segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Grandes usinas de cana do Brasil cortam custos contra perdas


Segundo relatórios, dificuldades estão forçando as empresas listadas de açúcar e etanol do Brasil a cortar custos e considerar demissões

Claudio Perez/Bloomberg
Trabalhador corta cana de açúcar de uma plantação da Cosan perto da cidade de Piracicaba
Trabalhador corta cana de açúcar de uma plantação da Cosan perto da cidade de Piracicaba

São Paulo - Os preços do açúcar fracos, o controle dos valores do combustível pelo governo, geada e agora a seca estão forçando as empresas listadas de açúcar e etanol do Brasil a cortar custos e considerar demissões, conforme mostraram relatórios financeiros nesta semana.

As unidades controladas pela Louis Dreyfus , Cosan, Bunge e outras estão vendo cortes como essenciais como forma de limitar perdas até que os preços do açúcar se recuperem de mínimas de quatro anos, buscando reverter o impacto negativo das políticas governamentais sobre a sua rentabilidade.

Aquisições e outras alternativas para a consolidação da indústria são difíceis por causa das condições de mercado sombrias e dívidas acumuladas durante uma década de expansão.

Mesmo o clima não está cooperando. A seca severa já levou analistas a reduzir suas perspectivas para a safra que começa nas próximas semanas.

E não há sinais claros de alívio iminente.


Perdas Crescentes das Companhias


Maior grupo de moagem de cana do Brasil, a Raízen Energia espera uma perda para o trimestre encerrado em 31 de dezembro de 115,4 milhões de reais, em comparação com um lucro de 164,3 milhões de reais no período do ano anterior.

A Raízen é uma joint venture entre a brasileira Cosan e a Royal Dutch Shell, companhia petrolífera anglo-holandesa.

Além do volume de vendas de açúcar menores, a Raízen Energia culpou um declínio de 5 por cento do real contra o dólar pela maior parte das perdas.

A empresa disse que continua a fazer novos investimentos em tecnologia para melhorar a eficiência, tais como a produção de etanol celulósico.

No entanto, os investimentos tem diminuído na expansão da produção de cana, um dos aspectos mais intensivos do negócio.

O segundo maior grupo de moagem do Brasil, a Biosev, da Louis Dreyfus, anunciou na quinta-feira um prejuízo de 203,7 milhões de reais nos últimos três meses de 2013. Em julho passado, os canaviais foram atingidos por geadas em Mato Grosso do Sul.

Com sede em White Plains, nos EUA, a Bunge disse na quinta-feira que tinha contratado banco de investimento Morgan Stanley para revisar opções para seu negócio de moagem que está registrando perdas no Brasil.

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