segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Quem é a estatal chinesa que vai fazer Belo Monte funcionar


A State Grid venceu a concessão pela transmissão de energia da maior e mais polêmica hidrelétrica do país e planeja investir até U$ 5 bi por aqui até 2015

Getty Images
Vista aérea do Rio Xungu em área de construção de Belo Monte (junho de 2012)
Belo Monte: estatal chinesa ficou responsável por transmitir a energia produzida pela hidrelétrica

São Paulo - A State Grid venceu, na última sexta-feira, o leilão pelos 2.000 quilômetros de transmissão para o escoamento da energia produzida na usina de Belo Monte.

O consórcio, que era composto também pela Eletrobras Furnas e a Eletrobras Eletronorte, ofereceu um deságio de 38%, o que deixou bem claro o quanto a estatal chinesa queria vencer.

Este, porém, é apenas um dos grandes investimentos que a State Grid vem fazendo no país. O Brasil foi o primeiro país fora da Ásia em que a empresa se aventurou e até hoje é a maior operação internacional da companhia.

Ao chegar ao Brasil, em 2010, a empresa já adquiriu sete companhias da antiga ACS e outra da Plena Transimissora, no valor de 989 milhões de dólares.

Em 2012, inaugurou sua sede no Rio de Janeiro a um investimento de 200 milhões de reais e anunciou um aporte de 5 milhões de dólares até 2015 no Brasil.

A companhia chinesa chegou a pensar em comprar o Grupo Rede Energia, mas a dívida elevada e uma série de intervenções nas estações da empresa por parte da ANEEL a fizeram desistir.

Segundo a própria State Grid, eles planejam continuar crescendo e, apesar de não descartarem alguma aquisição, estão focados em concessões. A companhia já possui hoje mais de 300 funcionários no Brasil e planeja aumentar este número.

Brazil's government has set the favelas and middle classes against each other


A year of frustrated protest against an intransigent government has released a wave of pent-up inter-community violence
Protest against transport fares, Rio De Janeiro, Brazil - 06 Feb 2014
 
'The attempt to raise bus fares has acted as a reminder that, since last year's protests, things have got worse, not better.' Photograph: Agencia Estado/Rex

In Brazil there is a saying: "A good thief is a dead thief." These words have never been more relevant in today's Brazilian class-ridden landscape, where prejudice, violence and racism run free.

The last week has been full of violent acts in Rio de Janeiro. Once again, police and protesters clashed during a protest in the centre of the city. A few days earlier a teenage boy was beaten, stripped naked and tied to a lamp post by a group of vigilantes for allegedly mugging people in the street. A video of a white man pre-emptively accusing a black, poorly dressed youth of intent to mug him has gone viral. All Brazilians, black and white, rich and poor, are terrified of the aggressive atmosphere. The confrontations are no longer people versus authority; they have become people versus people.

And senior media figures have backed the vigilantes taking justice into their own hands. This week Rachel Scheherazade, the SBT news anchor, said their actions were "understandable", and that if people were pro-human rights they should "do Brazil a favour and adopt a thief". She made these declarations on national primetime TV.

To many, the statistics justify the violent backlash: between 2007 and 2013 more than 33,000 people were murdered in Rio, 1,070 as a consequence of being mugged. Even more frighteningly, 5,412 people died in conflicts with the police.

As the government focuses on the World Cup to please the international community, it neglects the people even more than usual, and things are bound to get worse. Brazil is already the fourth most unequal country in Latin America(according to the United Nations).

The recent crime waves, in particular in the Rio neighbourhood of Flamengo, where the black teenager was attacked, are a direct result of the population's rage that flared up last June. The government's attempt to raise bus fares once again has acted as a reminder that, since last year's protests, things have got worse, not better.

Perhaps people have realised that protesting takes them nowhere, except for gaining short-term change. The government is sending a clear message: we will do whatever we like and your protests can't stop us. This message has become dangerous because people now feel entitled to steal, to use violence and to torture any perpetrators the police fail to arrest.

And there will always be innocent people who suffer. On Thursday, a cameraman was hit in the head by an explosive, allegedly a police bomb, after a protest turned violent. He is in a coma.

The war is high income versus low income. While people from the favelas are driven to crime because of their lack of opportunities, middle class people become increasingly scared of violence and concerned for their security. Rage against the government is turning the population against each other and, despite Rio's glorious sunshine, the atmosphere is of fear and sadness for a city of such potential.

