Em entrevista a EXAME.com, Manoel Amorim, presidente da Abril Educação, comentou a compra de 22,7% da MSTech - empresa do setor de tecnologia educacional
São Paulo - A Abril Educação anunciou a aquisição de 22,7% da MSTech, empresa de tecnologia educacional. O negócio foi anunciado 16 dias após a aquisição pela Pearson
do Grupo Multi, que atua no setor de cursos de idiomas. E 10 meses após
a Abril Educação comprar o Wise Up, rede de ensino de inglês. Qualquer
semelhança pode não ser mera coincidência.
Pelo menos, essa é a opinião de Manoel Amorim, presidente da Abril
Educação. Em entrevista a EXAME.com, o executivo comentou a última
aquisição da sua companhia, os principais negócios fechados pela empresa
em 2013, as expectativas para 2014 e negou planos de atuar no setor de
ensino superior.
Segundo ele, seu bom trabalho vem sendo copiado pela Pearson, líder
mundial no setor de educação. A seguir, leia trechos da conversa.
EXAME.com - O que a aquisição da MSTech representa para vocês?
Manoel Amorim - A MSTech é uma empresa focada 100% em
desenvolver ferramentas tecnológicas para melhorar o desempenho escolar.
Então, esse casamento tem duas pontas muito interessantes. A Abril
Educação não tem a plataforma, mas tem o conteúdo; Eles têm a
plataforma, mas não o conteúdo. Além disso, o foco de atuação deles está
na rede pública - enquanto o nosso está no setor privado. Por tudo
isso, trata-se de um bom casamento.
EXAME.com - E quais são os termos do contrato?
Manoel Amorim - A MSTech foi avaliada em 100 milhões
de reais, tem um faturamento de 65 milhões de reais e ebitda de 25
milhões de reais. Como nós não seremos os controladores, assinamos um
contrato que permite comprar a empresa daqui a cinco anos pelo
equivalente a 70% do ebitda da Abril Educação. Se a empresa não crescer,
podemos ainda devolver a participação e receber parte do dinheiro de
volta dentro de dois anos.
EXAME.com - Que outros negócios fechados em 2013 pela Abril Educação merecem destaque?
Manoel Amorim - O mais importante foi a aquisição do
Grupo Ometz, que é detentor da marca Wise Up. Ele permitiu que
entrássemos de uma forma mais importante no mercado de idiomas. Fizemos
duas aquisições importantes no ramo de colégios: o Sigma, em Brasília, e
o Motivo, em Recife. Com a MSTech, encerramos nosso primeiro ciclo de
fusões e aquisições. Essa foi a última das moicanas. Em 2014, vamos
focar na integração.
EXAME.com - E quais são as expectativas da Abril Educação para 2014?
Manoel Amorim - Estamos muito otimistas para os
próximos anos em relação ao desenvolvimento dos nossos negócios. Nosso
mercado está cada vez mais demandado, com a população cobrando qualidade
e tecnologia. Então, temos muito otimismo em relação às oportunidades
em 2014. Com o portfólio bem complementar que temos é nisso que vamos
focar no ano que vem: explorar sinergias em produtos e serviços.
EXAME.com - A companhia tem planos de atuar no setor de ensino superior?
Manoel Amorim - Olha, no mercado de ensino superior,
não temos nenhum interesse. Mas, temos percebido uma maior demanda por
qualidade nele não só por parte da população como também pelo governo.
E, segundo um reitor de Harvard, uma boa instituição de ensino tem dois
ingredientes básicos: os melhores professores do mundo e os melhores
alunos do mundo. O que a gente faz é preparar bons alunos para as
universidades. Esse é o nicho que pretendemos concentrar esforços.
EXAME.com - A chegada ao Brasil de gigantes como a Pearson intimida a Abril Educação?
Manoel Amorim - Ter uma líder mundial como a Pearson
entrando no nosso mercado e nos tomando como referência para suas
decisões é uma grande honra e não nos incomoda de forma alguma.
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