Criada em 2008, a Endossa é uma loja que aluga espaços para que empreendedores exponham e vendam seus produtos
Óculos escuros, canecas, vestidos, camisetas, miniaturas, brincos,
colares, chapéus, ímãs de geladeira, cinzeiros, chaveiros, lenços,
anéis. Cada item de uma marca, a poucos passos de distância do outro e
sem nenhum vendedor para apresentá-lo. Com a proposta de ser uma “loja
colaborativa”, a Endossa vem conquistando clientes e empreendedores
graças a um modelo que aplica princípios do e-commerce a um
estabelecimento concreto.
“A Endossa é fruto de diversas tentativas de adaptar conceitos da web
2.0 para um negócio físico. Buscamos criar um modelo que ajudasse as
pessoas a ‘publicar’ seus produtos, e que ao mesmo tempo incorporasse
mecanismos de ‘ranking e sugestão’ comuns em sites e e-commerces”,
explica Carlos Margarido, um dos sócios do empreendimento.
Na prática, a loja funciona como uma ponte entre pequenos fabricantes
e consumidores. O espaço é formado por vários pequenos nichos em forma
de quadrado, que são alugados para diferentes produtores exporem seus
produtos. Cada locatário é responsável por customizar o seu quadrado. Já
o consumidor circula livremente pelo estabelecimento, escolhe o que é
do seu agrado e paga diretamente no caixa, onde o item é liberado para
deixar o local sem disparar o alarme da entrada.
“Ao assinar contrato com a loja, o empreendedor se compromete a bater
determinada meta de vendas. Caso ele não atinja o ‘endosso’ do
consumidor por três meses consecutivos, será substituído por outro
vendedor na lista de espera. Somos construídos pelas ideias de quem
vende e pelas escolhas de quem compra”, afirma Helena Napoleone, gerente
do check-in (administração da entrada de produtos) da loja.
A Endossa surgiu em São Paulo, em março de 2008, criada por três
estudantes de publicidade e marketing. Pensada como um espaço para
transformar ideias em negócios concretos e colocar novas marcas no
mercado, ela hoje é uma franquia com quatro lojas: duas em São Paulo
(uma na rua Augusta, com 201 boxes, e outra no Centro Cultural São
Paulo, que abriga 102 marcas); uma em Curitiba, com 47 nichos; e uma em
Brasília, com 93 espaços expositivos.
“O expositor não precisa de funcionários ou burocracia. Ele acompanha
as vendas em tempo real pela internet e tem todas as vantagens de um
ponto de varejo físico para divulgar seus negócios”, acrescenta Carlos.
Os empreendedores interessados em participar da iniciativa têm de se
cadastrar no site da Endossa para entrar em uma fila de espera. De
acordo com o sócio, quem se cadastrar hoje na Augusta terá de aguardar
cerca de 1 ano para conseguir um espaço. Já nas outras unidades, a
espera é de no máximo dois meses. No entanto, a paciência promete ser
bem recompensada. “Temos um público muito diversificado, na sua maioria
jovem. Todos adoram o ambiente, tanto pela música como pela variedade de
produtos que temos a oferecer, o que faz com que a concorrência seja
grande para participar”, afirma Helena.
As lojas da franquia funcionam todos os dias da semana. De segunda a
quinta, elas ficam abertas das 12h às 20h; na sexta e no sábado, das 12h
às 22h; e no domingo, das 15h às 22h.
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