JOÃO VILLAVERDE - Agencia Estado
BRASÍLIA - Após críticas políticas e questionamentos de
outros países nos últimos anos por medidas consideradas protecionistas,
os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e das Relações
Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, pretendem entregar formalmente a
proposta brasileira para um acordo de livre-comércio com a União
Europeia ainda em fevereiro, no dia 24. A deterioração da balança
comercial, que apresentou no mês passado o pior déficit da história,
elevou a urgência para o governo.
Nos bastidores, os dois ministros tentam convencer a presidente Dilma
Rousseff a participar da cerimônia, como parte do esforço recente de
melhorar a imagem da economia nacional perante investidores. Dilma terá
compromisso em Roma, Itália, no dia 22 de fevereiro, por causa da posse
do novo cardeal brasileiro, dom Orani Tempesta, no Vaticano.
A ideia é aproveitar a visita à Europa para construir um discurso de
abertura comercial. Economistas ligados ao PSDB, como Edmar Bacha, têm
apontado o "protecionismo" da economia brasileira como um dos principais
pontos por trás do baixo ritmo de crescimento, da desindustrialização e
da inflação elevada. Além de elevar tarifas de importação de produtos
beneficiados no Brasil com cortes de impostos, o governo sobretaxa em 30
pontos porcentuais de IPI os automóveis produzidos em outros países.
Dificuldades
O esforço pelo acordo com a União Europeia, no entanto, pode não dar
resultados concretos. Nos últimos meses, os europeus vêm tentando
desembarcar da negociação com o Mercosul, diante da pouca ambição dos
brasileiros e dificuldades com a Argentina e Venezuela. Para o Palácio
do Planalto, um avanço no acordo, cujas negociações vêm desde o governo
Fernando Henrique Cardoso, poderia minar as críticas ao protecionismo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário