segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Na beirada do pódio



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O Brasil se tornou o quarto maior mercado do mundo para a Bayer. Mesmo assim, a companhia alemã deve ter crescimento menor em 2013


Por Laura D’Angelo, do Rio de Janeiro

A celebração no Jockey Club do Rio de Janeiro era pelos 150 anos da Bayer. Mas os representantes da empresa no Brasil tinham algo a mais para comemorar: o país se tornou, em 2013, o quarto maior mercado da companhia no mundo. A conjuntura se mostrou favorável para que a subsidiária brasileira superasse o Japão, concorrente que ocupava o posto até o ano passado. “Crescemos mais que os japoneses e o iene desvalorizou”, explica Theo van der Loo, presidente da Bayer no Brasil, país que responde por 5% do faturamento da multinacional.


A boa safra e os preços altos das commodities também impulsionaram o desempenho da subsidiária brasileira. Isto porque, ao contrário de outros países, a divisão Bayer Cropscience, dedicada ao agronegócio, é responsável pela maior fatia do faturamento no Brasil, cerca de 56%  - enquanto a Heath Care, segmento de farmacêuticos e saúde, responde por 29%. A peculiaridade se deve à extensão do território brasileiro e aos poucos concorrentes que disputam a preferência dos inúmeros agricultores no país. Ainda assim, 2013 deve apresentar menor crescimento em comparação com o ano passado, no qual a companhia no Brasil quintuplicou seu lucro e teve um acréscimo de 26% no faturamento. Mesmo sem revelar números, van der Loo acredita que o resultado deve ficar abaixo do desempenho anterior, mas se manterá em dois dígitos, meta da empresa.

O mesmo deve se repetir para 2014, cujo o investimento deve ficar um pouco abaixo dos R$ 200 milhões dedicados este ano para o aprimoramento de laboratórios, pesquisas clínicas e fábricas. A Bayer mostra preocupação com o calendário atípico do próximo ano, o que inclui um Carnaval tardio no mês de março, a Copa do Mundo e o período das eleições. A principal atenção, segundo van der Loo, será com a questão do abastecimento dos medicamentos. “O interior do país é mais afetado. É um gargalo para nós”, admite.


Outro desafio para a Bayer no próximo ano, segundo van der Loo, é inserir novos produtos no mercado brasileiro com mais facilidade e agilidade. “A parte regulatória é muito lenta aqui. As aprovações tanto na saúde como na agricultura demoram, o que afeta o desempenho no país”, salienta o presidente. Além da morosidade legal, van der Loo lembra que os medicamentos lançados no Brasil não são todos reembolsados pelo governo, como acontece no Japão, mas sim pelos pacientes, o que limita o mercado.

É na área de saúde que o Sul se destaca para a Bayer no país. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, juntamente com o Sudeste, formam o mercado mais importante no país para medicamentos. Theo van der Loo cita como exemplo o sucesso dos anticoncepcionais, cujo o número de vendas é mais significativo na região.

Comemorações

Para festejar os 150 anos do Grupo Bayer no mundo, a companhia promoveu passeios de dirigível (foto) em 35 cidades no mundo. O veículo foi escolhido por representar a empresa, pois seu tamanho impressiona e atrai interesse do público por onde passa, ao mesmo tempo em que transmite tranquilidade e é discreto. O encerramento das comemorações foi no Rio de Janeiro onde o dirigível fica até 18 de dezembro.


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