terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Para a Brivia, menos vale mais



Em um setor que cresce 30% ao ano, a agência digital com sede no Rio Grande do Sul decide encolher – e focar nos clientes mais rentáveis

Por Marcos Graciani

Depois de deixar de operar com a marca Gad em maio deste ano, a Brivia estabeleceu um novo   e  ousado – planejamento para os próximos cinco anos.        Uma das primeiras providências foi diminuir  o número de clientes  atendidos  pela  agência.  Hoje,  são apenas 23  –  o que significa  27  clientes a  menos que no ano passado.  Uma  decisão  em  descompasso  com  o  ritmo  febril  –  até  30%  ao  ano - em que crescem os negócios  ligados  à  tecnologia.   “Na  prática  significa  diminuir  um  pouco  o  crescimento  em  nome   da rentabilidade. No mercado, há players que dobram de tamanho anualmente, mas a rentabilidade  não  é  das melhores”,  defende  Marcio   Coelho  (foto), CEO da Brivia, agência digital com sede em Novo Hamburgo (RS).

Marcio-Coelho-brivia-350A   rentabilidade   que a   Brívia  busca  é  a  das grandes  organizações  do setor – margem ebitda de  25%.      Para chegar lá, terá de cuidar muito bem  de  clientes do  porto de Gerdau, Braskem, Grupo  AES,  Unimed Brasil e Vivo, entre outras companhias.            “Para atender bem é preciso prestar serviço para menos empresas.    Ter uma carteira  menor  de  clientes  de  grande  e médio portes torna nossa oferta mais relevante”,  atesta Coelho.

Com raízes fincadas na região sul, a Brivia nunca abriu  mão  de  crescer  avançando  fronteiras.  O  caminho  natural  foi  abrir uma área de negócios em São Paulo.

O  escritório,  localizado  na  Vila Olímpia,  na  capital  paulista,  serve  de  base  para prospecção de novos negócios.  Oportunidades  não  faltam.   “Basta somar o faturamento de algumas companhias instaladas num radio de um quilômetro ao redor da nossa sucursal para nos darmos conta que o valor total equivale ao PIB do  Rio  Grande  do  Sul”,  exagera  Coelho.             Não sem razão, prevê,  São Paulo será cada ano mais representativo  no  faturamento da  Brivia. Paraná e Santa Catarina, no entanto, não estão fora do radar.


Sem descompasso



Responsável pela administração do  perfil da Gerdau nas redes sociais, a Brivia planejou a entrada da maior empresa  do  sul nessas plataformas.  A siderúrgica, presente no Twitter e no Facebook desde 4  de  gosto, tem  usado  esses  sites  de  relacionamento  como  mais  um  canal de comunicação com seus clientes.     A companhia não estaria fazendo isso tarde demais?    Na opinião de Coelho, grandes  empresas precisam dar esses passos de maneira mais consciente e planejada.  “Vai muito do alinhamento da  estratégia do negócio e o  que  o  mundo digital  pode  trazer  de resultado para essas empresas”, formula.  Ele vê as companhias de médio porte como as mais propensas a cometer equívocos nas redes sociais.     “Esse perfil de empresa tem restrições orçamentárias para fazer algo direito. Até entram nas redes sociais  , mas  daí  vai  faltando perna, verba e se falha na forma como as coisas são conduzidas”, alerta.

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