Brasília
(DF) – O Brasil apareceu como um dos mercados emergentes mais afetados
pela instabilidade financeira global, no relatório do Fundo Monetário
Internacional (FMI), divulgado na quarta-feira (19). A análise reiterou a
tese apresentada semana passada pelo Banco Central Americano (Fed), que
classificou o país como o 2º país mais vulnerável, logo após a Turquia.
O deputado federal Valdivino de Oliveira (PSDB-GO), da Comissão de
Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, disse que o resultado é
reflexo de uma política macroeconômica “equivocada”, “centrada no
combate à inflação e no incentivo ao consumo como instrumento de
crescimento econômico”.
O relatório preparado para o encontro do G-20, grupo das 20 maiores
economias do planeta, que começa hoje em Sydney, na Austrália, mostrou
que a atividade econômica brasileira “perdeu fôlego” no terceiro
trimestre de 2013, com a queda no investimento e uma piora na confiança
das empresas. As informações são da reportagem publicada nesta
quinta-feira (20), no jornal Correio Braziliense
Razões
As avaliações do FMI e do Fed levaram em conta o “insucesso” do
governo em controlar a inflação, o “expressivo” déficit em transações
correntes (US$ 81 bilhões no ano passado), e a crescente desconfiança de
empresas com a política econômica.
“Nós estamos vendo a grande volatilidade da economia brasileira. Ora
os juros descem, ora os juros sobem. A inconstância do déficit da
balança comercial assusta. É um grande processo de desindustrialização”,
apontou o deputado.
Equívocos
Em discurso feito na última terça-feira (18), o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, chamou de “equívoco” as avaliações que apontaram o país
como um dos mais vulneráveis à crise externa. Mantega garantiu também a
“solidez fiscal” e baixa no endividamento de curto prazo.
Valdivino lembrou que o Brasil precisa de políticas “mais
protecionistas em relação ao mercado com o intuito de garantir emprego a
todo e qualquer brasileiro”.
Segundo ele, a política econômica “deveria estar centrada no
fortalecimento do mercado interno e do processo produtivo”. “Com esse
incentivo, o nosso frágil sistema financeiro se fortaleceria
naturalmente”, reiterou.
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