Quem acompanha a presidente sabe o que tem em seu guarda-roupa: terninhos e “tailleurs”. E não são poucos. Mas seu estilo passou por uma verdadeira transformação
São Paulo – Considerada um pouco desleixada e nada afeita aos detalhes quando se tratava de moda, Dilma Rousseff já foi alvo de críticas pela sua maneira de se vestir antes de alcançar o mais alto posto de poder do país.
Depois que chegou lá, no Planalto, a presidente ainda foi contestada pelo PSDB por usar a cor de seu partido, o PT, em um pronunciamento. Para a oposição, o terninho vermelho representava uma campanha antecipada para a reeleição.
Para lá de uma avaliação positiva ou negativa de seu governo, o fato é que hoje, no quarto ano de seu mandato, a presidente já não é alvo de línguas maldosas quando se trata de estilo.
No início de 2009, quando ainda era ministra da Casa Civil do
governo Lula, Dilma fez uma plástica facial e abandonou os óculos de
grau que a acompanhavam desde que era militante.
A atitude, claro, já visava ao lançamento de sua candidatura no ano seguinte.
Em 2010, já candidata, a petista chegou a tentar uma parceria com o
famoso estilista Alexandre Herchcovitch, que não vingou. Nos bastidores,
o boato é que Dilma teria detestado as imposições do estilista de mudanças radicais em seu guarda-roupa.
No entanto, a presidente surpreendeu a todos ao aparecer em sua
cerimônia de posse com um modelito criado pela gaúcha Luisa Stadtlander,
até então pouco conhecida no mundo da moda.
Luisa se tornou sua estilista oficial e, junto com o cabeleireiro das
celebridades, Celso Kamura, foi responsável pela “repaginada” definitiva
no visual da presidente que se mantém até hoje.
Apesar da mudança, Dilma não se entregou completamente às “regras”
implícitas no mundo fashion. Ela não tem nenhuma vergonha, por exemplo,
de usar roupas que não são de grifes famosas. Além disso, repete com
certa frequência os seus terninhos e “tailleurs” (conjunto que troca a
calça pela saia) em eventos oficiais.
Acompanhe, a seguir, uma viagem em fotos pelo closet da presidente, das mais atuais às mais antigas:
REUTERS/Nacho Doce
No 34º aniversário do PT, Dilma estava de vermelho quando chamou a
oposição de "cara de pau". Em seu discurso, com olho em outubro, disse
que o ciclo do partido ainda não acabou
Apesar da preferência pelos tecidos lisos, às vezes as estampas
aparecem em ocasiões especiais, como no discurso de abertura da 67ª
Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, no ano passado
Em 2012, Dilma também "avermelhou" a capa da Forbes, quando foi
eleita a 3ª mulher mais poderosa do mundo. No ano seguinte, subiu uma
posição, ficando atrás apenas de Angela Merkel
Com que roupa ela vai? Na dúvida, a presidente conta com alguns "vermelhinhos coringas", que parecem ser seus preferidos
Wilson Dias/ABr
Não importa se o evento é para lançar a "Caxirola" da Copa (que
depois foi, literalmente, lançada no campo pelos torcedores durante um
jogo teste)...
Chip Somodevilla/Getty Images
... ou se é para conversar com o presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, depois de saber que o país andou bisbilhotando sua vida
por meio de órgãos oficiais
Mudar de cor nem sempre traz sorte. Com protestos pipocando em
todo o país, esse foi o dia em que a presidente foi vaiada pelo estádio
lotado durante a abertura da Copa das Confederações
Em relação ao "terninho da discórdia", que irritou o PSDB, o
cabeleireiro da presidente saiu em sua defesa. Para Kamura, claramente a
cor era "rosa chiclete ping-pong" e não "vermelho-PT"
Por mais que possa não admitir, Dilma também é uma fã do azul,
cor que identifica o adversário PSDB. Seria este, na visão de Kamura, um
"azul-tucano"?
Neste momento de descontração azulado, ela e o ex-presidente
Lula usam cocares durante a inauguração da ponte Rio Negro, em Manaus
Roberto Stuckert Filho/PR
A renda também é uma grande amiga da presidente. A delicadeza
do tecido não foi dispensada durante a cerimônia rural de início da
colheita da safra brasileira de grãos
Sem dúvida, a renda agrada à presidente nas mais diversas situações
Já a cor branca, nem sempre é sinônimo de paz. Dá pra sentir
a tensão na conversa com o vice MIchel Temer, num dos (vários) momentos
em que a aliança com o PMDB demonstrou abalos
Já o "pretinho básico" foi usado pela presidente em
ocasiões importantes, como a posse do ministro Joaquim Barbosa na
presidência do STF...
... e no desembarque do Papa Francisco no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude
Algumas peças de roupa a mais foram necessárias para encontrar o presidente Vladimir Putin, na Rússia
Mas é de se perguntar se a presidente aprecia todos esses acessórios para escapar do frio do país
Adereços de culturas locais são bem-vindos para mostrar
respeito com o outro. O colar de flores foi usado em sua chagada à Índia
para a reunião com líderes dos Brics, em 2013
Dilma é adepta dos saltos, mas não deixa os pés muito acima do chão.
A presidente parece se preocupar, acima de tudo, com o conforto na hora
de escolher os pares
Por falar em sapatos, a mandatária não faz cerimônia para tirá-los e
dar o pontapé inicial em inaugurações de estádios. Será que ela acertou
esse chute na Arena Fonte Nova, em Salvador?
Com a Copa batendo à porta, Dilma já treinou bastante e treinará
ainda mais chutes inaugurais até junho. Na foto, ela ajeita a bola no
estádio Beira-Rio, em Porto Alegre
Em momento relativamente raro no que se refere à moda, Dilma
ousou na estampa ao posar ao lado da presidente da Argentina, Cristina
Kirchner
Com um azulzinho discreto, recebeu um violão de presente da cantora colombinana Shakira
Divulgação/TV Globo
No programa matinal da apresentadora Ana Maria Braga, Dilma apareceu
de cinza. Não era lá uma cor muito viva, mas talvez fosse condizente
com o prato que preparou na cozinha global: um básico omelete
Já na cerimônia de posse, Dilma surpreendeu ao aparecer toda de
branco (ou pérola?). Usou um tailler de renda elegante e acessórios
discretos, como a pulseira de "olho grego" para afastar mau-olhado
Durante toda a campanha, porém, o vermelho foi a estrela de seu guarda-roupa
Aqui ela aparece ao lado do cabeleireiro Celso Kamura, um dos
responsáveis pela "transformação" de Dilma, ministra da Casa Civil, para
uma nova Dilma, candidata à presidência do país
Com os cabelos naturais depois de se curar de um câncer diagnosticado
em 2009, a ainda pré-candidata se despede da doença nesta foto. Mais
tarde, quem acabou se despedindo do governo foi Erenice Guerra (à
esquerda)
Já sem os óculos, depois da plástica, a ministra usou peruca por um tempo por causa do câncer no sistema linfático
Em 2008, Lula suja o macacão laranja de sua então ministra da Casa
Civil com óleo do pré-sal. Esta era a Dilma antes da repaginada, que
incluiu cirurgia plástica, com vistas às eleições de 2010
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