza acima da média? E o mais importante, será que as pessoas de boa aparência são privilegiadas no mercado de trabalho?

O economista Daniel S. Hamermesh acredita que sim, e expõe seu ponto de vista no polêmico livro O valor da beleza: descubra as surpreendentes vantagens da boa aparência e por que as pessoas atraentes têm mais sucesso. O autor tenta provar que os mercados de trabalho dos mais vários tipos, podem gerar o pagamento de um bônus pela boa aparência e a aplicação de penalidades no pagamento pela má aparência, em outras palavras, ele tenta medir a importância da beleza no comportamento econômico.
Seus argumentos são baseados principalmente em uma pesquisa feita em ampla escala na Universidade de Michigan, em 1971. Nela, o entrevistador foi instruído a “classificar a aparência física do entrevistado” utilizando a seguinte escala:


5 – Muito belo ou bela
4 – Boa aparência (acima da média por idade e sexo)
3 – Aparência média por idade e sexo
2 – Bastante comum (abaixo da média por idade e sexo)
1 – Feio

Esse estudo inicial, e consequentemente sua escala de aparência, serviu como ponto de partida para a realização de diversas outras pesquisas, nas quais suas conclusões estão resumidas logo adiante:

Primeiro emprego: no inicio da carreira, a boa aparência pode proporcionar ao trabalhador acesso a mais oportunidades de desenvolvimento de habilidades, reuniões com clientes, impressões favoráveis do chefe e assim por diante.

Outro estudo analisou os ganhos de um pequeno grupo de estudantes que haviam recentemente obtido seus MBA ao longo de 10 anos de suas carreiras, e foi constatado que os homens de boa aparência receberam salários iniciais maiores e tiveram crescimento mais rápido dos ganhos ao longo da década. Já entre as mulheres, as aparências não tiveram relação com os salários iniciais, mas as mulheres mais bonitas viram seus ganhos crescerem mais rapidamente.

Criminalidade: ao avaliar como a aparência de uma pessoa jovem afetava a probabilidade de ele ou ela se envolver em atividades criminosas, dois economistas descobriram que uma pequena porcentagem dos jovens muito feios apresentou uma probabilidade significativa e substancialmente maior de ter cometido roubo ou assalto do que os outros jovens.

Mercado de empréstimos: em uma pesquisa feita em um grande mercado de empréstimo on-line, foi identificado que os tomadores de empréstimo com aparência acima da média tiveram maior probabilidade de obter empréstimo, mesmo com históricos de credito e características demográficas semelhantes às de solicitantes com aparência pior. No entanto, apesar de obterem termos melhores em seus empréstimos, os solicitantes de melhor aparência apresentaram maior probabilidade de inadimplência.

Cônjuges e casamento: segundo o autor, indivíduos com aparência abaixo da media formam casais com cônjuges de menor grau de instrução, Como um ano a mais de escolaridade está associado a maiores ganhos extras entre os homens, e que uma mulher de aparência abaixo da média tem maiores chances de ganhar menos do que as que estão acima da média, a probabilidade desse casal ter uma renda mensal potencialmente menor é bem maior. As mulheres de boa aparência conseguem trocar sua beleza por uma melhor capacidade do marido em prover renda, e as mulheres de má aparência não conseguem.

Empregabilidade: a beleza pode ajudar mais um trabalhador de boa aparência durante uma recessão, quando há mais concorrência com outros candidatos a emprego. Seus efeitos serão menores quando os trabalhadores estiverem escassos e os empregadores não puderem ser dar ao luxo de ser tão exigentes. Levando em conta a nossa atual realidade, a primeira opção é verdadeiramente mais aplicável.

Fatores estéticos: a obesidade reduz os ganhos, mantido todo o restante igual, e isso é especialmente verdade entre as mulheres. Já para os homens, os efeitos positivos sobre os ganhos exercem sobre o quesito altura.

Política: em um estudo analisando a votação para as cadeiras do parlamento nacional australiano, foi constatado que os candidatos de boa aparência, tanto os que buscavam a reeleição quanto os opositores, apresentaram maior probabilidade de serem eleitos. Um detalhe que vale ser citado é que nessa pesquisa, não foi importante o quão bonito era o candidato, mas somente quanto mais bonitos ou mais feios eram os oponentes dos candidatos. Entretanto, também vale citar que a má aparência é um impedimento eleitoral menor quando um político ganha a confiança dos eleitores.