Ultimately, though support for torture and violence is horrifying, the social problems in Brazil are much deeper than vigilantes doing what they think is right. It is not a simple matter of killing a criminal because he is inherently evil; hundreds of years of oppression, racism and government neglect cannot be glossed over with a simple decision not to raise bus fares.

• This article was amended on 9 February 2014. It originally stated that Brazil was the fourth most unequal country in the world – this should have read fourth most unequal in Latin America. In addition, the figure of 33,000 murders does not apply to 2013 alone, as originally stated, but to 2007-2013. These errors have now been corrected.

Dilma luta para fazer Brasil sorrir para a câmera na Copa


A presidente teve que recorrer a uma campanha publicitária para vender os benefícios de ser o anfitrião da Copa ao país mais louco por futebol

Raul Gallegos, da
Roberto Stuckert Filho/PR
A presidente Dilma Rousseff chuta bola ao lado do governador da Bahia, Jaques Wagner, durante cerimônia de inauguração da Arena Fonte Nova

Dilma chuta bola ao lado do governador da Bahia, Jaques Wagner: um desempenho ruim como sede da Copa poucos meses antes da eleição pode ser um golpe à candidatura

Você sabe que existe um problema quando Dilma Rousseff, a presidente daquele que é talvez o país mais louco por futebol na Terra, precisa recorrer a uma campanha de relações públicas para vender ao Brasil os benefícios de ser o anfitrião da Copa do Mundo deste ano.

É uma resposta reveladora para uma sequência impressionante de eventos: desde junho, quando milhares de brasileiros de classe média foram às ruas para protestar contra a má qualidade dos serviços públicos e os gastos excessivos em estádios de futebol, a Copa do Mundo passou de motivo de orgulho para uma responsabilidade política.

O vídeo “Não, eu não vou à Copa do Mundo”, de Carla Dauden, tornou-se o grito de guerra de muitos brasileiros irritados. Muitos brasileiros ficaram descontentes em julho quando o presidente da Fifa, Sepp Blatter, se perguntou “se tomamos a decisão errada dando o direito de ser a sede” ao Brasil.

O real problema para Dilma é que ela vai procurar se reeleger em outubro. Um desempenho ruim como sede da Copa do Mundo poucos meses antes da eleição pode ser um golpe à sua candidatura. Não é à toa que Dilma está tão ansiosa para convencer os brasileiros a sorrirem para as câmeras.

O jornal O Estado do São Paulo publicou declarações de um funcionário do governo Dilma, na semana passada, dizendo que a campanha para gerar apoio à Copa do Mundo foi desenvolvida para evitar que as pessoas “se deixem levar pela loucura”.

A loucura em questão é uma campanha intitulada “Não vai ter Copa”, que vem se tornando popular nas redes sociais. No mês passado, o Partido dos Trabalhadores, de Dilma, criou a hashtag #VaiTerCopa, no Twitter, como resposta.

Que Dilma está em plena campanha é inegável. Ela participou pela primeira vez do Fórum Econômico Mundial em Davos, no mês passado, em um esforço para ganhar o apoio dos investidores em meio ao recente desempenho econômico medíocre do Brasil.

O timing político da campanha de relações públicas é tão óbvio que Rudolf Kunz, em sua coluna em O Estado do São Paulo, no sábado, disse que a decisão de Dilma de nomear um novo ministro das Comunicações foi uma tentativa de “enfrentar com maior vigor as notícias negativas e cuidar de forma mais cuidadosa dos interesses do partido”.

Pelé também saiu em defesa da Copa do Mundo no mês passado ao pedir que as pessoas que protestam “não estraguem a festa”.

“Espero que a gente tenha essa consciência: deixar passar a Copa do Mundo”, disse ele. “Aí vamos reivindicar o que os políticos estão roubando ou desviando. Isso é outra coisa. O futebol só traz divisas e só traz benefício para o Brasil”.

O Brasil tem problemas maiores que os manifestantes do lado de fora dos estádios onde os jogos serão realizados. Até janeiro, seis dos 12 estádios da Copa do Mundo ainda não estavam prontos.

