No relatório semestral sobre política monetária, o Fed cita o Brasil, dentre 15 países emergentes, como o segundo mercado mais vulnerável para se investir.
Após apresentar desempenho insatisfatório no setor industrial,
com números piores que os do governo Collor, a gestão de Dilma Roussef
sofreu críticas do empresário Pedro Passos, presidente do Instituto de
Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Ignorando o fato de que
anualmente a indústria recua em média 0,3% desde 2011, Fernando
Pimentel, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, recusou-se a responder as críticas, limitando-se a acusar o empresário de ser militante da oposição.
A fim de amenizar os problemas, o
governo utilizava a estratégia de estimular o consumo para ajudar a
manter a estabilidade da economia. O modelo, no entanto, começa a dar
sinais de esgotamento. Segundo dados do IBGE, o comércio brasileiro cresceu apenas 4,3% em 2013, apresentando o pior avanço desde 2003, quando houve queda de 3,7%.
Especialistas afirmam que o governo precisa mudar de estratégia. Luis Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil, opinou sobre o assunto:
“Já é consenso entre os economistas que o modelo baseado no consumo está perdendo fôlego. Seria bom que fosse baseado no investimento. O que os economistas estão quebrando a cabeça agora é para compreender como transformar o modelo de consumo no de investimento, sem que um mate o outro, é óbvio.”
Até mesmo economistas da escola keynesiana, à qual Dilma é atrelada por defender a intervenção estatal na economia, andam criticando a política da presidente.
José Luis da Costa Oreiro, presidente da Associação Keynesiana
Brasileira, concordou que o governo precisa focar no investimento.
“Essa é a regra de ouro da política fiscal de Keynes, na qual o endividamento público só pode ocorrer para financiar investimento e não o consumo. É claro que é uma mudança que não pode ser feita do dia para a noite”, ressalta o professor da UnB.
Os problemas econômicos estendem suas teias por todas as partes. Desde o início do governo Dilma o PIB cresceu em média 2% ao ano, número considerado pífio se comparado aos padrões internacionais, e a inflação quase atingiu os 6% em 2013.
Se os fracassos dos setores que estão sob sua responsabilidade passaram
despercebidos pelo ministro Pimentel, não aconteceu o mesmo com o
Federal Reserve americano. Segundo avaliação do grupo, o Brasil é a economia emergente mais vulnerável depois da Turquia.
No relatório semestral sobre política monetária enviado ontem ao Congresso, o Fed cita o Brasil 11 vezes e o coloca no grupo de países que mais sofreram com a recente fuga de capitais de ativos “arriscados”. O documento de 49 páginas traz um “índice de vulnerabilidade” de 15 países emergentes, na qual a Turquia aparece na pior posição, seguida do Brasil, Índia, Indonésia e África do Sul – o grupo batizado de “cinco frágeis”. No outro extremo estão Taiwan, Coreia do Sul, Malásia e China.
Segundo a Veja, até Lula já andou pedindo a cabeça de Mantega,
o ministro da Fazenda do Governo Dilma, para dar alguma esperança aos
investidores. Para a alegria da oposição, no entanto, ele segue firme e
forte no cargo.
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