Um conselho definitivo deve ser apresentado em até 180 dias e também terá de passar pelo aval do Cade
Por Estadão Conteúdo
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, na
tarde desta quarta-feira, 19, a formação do Conselho dos Produtores de
Laranja e da Indústria de Suco de Laranja (Consecitrus), mas impôs
restrições para que o foro de discussões do setor citrícola seja
ratificado e entre em operação. Todos os conselheiros acompanharam o
relator Ricardo Ruiz. Ele sujeitou a aprovação final do Consecitrus pelo
Cade a uma série de fatores, como a definição da representatividade dos
participantes, a criação de uma estrutura formal, a reestruturação do
estatuto, bem como a implantação dividida em fases, com avaliação
posterior de cada uma pelo órgão antitruste.
De acordo com o voto do relator, inicialmente poderão participar do
Consecitrus apenas a Associação Nacional dos Exportadores de Suco
Cítricos (CitrusBR), pela indústria, além da Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), a Associação Brasileira de
Citricultores (Associtrus) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB), pelos
produtores. Cada lado terá 50% dos votos.
Para Ruiz, CitrusBR e SRB, que formaram o Consecitrus inicialmente,
devem modificar o estatuto proposto em 2012. Ele pediu que a mudança
seja feita por um conselho de transição por 90 dias e que haja uma
avaliação posterior do Cade. O conselho de transição deve ter nove
cadeiras da indústria e outras nove de produtores.
Um conselho definitivo deve ser apresentado em até 180 dias e também
terá de passar pelo aval do Cade. "O não cumprimento dessas fases
implicará a reprovação do Consecitrus", afirmou Ruiz. O conselho
definitivo deverá convocar uma assembleia geral e criar um conselho
deliberativo, também com 18 membros, nove de cada lado.
"A assembleia deve eleger o conselho deliberativo, que terá mandato
definido e escolherá uma diretoria executiva. Essa diretoria executiva
será dividida alternadamente entre produtores e indústrias", ressaltou
Ruiz.
Ainda segundo o relator, um ano após a comprovação pelo Cade das fases
anteriores, o processo será novamente encaminhado ao órgão antitruste
para um relatório final e posterior aprovação ou reprovação do
Consecitrus.
"Estaremos atentos para saber se quem diz que quer o Consecitrus,
realmente quer. Se o argumento de que Faesp e Associtrus não querem, for
verdade, vamos perceber", opinou o presidente do Cade, Vinícius Marques
de Carvalho, em seu voto.
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