Os últimos protestos indicam que as medidas de segurança podem não ser suficientes para o evento. E as companhias aéreas e aeroportos do Brasil não têm capacidade para lidar com a demanda de torcedores que voarão de um lado ao outro entre as cidades-sede.

A verdade é que o governo Dilma é muito menos popular que o mundial de futebol. Uma consulta publicada pelo Datafolha em outubro mostrou que 63 por cento dos brasileiros apoiam a Copa do Mundo.

São números melhores que o índice de aprovação de Dilma, de cerca de 41 por cento em novembro, segundo uma outra consulta do Datafolha.

Na segunda-feira, José Américo Dias, porta-voz do Partido dos Trabalhadores, desviou a insatisfação dos brasileiros de Dilma. Os brasileiros estão fartos dos políticos em geral, disse ele.

“Se a Copa tem algum significado político neste ano, não será contra a Dilma, mas a favor”, disse. “Isso porque temos a convicção de que a competição será um sucesso absoluto”.

Se a raiva e a frustração dos brasileiros com o governo Dilma se justificam é algo a ser decidido nas urnas. Mas, problemas da presidente à parte, a marca do Brasil a longo prazo é um assunto muito mais importante. 

Os brasileiros preocupados com essa imagem, e com seu próprio destino econômico, devem esperar que tudo corra bem na Copa do Mundo.

Brasil: Especialistas internacionais debatem aplicação de novas regras para o comércio exterior! Inscrições no evento gratuitas.


cisg_2014-Venda Internacional de Mercadorias07/02/2014,
De acordo com estimativas da ONU, mais de dois terços de todas as transações internacionais de mercadorias são hoje regulados pela Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias (CISG), incluindo as transações dos parceiros comerciais mais importantes do Brasil, como a China, países do Mercosul, Estados Unidos, Canadá e várias nações europeias.
 
O Brasil aderiu à CISG, após aprovação do Congresso Nacional, em outubro de 2012 e a convenção entrará em vigor em abril deste ano, o que afetará grande parte das nossas operações de comércio internacional. 

Para facilitar o entendimento dos operadores do direito a respeito da CISG, o Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (CEJ/CJF), em coordenação e com o apoio financeiro do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil/Canadá (CAM/CCBC) e em parceria com a Escola da Magistratura do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Emagis), o Brazil Infrastructure Institute e a Universidade Positivo, promove o I Congresso Internacional sobre a Convenção de Viena para Compra e Venda Internacional de Mercadorias e o Brasil.

O evento acontece nos dias 19 e 20 de março, na Seção Judiciária do Paraná, em Curitiba. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui

“Diante da intensidade do comércio internacional brasileiro e da ampla aplicação da CISG em tais operações, seu estudo aprofundado é fundamental – e se torna especialmente relevante na medida em que a CISG apresenta soluções distintas das consagradas no direito brasileiro em diversos pontos”, explica o doutor e mestre em direito pela PUC-SP e vice-presidente do Brazil Infrastructure Institute, Cesar Guimarães Pereira, coordenador científico do congresso. 


Regras uniformes


Para enriquecer as discussões, foram convidados renomados conferencistas nacionais e internacionais, especialistas em contratos comerciais internacionais. O corregedor-geral da Justiça Federal e diretor do CEJ, ministro Arnaldo Esteves Lima, e o ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Ruy Rosado de Aguiar são alguns dos mais de 40 palestrantes que já confirmaram presença. 

A conferência de abertura ficará a cargo da jurista alemã Ingeborg Schwenzer, professora de direito privado e direito comparado na Universidade da Basileia, Suíça. Ao final do evento, será lançada pela editora RT-Thomson Reuters a tradução brasileira dos Comentários à CISG, coordenados por Schwenzer, considerada a mais importante obra internacional sobre o tema. 

“A relevância do Brasil no mercado mundial de compra e venda de commodities e de bens industrializados recomenda cada vez mais a sua adesão a um sistema de regras uniformes e internacionais, destinado a dar segurança e previsibilidade nessas transações”, comenta Cesar Pereira. Ele acrescenta que a unificação do direito da compra e venda para contratos transnacionais também leva à redução nos custos de transação, que seriam de outro modo esperados na negociação de litígios em operações internacionais. 

A adoção do sistema internacional, de acordo com ele, impede, por exemplo, que sejam aplicadas as regras nacionais sobre a formação do contrato de compra e venda ou se reconheça o direito ao ressarcimento de danos não contemplados pela própria CISG. “Há diferenças importantes no que se refere aos ônus do comprador de inspecionar as mercadorias e logo informar ao vendedor os defeitos no produto, sob pena de perda do direito de desfazer o contrato e obter ressarcimento”, aponta o especialista. 


Inovações


Outra mudança trazida pela CISG, de acordo com ele, relaciona-se às consequências do inadimplemento contratual. “Na CISG, exige-se, na maior parte dos casos, que a parte inocente assegure à parte inadimplente um prazo adicional para cumprimento, antes de promover a resolução do contrato. Não há essa exigência no direito interno brasileiro”, observa Cesar Pereira. 

Há também uma importante inovação metodológica. As regras da CISG impõem que ela seja interpretada segundo os seus próprios princípios internos e de modo uniforme no plano internacional. Isso exigirá do Judiciário brasileiro uma abertura à experiência, à doutrina e à jurisprudência internacionais. 

Segundo Cesar Pereira, a tradução da obra de Ingeborg Schwenzer – coordenada pelos professores Eduardo Grebler e Vera Fradera e por ele próprio – é uma importante iniciativa para tornar essas informações facilmente acessíveis em português. Soma-se a outros esforços similares, como o site www.cisg-brasil.net, que há anos reúne, traduz e oferece ao público brasileiro a jurisprudência e a doutrina internacionais sobre a CISG. 

O encontro contará com tradução simultânea para português e inglês. Diversas instituições, como o STJ, a Escola de Magistratura do Paraná, a Universidade Federal do Paraná e o Comitê Brasileiro de Arbitragem (CBAr) também apoiam o evento, que conta com o aval oficial da Comissão da ONU para o Direito do Comércio Internacional (ONU-Uncitral) e do Chartered Institute of Arbitrators (CIArb). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail secretaria@brazilinfra.com


Entenda a convenção


A CISG contém 101 artigos, dividindo-se em quatro partes. A parte I trata do seu campo de aplicação e dispositivos gerais; a parte II prevê normas sobre a formação do contrato; a parte III trata dos direitos e obrigações do vendedor e do comprador e a parte IV se refere às obrigações recíprocas entre os estados-parte. 

A convenção se aplica aos contratos de compra e venda de mercadorias firmados entre agentes cujos estabelecimentos estejam situados em estados-parte diferentes ou quando as regras de direito internacional privado levarem à aplicação da lei de um estado-parte. 

Algumas modalidades de contratos de compra e venda estão excluídas do âmbito da convenção, seja pelo propósito (mercadorias compradas para uso pessoal, familiar ou doméstico), pela natureza da operação (venda feita em hasta pública, execução judicial ou de outra forma determinada por lei) ou das mercadorias (valores mobiliários, títulos de crédito, dinheiro, navios, embarcações, aerobarcos, aeronaves ou eletricidade). 

Uma série de normas da convenção determina as obrigações do vendedor em relação à qualidade dos bens. Traz, por exemplo, a obrigação de o vendedor entregar mercadorias livres de qualquer direito ou reivindicação de terceiros, incluindo direitos baseados em propriedade industrial ou outra modalidade de propriedade intelectual. 

Correspondentes às obrigações do vendedor em relação à qualidade das mercadorias, a convenção contém ainda disposições acerca da obrigação do comprador de inspecionar os bens e notificar o vendedor em prazo razoável. Outro dispositivo relevante da convenção é o que regula o momento em que o risco em relação a perda ou deterioração das mercadorias é transferido do vendedor para o comprador.

Fonte: Superior Tribunal de Justiça – STJ

http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=113130

Mundo: Rival do Mercosul, Aliança do Pacífico zera 92% das tarifas!


Aliança do Pacífico10/02/2014,
A Aliança do Pacífico, criada em 2011, dará mais um grande passo hoje na cidade colombiana de Cartagena, quando os presidentes Sebastián Piñera (Chile), Juan Manuel Santos (Colômbia), Ollanta Humala (Peru) e Enrique Peña Nieto (México) assinam o Protocolo Adicional ao Acordo Marco do bloco, durante a oitava cúpula da entidade.
 
Na prática, trata-se de um Tratado de Livre Comércio (TLC), com a eliminação imediata de 92% das tarifas alfandegárias.