Por que as empresas devem pagar melhor os funcionários de boa aparência?

 

Para o autor, o campo no qual a beleza mais influencia é no setor que envolve contato direto com o cliente. Para ele, vendedores de boa aparência são mais persuasivos, chegando a tornar os produtos vendidos mais desejáveis.

Ele afirma que as evidências sugerem que os custos extras ocorridos pela empresa quando paga por trabalhadores de melhor aparência são pelo menos parcialmente compensados pelas vendas maiores que esses funcionários conseguem gerar para ela.

Resumindo o seu ponto de vista, para as empresas, compensa pagar um salário maior para os vendedores de boa aparência, pois estes revertem esse gasto em maiores vendas, gerando assim uma maior receita para a organização como um todo.
Em um segundo ponto, o autor afirma que funcionários bonitos tornam o ambiente geral da empresa mais produtivo, pois é motivador para os outros funcionários trabalhar ao lado de pessoas mais belas.

A relatividade da beleza

 

O autor, é claro, cita o argumento de que a beleza é relativa, ou seja, o que pode ser bonito para um, não é para outro, no entanto, por meio de um estudo realizado, ele chega a uma conclusão que a discordância total sobre as aparências é um evento extraordinariamente raro, basicamente, todos nós concordamos quase da mesma forma sobre quem é feio e quem é bonito.

Algumas pessoas fazem julgamentos duros sobre as aparências dos outros, enquanto outras são generosas em suas avaliações. Porém, os indivíduos tendem efetivamente a ver a beleza dos outros de forma semelhante, embora não idêntica.

A beleza é passageira; e juventude é beleza. Mesmo quando foi solicitado as pessoas a considerar a idade dos indivíduos ao julgar suas aparências, elas não conseguiram fazer isto. As pessoas tendem a classificar os adultos jovens como mais atraentes do que as pessoas mais velhas.

Conclusão

 

Não há muitas ocupações em que as preferências em relação ao clima, por exemplo, sejam realmente importantes; em que aqueles que não gostam de clima frio possam ganhar mais ou menos. Da mesma forma, em muitas ocupações, o talento musical de uma pessoa não tem impacto sobre os ganhos, saber tocar guitarra não irá te garantir um salário maior, a não ser que você seja músico.

A beleza, porém, pode ter efeitos importantes em muitas ocupações. E ela efetivamente tem. Não imensamente mais, mas substancial e significativamente mais.

Os efeitos da beleza nos ganhos não são imensos, mas certamente são substanciais. É importante dizer que não existe uma causalidade, seria um impossível afirmar que uma pessoa ganhou mais do que outra durante a vida apenas por ter melhor aparência, o que ele cita é que, em condições de habilidades parecidas, a chance de uma pessoa considerada acima da média em aparência ganhar mais do que outra são maiores.

Não há nenhuma razão para pensarmos que as pessoas belas são boas e as pessoas feias são más, mas nós o fazemos!
E você, concorda?

Serviço

Livro: O valor da beleza - Por que as pessoas atraentes têm mais sucesso
I.S.B.N.: 978-85-352-5690-1
Acabamento : Brochura
Edição : 1 / 2012
Idioma : Português
Número de Paginas : 216



terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Para a Brivia, menos vale mais



Em um setor que cresce 30% ao ano, a agência digital com sede no Rio Grande do Sul decide encolher – e focar nos clientes mais rentáveis

Por Marcos Graciani

Depois de deixar de operar com a marca Gad em maio deste ano, a Brivia estabeleceu um novo   e  ousado – planejamento para os próximos cinco anos.        Uma das primeiras providências foi diminuir  o número de clientes  atendidos  pela  agência.  Hoje,  são apenas 23  –  o que significa  27  clientes a  menos que no ano passado.  Uma  decisão  em  descompasso  com  o  ritmo  febril  –  até  30%  ao  ano - em que crescem os negócios  ligados  à  tecnologia.   “Na  prática  significa  diminuir  um  pouco  o  crescimento  em  nome   da rentabilidade. No mercado, há players que dobram de tamanho anualmente, mas a rentabilidade  não  é  das melhores”,  defende  Marcio   Coelho  (foto), CEO da Brivia, agência digital com sede em Novo Hamburgo (RS).

Marcio-Coelho-brivia-350A   rentabilidade   que a   Brívia  busca  é  a  das grandes  organizações  do setor – margem ebitda de  25%.      Para chegar lá, terá de cuidar muito bem  de  clientes do  porto de Gerdau, Braskem, Grupo  AES,  Unimed Brasil e Vivo, entre outras companhias.            “Para atender bem é preciso prestar serviço para menos empresas.    Ter uma carteira  menor  de  clientes  de  grande  e médio portes torna nossa oferta mais relevante”,  atesta Coelho.

Com raízes fincadas na região sul, a Brivia nunca abriu  mão  de  crescer  avançando  fronteiras.  O  caminho  natural  foi  abrir uma área de negócios em São Paulo.

O  escritório,  localizado  na  Vila Olímpia,  na  capital  paulista,  serve  de  base  para prospecção de novos negócios.  Oportunidades  não  faltam.   “Basta somar o faturamento de algumas companhias instaladas num radio de um quilômetro ao redor da nossa sucursal para nos darmos conta que o valor total equivale ao PIB do  Rio  Grande  do  Sul”,  exagera  Coelho.             Não sem razão, prevê,  São Paulo será cada ano mais representativo  no  faturamento da  Brivia. Paraná e Santa Catarina, no entanto, não estão fora do radar.


Sem descompasso



Responsável pela administração do  perfil da Gerdau nas redes sociais, a Brivia planejou a entrada da maior empresa  do  sul nessas plataformas.  A siderúrgica, presente no Twitter e no Facebook desde 4  de  gosto, tem  usado  esses  sites  de  relacionamento  como  mais  um  canal de comunicação com seus clientes.     A companhia não estaria fazendo isso tarde demais?    Na opinião de Coelho, grandes  empresas precisam dar esses passos de maneira mais consciente e planejada.  “Vai muito do alinhamento da  estratégia do negócio e o  que  o  mundo digital  pode  trazer  de resultado para essas empresas”, formula.  Ele vê as companhias de médio porte como as mais propensas a cometer equívocos nas redes sociais.     “Esse perfil de empresa tem restrições orçamentárias para fazer algo direito. Até entram nas redes sociais  , mas  daí  vai  faltando perna, verba e se falha na forma como as coisas são conduzidas”, alerta.

IBOPE: 35% dos brasileiros estão insatisfeitos com a forma como gastam seu tempo


O resultado aponta uma situação ainda mais crítica para os homens na faixa de etária entre 35 e 64 anos

Redação, Administradores.com,
Shutterstock


Um levantamento inédito realizado pelo IBOPE Inteligência revela que 35% brasileiros estão menos satisfeitos com a forma que gastam o seu tempo. A partir de uma visão de 360 graus (quantitativa e qualitativa) sobre como os brasileiros fazem uso e se relacionam com o tempo, o resultado aponta uma situação ainda mais crítica para os homens na faixa de etária entre 35 e 64 anos.

“Com base na intimidade que temos com o comportamento dos brasileiros, queremos ajudar nossos clientes a desenvolver relações cada vez mais proveitosas e sustentáveis com seus consumidores, cidadãos e sociedade em geral, e essa pesquisa sobre o tempo é uma das nossas iniciativas nesse sentido”, diz Silvia Cervellini, diretora executiva de negócios do IBOPE Inteligência.

Por meio do painel online CONECTAí, foram propostas dez situações do dia a dia para que os internautas brasileiros fizessem escolhas entre diferentes experiências - atendimento humano ou eletrônico, ambiente, experimentação de produto, aconselhamento, marca reconhecida etc. - e os tempos gastos para cada situação. Um padrão ficou evidente: a tão falada escassez de tempo é relativa.

Entre os resultados, foi observado que as mulheres se dispõem a gastar até 50 minutos a mais para ter a experiência da aplicação da maquiagem por uma profissional em loja especializada, mas só 10 minutos a mais se puderem apenas experimentar elas mesmas a maquiagem na loja. No caso de exame médico preventivo de baixa complexidade em um laboratório, homens e mulheres gastariam até 1h10min a mais para fazer em laboratório conhecido e bem recomendado, ao invés de um laboratório muito próximo e eficiente, mas desconhecido.

Em relação à alimentação fora de casa, sozinho, em um dia útil, brasileiros gastam até 1h a mais para ter “comida caseira”. E quando vão fazer uma refeição com a família ou amigos no final de semana, a tendência é se permitirem gastar até 2h a mais (além das 2h básicas esperadas) se o local tiver diversão/distração/mordomia para crianças, mesmo entre quem não tem filhos. E o “cineminha” com filhos, amigos ou companheiro no final de semana? Para assistir ao filme no shopping que já costumam frequentar, podem gastar até 1h40 a mais, ao invés de irem a um cinema de rua ou um shopping center bem próximo, mas que não costumam frequentar.

As marcas que ficam na memória


A pesquisa nacional domiciliar consultou os brasileiros quanto às marcas e produtos do passado que gostariam de trazer para o presente, além das que eles usam hoje e querem levar para o futuro. Apenas metade dos brasileiros citam marcas que querem levar para o futuro e das mais de 500 marcas mencionadas, somente essas 17 aparecem com pelo menos 1% (em ordem alfabética): Adidas, Avon, Boticário, Brahma, Coca-Cola, Fiat, Havaianas, Natura, Nestlé, Nike, Nokia, Omo, Samsung, Skol, Sony, Volkswagen e Ypê. Todas, como se vê, fazem parte do dia a dia do brasileiro.

Brasileiros realtime


O levantamento verificou que há uma necessidade de que tudo e todos estejam disponíveis em um sistema 24X7 e simultâneo. Tudo o que seja lento ou atrasado, que represente espera, está em desacordo com o tempo pós-moderno. No entanto, o brasileiro não quer necessariamente que todas as atividades tenham um caráter instantâneo: ao contrário, quanto melhor a experiência, mais querem prolongá-la. Para unir todas essas experiências ao mesmo tempo, é preciso ter um perfil realtime.


Ainda na mostra domiciliar, as atividades do último dia útil e do último dia de folga do entrevistado foram lembradas, sendo que todos foram estimulados a falar do que tivessem feito simultaneamente. Considerando certa resistência em assumir a falta de concentração no trabalho ou no estudo, a pesquisa verificou 22% de brasileiros que declaram realizar alguma atividade simultaneamente com outra em seu dia a dia como, por exemplo, utilizar a TV e a internet juntos, TV e rádio, rádio e internet etc.

 

Dia típico


O estudo também analisou um dia útil típico na vida do brasileiro e descobriu que começa entre 6 e 7 da manhã e acaba por volta das 22h, incluindo cerca de 40 minutos de deslocamentos ao longo do dia. Quando questionados se e quanto pagariam por uma hora a mais no dia, apenas 1/3 dos brasileiros demonstraram interesse na compra, sendo que o valor seria, em média, R$ 50 em um dia útil. Mas os homens tenderiam a pagar R$85 por uma hora a mais em um dia de folga.

 

10 anos mais jovem?


Outro aspecto analisado foi se as pessoas se sentem mais jovens ou mais velhas considerando sua própria idade. O resultado é um retrato da “juvenilização” da sociedade, pois a maioria dos brasileiros (65%) considera-se 10 anos mais jovem.


O estudo Jogo do Tempo foi realizado durante o ano de 2013 e contou com a participação de clientes do IBOPE Inteligência em sua concepção e discussão de resultados. O estudo se baseou em análises antroposemióticas sobre o tempo, realizou 16 vivências etnográficas com moradores de capitais e cidades do interior do país, quatro tríades geracionais e 10 entrevistas em profundidade com especialistas nas áreas da saúde e bem estar, tecnologia da informação, urbanismo e mobilidade, espiritualidade, psicologia e sociologia. Por meio do Bus (www.ibope.com.br/bus/) também foi realizada uma pesquisa quantitativa de 2.002 entrevistas pessoais com homens e mulheres a partir dos 16 anos em todas as classes socioeconômicas, em 143 munícipios brasileiros de todas as regiões. Além disso, cerca 1.100 internautas membros do painel online CONECTAí (br.conecta-i.com) também participaram do estudo, mediante entrevistas via web.

Jorge Gerdau: "O Brasil tem de mudar para não ficar para trás"


O empresário que fundou o Movimento Brasil Competitivo acha que o país pode dar um salto se melhorar a eficiência administrativa e cuidar da visão estratégica

JOSÉ FUCS
 
PRIVATIZAÇÃO Jorge Gerdau. “Alguém esperava que o leilão dos aeroportos tivesse um resultado tão bom?” (Foto: Alexandre Severo/ÉPOCA)


Em sua trajetória na iniciativa privada, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho de Administração da Gerdau, um dos maiores grupos siderúrgicos da América Latina, destacou-se por sua preocupação constante com a qualidade de gestão e a competitividade do Brasil na arena global. Desde 2001, quando fundou o Movimento Brasil Competitivo (MBC), Gerdau passou a se dedicar de forma intensa, voluntariamente, à melhoria da gestão de diversos Estados e municípios pelo país. Nos últimos três anos, como presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade (CGDC), ele recebeu a missão de pensar essas questões estrategicamente e sugerir medidas para melhorar a eficiência do governo federal e o ambiente de negócios. Na semana passada, Gerdau, aos 76 anos, recebeu ÉPOCA para uma entrevista no escritório de seu grupo em São Paulo.

ÉPOCA – Depois de quase três anos como presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade (CGDC), qual o seu diagnóstico? Quais são os grandes desafios para o Brasil melhorar sua posição no cenário global?

Jorge Gerdau –
O grande desafio hoje é aumentar a capacidade operacional do governo: atender melhor o cidadão e criar melhores condições de negócios para o empresariado. A eficiência é absolutamente necessária. Ainda trabalhamos com a mistura de funções políticas dentro da administração profissionalizada. 

Nos Estados e municípios, a questão da tecnologia de gestão já entrou no debate há mais de dez anos. Agora, tem de entrar também no governo federal. Como o governo federal detém 20% do PIB (Produto Interno Bruto), dos 40% que cabem ao setor público como um todo, o país ficará para trás se não fizer as mudanças necessárias.

ÉPOCA – Até que ponto a presidente Dilma Rousseff está empenhada em levar adiante os projetos e as sugestões da Câmara de Gestão?

Gerdau –
Acredito que o ato da presidenta de criar essa estrutura não deixa de ser um indicativo de como ela valoriza isso. Tem a ver com sua percepção de que é preciso desenvolver uma cultura de gestão no governo. Ela é uma gestora por formação, certo?

ÉPOCA – Se o senhor diz isso...

Gerdau –
Vou lhe mostrar os problemas que ela atacou e que ninguém nunca havia atacado. Você pode provocar quem quiser, mas, se não tivermos uma visão mais estratégica, de mexer nas limitações que existem hoje, não chegaremos lá – e a Dilma tem essa percepção. Agora, ela está amarrada. O cenário em que ela tem de se mover é absolutamente impeditivo. É muito importante levar isso em conta. Há um ano, Dilma inteligentemente colocou as concessões como prioridade. É um processo duro, porque faltam projetos. Construir projetos é difícil. Estabelecer concorrências com esses projetos é uma trabalheira. Mas esse fenômeno que aconteceu agora com a concessão dos aeroportos é um rompimento extremamente importante. Alguém poderia esperar que os leilões dos aeroportos fossem dar o resultado que deram?

ÉPOCA – O senhor acredita que um governo que tem 39 ministérios e 25 mil cargos de confiança tem credibilidade para falar em eficiência?

Gerdau –
Os países mais maduros conseguiram mexer nesse negócio. Muda o ministro e ele leva só três ou quatro pessoas consigo, não dezenas ou centenas de funcionários em cargos de confiança. O Brasil já tem exemplos de meritocracia no setor público: o Banco do Brasil, o BNDES, o Itamaraty, o Exército, a Embrapa, o Banco Central. O modelo está aí. Por que ele não pode ser replicado? Por que essas estruturas que funcionam com base na meritocracia não foram invadidas pelas indicações políticas? Não me conformo com a ideia de que, nos próximos dez ou 20 anos, continuaremos a ter um crescimento médio de 2,5% ou 3% ao ano, como aconteceu nas últimas décadas. Tem de ser mais. Se corrigirmos essas coisas, chegaremos a índices maiores de crescimento, de eficiência, de qualidade de vida.
 
"Uma empresa privada que funcionasse como o Brasil estaria falida"
 
ÉPOCA – O senhor consegue imaginar uma empresa privada funcionando assim?

Gerdau –
Não. Estaria falida. Essa é a diferença: a empresa privada morre, e o governo não morre. As lideranças brasileiras em várias áreas têm de analisar esse problema de forma muito clara. No setor privado, a governança (conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma empresa é administrada ou controlada) se aprimorou pela pressão do mercado.

Um grupo como a Gerdau, com ações negociadas na Bolsa de Nova York, sofre uma pressão enorme do mercado. Na estrutura do governo, não vemos essa mudança. Mas a competição global exige isso. Pode 40% do PIB (Produto Interno Bruto) não discutir governança? Não. Não tenho a solução política para a equação, mas o problema tem de ser posto na mesa.


ÉPOCA – Até que ponto é possível o governo ser mais eficiente com uma visão de curto prazo, que pensa no benefício imediato, no que dá voto.

Gerdau –
É indispensável pensar uma política de longo prazo e estabelecer metas claras, como o objetivo do PIB, do índice de poupança. O modelo atual, de antecipação de consumo e financiamento, bateu no teto ou passou do teto. O grande problema do país é a poupança. O Brasil tem de chegar a uma poupança de 24% a 25% do PIB (hoje está na faixa de 15%). Um estudo do Banco Mundial mostra que, com uma poupança doméstica abaixo de 20%, o país não cresce mais de 2,5% ao ano. Falo isso há dez anos: poupança, poupança, poupança – e investimento em infraestrutura. Muito tempo atrás, fiz uma pergunta: “Por que a China cresce e o Brasil não?”. Aí, cheguei a esse círculo virtuoso: poupança, investimento, desenvolvimento, geração de empregos. Por isso, digo que o debate deve ser feito dentro de uma visão estratégica que definará aonde queremos chegar.

ÉPOCA – Nos últimos anos, o governo adotou diversas medidas protecionistas para beneficiar a indústria nacional. Até que ponto o protecionismo afeta a competitividade do país?

Gerdau –
O protecionismo não favorece o crescimento, mas evita o desaparecimento da indústria. Não gosto do conceito de protecionismo, mas, quando macrofatores mundiais afetam as moedas, tenho de analisar melhor o quadro.

ÉPOCA – Quem pagará essa conta, o consumidor?

Gerdau –
É o consumidor, mas você tem de definir o que quer. A manufatura do Brasil já caiu de 32% para 24% e de 24% para 13% do PIB. Você acha que o Brasil deve abrir mão de sua indústria? Quem acha que tem de abrir mão? Se você corrigir os problemas de logística e o sistema tributário, a discussão muda de figura. São duas deficiências que têm de ser corrigidas. A reforma tributária está na nossa mão e melhoraria enormemente a competitividade do Brasil. O governo começou a atacar a questão da infraestrutura por meio das concessões.

ÉPOCA – Em 2013, o Brasil crescerá uns 2,5%. Em 2012, cresceu apenas 0,9%. O que acontece? O que emperra o crescimento?

Gerdau –
Como já disse, poupança e investimento. É o governo que não cumpre a parcela dele, não o setor privado. O setor privado tem uma taxa de poupança e investimento na faixa de 30% do PIB. O setor governamental, que representa 40% do PIB, não tem poupança e investe pouco.

ÉPOCA – No fim a responsabilidade por esse baixo crescimento é em boa medida do próprio governo.

Gerdau –
É do próprio governo, de sua macroestratégia política. O PIB inteiro não é suficiente para atender à demanda social. Então, é preciso aprender a gerenciar com mais eficiência a escassez.

ÉPOCA – O senhor está otimista com a economia em 2014?

Gerdau –
Ficará mais ou menos como está. Em relação ao mundo, não é o pior cenário. Difícil está na Europa. O Brasil está navegando razoavelmente bem. Mas não é esse o Brasil com que sonhamos.

ÉPOCA – No ano que vem, teremos eleições presidenciais. De que lado o senhor ficará?

Gerdau –
Meu sonho é que se aproveite o debate político não só para conquistar o voto popular, algo emocional. Gostaria que as lideranças políticas, econômicas e acadêmicas aproveitassem a eleição para debater propostas de visão estratégica do país. É o momento. Não perdi a esperança. Reclamo, discuto os defeitos, mas não achei lugar melhor para trabalhar e viver que o Brasil.