O
empresário Pedro Passos é um dos controladores da Natura. Neste vídeo de 2010,
concede uma entrevista para a revista Exame. Como não poderia deixar de ser,
Passos desfia o discurso ecochato e faz previsões otimistas. Passos é um desses
empresários que considera o governo do PT uma coisa normal, finge desconhecer
que o partido do Lula defende no seu programa a transformação o Brasil numa
república socialista de viés cubano.
Pedro Passos continua fingindo, tergiversando. É o que se poderia classificar como um representante da "esquerda caviar". Entretanto, Passos administra seus negócios pela ótica do mercado. Isso não poderia ser diferente. E, quando a situação econômica põe em risco o seu conforto e os seus negócios, muda o discurso, como por exemplo nesta rápida entrevista que concedeu ao Estadão. Transcrevo:
Vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=eFTTnxlsCO8
Pedro Passos é um dos principais representantes da
indústria brasileira. Além de ser um dos fundadores e sócios da fabricante de
cosméticos Natura, ele é presidente do Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial (Iedi), organização que reúne alguns dos maiores
industriais do País.
Passos atribui os resultados ruins da indústria de
2013, divulgados na semana passada, ao que chamou de "ambiente econômico
prejudicado". Para o empresário, "falta direção" na economia e
há insegurança no meio empresarial. "O clima de confiança do empresariado
não existe, acabou", disse Passos, na entrevista a seguir.
O que explica os dados ruins da produção industrial
em 2013, especialmente em dezembro?
Foi uma surpresa negativa, a queda foi muito maior
do que se previa. Uma primeira análise mostra um desempenho setorial disperso,
com retração nos setores de consumo. Mas tivemos performance melhor de alguns
setores, inclusive dos ligados ao comércio exterior. Setores de transporte,
calçados e madeira, apesar da fragilidade, exportaram mais, principalmente para
a Argentina. Apesar de um resultado global muito ruim, há uma perspectiva
positiva.
Como o setor empresarial reage a esse resultado?
O ambiente econômico está muito prejudicado no
País. A taxa de investimento é muito baixa, o clima de confiança não existe,
acabou. Falta direção. Não está claro para onde estamos indo, quais são os
grandes compromissos. Isso cria instabilidade. O resultado de dezembro é um
problema que vem se acumulando há muito tempo. E esse cenário não nos dá muita
esperança porque a gente já entra em 2014 com ritmo lento. E ainda sujeitos à
volatilidade da economia internacional. Esse cenário volátil repercute com a
falta de definição interna. As dificuldades que temos em saber qual é o
caminho, qual é a aposta (do País), criam um ambiente de muita insegurança no
meio empresarial.
Como assim?
Existe necessidade de uma nova definição de modelo
econômico. O cenário muda e o País precisa se adaptar. É importante retomar uma
agenda que o Iedi coloca há algum tempo, de busca de produtividade. Do site do jornal O Estado de S. Paulo
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