Os 8% restantes, produtos agrícolas sensíveis, terão as tarifas zeradas num prazo de 6 a 17 anos. O documento prevê também a liberação da circulação de serviços e capitais entre os quatro países.

Analistas e empresários ouvidos pelo Valor afirmam a aliança tem metas ambiciosas, é mais ágil e já rivaliza com o Mercosul (Brasil, Argentina, Venezuela, Uruguai e Paraguai). Pode até mesmo ofuscá-lo nos próximos anos, por conta do maior crescimento de suas economias e da maior tendência à abertura comercial – uma avaliação da qual o Itamaraty discorda.

Boa parte do comércio já está liberalizado entre os países da aliança – à exceção do México, menos integrado com os demais -, o que torna o evento de hoje um tanto simbólico, nem por isso desimportante. “[A assinatura do protocolo] vai destacar o quanto o ambiente de negócios nos países da Aliança do Pacífico está entre os mais atraentes na região, com suas políticas previsíveis, menos tendências protecionistas, bancos centrais independentes e maiores níveis de produtividade”, diz Nicholas Watson, analista para a América Latina da Teneo Intelligence, em Bogotá.

O protocolo deve entrar em vigor em 2015. Os quatro países têm população de 212 milhões de habitantes, seu PIB representa cerca de 36% do latino-americano e suas exportações e importações são metade do comércio na região.

O ranking “Doing Business” do Banco Mundial coloca os países da aliança em 4 das 5 primeiras posições entre os melhores países latino-americanos para fazer negócios. No Mercosul, o melhor colocado é o Uruguai, na 12ª posição entre 33 países – o Brasil aparece em 23º, a Argentina, em 26º e a Venezuela, em último lugar.

“A questão central da Aliança do Pacífico, mais do que o desgravamento de tarifas, é mensagem para fora, para o mercado internacional e os países desenvolvidos. Eles querem se diferenciar da retórica de esquerda na área econômica que há na América Latina”, nota um diplomata brasileiro. “Esses países estão em busca da confiança do investidor, que quer garantia de segurança jurídica”, afirma.

A aliança nasce também com o objetivo declarado de se tornar um trampolim para integração econômica e comercial com a região da Ásia-Pacífico. Chile, Colômbia e Peru já são importantes fornecedores de commodities para a China, mas o foco vai além.

“A Aliança do Pacífico funcionará como uma plataforma privilegiada para um maior engajamento particularmente com a Ásia, que representa uma importante fonte de crescimento que vai além da China”, diz Watson. Assim como os chineses, a Coreia do Sul e o Japão figuram entre os 24 países observadores do bloco.

“Há uma fila de países dispostos a entrar na Aliança do Pacífico”, afirma o brasileiro Ingo Plöger, presidente do Conselho Empresarial da América Latina. A presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, estará na cúpula de Cartagena para assinar a declaração de adesão de seu país à aliança. O Panamá também já oficializou a intenção de entrar no bloco.

O Chile já tem 14 TLCs firmados com outros países, o Peru, 17, a Colômbia, 9, e o México, 11. Todos assinaram algum tipo de acordo com a União Europeia e os Estados Unidos. Para César Ferrari, ex-presidente do Banco Central do Peru hoje radicado na Colômbia, isso gera uma distorção dentro da própria aliança: o que é produzido dentro do bloco acaba ficando menos competitivo do que os produtos que vêm de fora.

“O que está sendo feito [com a assinatura do protocolo em Cartagena] é colocar em igualdade os produtos desses quatro países entre eles frente ao que já concederam aos EUA ou à UE”, afirma. “É uma maneira de gerar um pouco mais de competição no mercado, porque como estão as coisas há uma preferência tarifária na Colômbia, por exemplo, aos EUA que não há para o México.”

Fonte: Portos e Navios

Aliança do Pacífico firma protocolo de redução de tarifas


O bloco que reúne o Chile, a Colômbia, o México e o Peru discutirá a redução de exportação e importação

Leandra Felipe, da
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Exportações
Exportações: o presidente anfitrião disse que com a assinatura do protocolo, “92% do comércio entre os países serão liberados”

Bogotá - Começa hoje (10) a 8ª Cúpula da Aliança do Pacífico, bloco que reúne o Chile, a Colômbia, o México e o Peru. Os presidentes dos países participantes se reúnem em Cartagena (Colômbia) para firmar um protocolo sobre redução de tarifas de exportação e importação.

Eles vão também colocar em vigor um pacto comercial já firmado entre os quatro países, durante a cúpula realizada no ano passado em Cali.

Estarão presentes os presidentes Juan Manuel Santos, da Colômbia, Sebastián Piñera, do Chile, Enrique Peña Nieto, do México, e Ollanta Humalla, do Peru. A presidenta da Costa Rica, Laura Chinchilla, participará como convidada. 

Esta será a última reunião do bloco com a presença de Piñera, já que em março tomará posse a presidenta eleita do Chile, Michelle Bachelet.

O presidente anfitrião disse que com a assinatura do protocolo, “92% do comércio entre os países serão liberados”. O açúcar e outros produtos agrícolas ficam fora do protocolo, mas segundo o governo colombiano, a cúpula estabelecerá uma previsão para a assinatura de documento adicional que também englobará os insumos agrícolas.

A Aliança do Pacífico foi criada em 2011 como um acordo de integração que visava ao mercado asiático. Os países do bloco agrupam uma população de 212 milhões de pessoas e somam um Produto Interno Bruto (PIB) que representa 36% do total do PIB latino-americano.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

PEDRO PASSOS, EMPRESÁRIO "ESQUERDA CAVIAR" PARTE PARA O ATAQUE: "A CONFIANÇA DOS EMPRESÁRIOS NO GOVERNO ACABOU".













O empresário Pedro Passos é um dos controladores da Natura. Neste vídeo de 2010, concede uma entrevista para a revista Exame. Como não poderia deixar de ser, Passos desfia o discurso ecochato e faz previsões otimistas. Passos é um desses empresários que considera o governo do PT uma coisa normal, finge desconhecer que o partido do Lula defende no seu programa a transformação o Brasil numa república socialista de viés cubano. 

Pedro Passos continua fingindo, tergiversando. É o que se poderia classificar como um representante da "esquerda caviar". Entretanto, Passos administra seus negócios pela ótica do mercado. Isso não poderia ser diferente. E, quando a situação econômica põe em risco o seu conforto e os seus negócios, muda o discurso, como por exemplo nesta rápida entrevista que concedeu ao Estadão. Transcrevo:

Vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=eFTTnxlsCO8
 
Pedro Passos é um dos principais representantes da indústria brasileira. Além de ser um dos fundadores e sócios da fabricante de cosméticos Natura, ele é presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), organização que reúne alguns dos maiores industriais do País.

Passos atribui os resultados ruins da indústria de 2013, divulgados na semana passada, ao que chamou de "ambiente econômico prejudicado". Para o empresário, "falta direção" na economia e há insegurança no meio empresarial. "O clima de confiança do empresariado não existe, acabou", disse Passos, na entrevista a seguir.


O que explica os dados ruins da produção industrial em 2013, especialmente em dezembro?

Foi uma surpresa negativa, a queda foi muito maior do que se previa. Uma primeira análise mostra um desempenho setorial disperso, com retração nos setores de consumo. Mas tivemos performance melhor de alguns setores, inclusive dos ligados ao comércio exterior. Setores de transporte, calçados e madeira, apesar da fragilidade, exportaram mais, principalmente para a Argentina. Apesar de um resultado global muito ruim, há uma perspectiva positiva.


Como o setor empresarial reage a esse resultado?

O ambiente econômico está muito prejudicado no País. A taxa de investimento é muito baixa, o clima de confiança não existe, acabou. Falta direção. Não está claro para onde estamos indo, quais são os grandes compromissos. Isso cria instabilidade. O resultado de dezembro é um problema que vem se acumulando há muito tempo. E esse cenário não nos dá muita esperança porque a gente já entra em 2014 com ritmo lento. E ainda sujeitos à volatilidade da economia internacional. Esse cenário volátil repercute com a falta de definição interna. As dificuldades que temos em saber qual é o caminho, qual é a aposta (do País), criam um ambiente de muita insegurança no meio empresarial.


Como assim?

Existe necessidade de uma nova definição de modelo econômico. O cenário muda e o País precisa se adaptar. É importante retomar uma agenda que o Iedi coloca há algum tempo, de busca de produtividade. Do site do jornal O Estado de S. Paulo